tag:blogger.com,1999:blog-73304551163364290422024-03-16T15:52:04.815-03:00Renato BromochenkelChamado para ServirRenato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.comBlogger1994125tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-21536238507458690102023-10-07T01:50:00.004-03:002024-01-31T16:43:35.537-03:00Missões Transculturais – A sua Origem na Natureza de Deus - Lição 02 Adultos<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/OgF40OQcOfI?si=YcuuQP4RYXknG0cC" width="480"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A palavra “transcultural” traz a ideia de um missionário que transpõe as barreiras da cultura de um povo, ou civilização, para apresentar o amor de Deus. Isso implica interação com todos os grupos étnicos da Terra, com os diferentes aspectos da vida das pessoas. Na lição desta semana, veremos que Deus escolheu uma família, para, por meio dela, alcançar todas as famílias da Terra. Esse processo se deu por Abraão, sua família, a nação de Israel, a pessoa de Jesus e, finalmente, a Igreja. Assim, contemplaremos a natureza missionária de Deus, bem como o caráter do seu amor como a base de toda a prática missionária dos cristãos.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-22054062090672777052023-10-07T01:47:00.003-03:002023-10-07T01:47:58.553-03:00A Grande Comissão – Um Enfoque Etnocêntrico - Lição 01 Adultos<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/bZQjBIAqlZA?si=K7aZo5XcJfWZIyGC" width="480"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Neste trimestre, estudaremos a respeito da obra missionária. É um convite a refletir sobre o imperativo de nosso Senhor Jesus para pregar o Evangelho a toda a criatura. Por isso, nesta primeira lição, nosso propósito é esclarecer a respeito da Grande Comissão, conceituar e desenvolver o tema das Missões Transculturais e apresentar uma visão global da mensagem do Evangelho no mundo. Veremos que missões é uma ordem divina e que Deus conta com cada crente para dizer “sim” à obra que Ele iniciou por intermédio de seu Filho, o Senhor Jesus Cristo.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-1028310093214284192023-09-07T18:42:00.003-03:002023-09-07T18:42:33.321-03:00Cultivando a Convicção Cristã - Lição 11 Adultos/3º Trimestre/2023 - EBD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/dwa-Jc84Yf4?si=IeYivwU1gUa_n7QQ" width="480"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Diante das incertezas atuais e dos ataques às doutrinas bíblicas, é indispensável ao crente cultivar uma profunda convicção cristã (2 Tm 1.12-14). Não cabe ao salvo esmorecer em meio às tribulações, mas prosseguir confiante pelo prêmio da soberana vocação (2 Co 4.1; Fp 3.14). Nesta lição, estudaremos os aspectos espiritual, moral e social que formam a convicção de nossa fé cristã. O objetivo é despertar em cada cristão o desejo de ser um autêntico “embaixador de Cristo” em um mundo de trevas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-79964493156490652612023-09-07T18:38:00.005-03:002023-09-07T18:38:58.947-03:00A renovação Cotidiana do Homem Interior - Lição 10 Adultos/3º Trimestre/2023 - EBD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/ci6bMXePeeM?si=h1BRMQOy73m-yNhb" width="480"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As adversidades externas são uma incontestável realidade (Rm 8.22,23). Apesar disso, por meio do Espírito, os salvos experimentam a renovação espiritual no interior de sua vida (2 Co 4.16). Não obstante, durante a nossa existência, o corpo mortal permanecerá sujeito às adversidades da vida (2 Co 5.2,4). Nesta lição, veremos o sofrimento do homem exterior, o fortalecimento do homem interior e os desafios atuais como forças externas que tentam esmagar a nossa vida espiritual. A finalidade é mostrar que o crente espiritualmente renovado pode resistir a qualquer ataque das trevas.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-87634093395646746932023-09-07T18:34:00.004-03:002023-09-07T18:34:54.718-03:00Uma Visão Bíblica do Corpo - Lição 09 Adultos/3º Trimestre/2023 - EBD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/PrvTOF6EgJk?si=_q6EExP2K2FFV1Df" width="480"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Deus criou o ser humano para o louvor da sua glória (1 Co 6.20). Em vista disso, Ele espera do homem regenerado uma vida de santidade (1 Pe 1.15). Contudo, os conceitos secularistas propagam uma forma de vida independente dos preceitos divinos. Nesta lição, vamos estudar a criação do homem e as características do corpo humano nas Escrituras e correlacionar esse tema com a visão secular do corpo hoje. Nossa finalidade é apresentar a visão bíblica do corpo, seu propósito e sua glorificação final.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-34376280716585650022023-08-25T22:12:00.002-03:002023-08-25T22:20:25.941-03:00Revistas Lições Bíblicas para a Escola Dominical do 4º trimestre de 2023<div class="separator"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB2kHZqpot0C4YrKa2bE4F2-G2hyAgjMeDof47F76iUIDpr3PeeMZDbPBQSiP1-ijaYCGRlviTXCtoBUBlIdvjVlqVUROf8lvRKPnIhEODJEGFTYMHzYk1F_g-Bwo50McEssiuA1viMW13cFMyqCLdFPu-aBN-xQcMtDnu9BGUuKn5nU8T36Jy24yAPDNl/s364/Revista-adultos-4%C2%B0-trimestre-2023.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB2kHZqpot0C4YrKa2bE4F2-G2hyAgjMeDof47F76iUIDpr3PeeMZDbPBQSiP1-ijaYCGRlviTXCtoBUBlIdvjVlqVUROf8lvRKPnIhEODJEGFTYMHzYk1F_g-Bwo50McEssiuA1viMW13cFMyqCLdFPu-aBN-xQcMtDnu9BGUuKn5nU8T36Jy24yAPDNl/s320/Revista-adultos-4%C2%B0-trimestre-2023.webp" /></a></div><div style="text-align: justify;">Prezado(a) aluno(a),</div><div style="text-align: justify;">A Igreja de Cristo tem uma grande missão neste mundo: pregar o Evangelho a toda a criatura. Na prática, essa missão envolve missões transculturais, evangelização local e formação de missionários para desenvolver a obra missionária.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por causa da urgência dessa missão e sua ênfase bíblica, estudaremos o tema da obra missionária neste trimestre, fazendo uma revisão bíblica e doutrinária a respeito do tema. Nosso propósito é demonstrar que fazer missões é uma ordem que tem origem no coração de Deus e de sua natureza missionária.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como Igreja de Cristo nesse mundo, temos a responsabilidade de continuar o ministério iniciado pelo nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, conforme o livro dos Atos dos Apóstolos. Sob a direção e o poder do Espírito Santo, perseveremos em cumprir o “Ide” de nosso Senhor nestes últimos dias!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um trimestre de bênçãos!</div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pr. José Wellington Bezerra da Costa - Presidente do Conselho Administrativo</div><div style="text-align: justify;">Pr. Ronaldo Rodrigues de Souza - Diretor Executivo</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Revista Adultos 4° trimestre 2023</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>TÍTULO:</b> Até os Confins da Terra</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>TEMA E SUBTÍTULO:</b> pregando o Evangelho a todos os povos até a Volta de Cristo</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>COMENTARISTA:</b> <b>Pastor Wagner Gaby </b>é major capelão do Exército Brasileiro, tendo sido o primeiro capelão pentecostal das Forças Armadas; comentarista de Lições Bíblicas de Escola Dominical da CPAD, escritor, membro da Casa de Letras Emílio Conde e da Academia Evangélica de Letras, e célebre palestrante em Escolas Bíblicas de Obreiros pelo Brasil.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Sumario:</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 1. A Grande Comissão: Um Enfoque Etnocêntrico</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 2. Missões Transculturais: À sua Origem na Natureza de Deus</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 3. Missões Transculturais no Antigo Testamento</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 4. Missões Transculturais no Novo Testamento</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 5. Uma Perspectiva Pentecostal de Missões</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 6. Orando, Contribuindo e Fazendo Missões</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 7. A Responsabilidade da Igreja com os Missionários</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 8. Missionários Fazedores de Tendas</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 9. A Igreja e o Sustento Missionário</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 10. O Desafio da Janela 10/40</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 11. Missões e a Igreja Perseguida</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 12. O Modelo de Missões da Igreja de Antioquia</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 13. O Propósito de Missões</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lição 14. Missões e a Volta do Senhor Jesus</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em breve, aqui no Blog e no canal do youtube <a href="https://www.youtube.com/@RenatoBromochenkel/videos" rel="nofollow" target="_blank">Renato Bromochenkel</a>, os vídeos de apoio a cada lição!</div><div class="separator"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB2kHZqpot0C4YrKa2bE4F2-G2hyAgjMeDof47F76iUIDpr3PeeMZDbPBQSiP1-ijaYCGRlviTXCtoBUBlIdvjVlqVUROf8lvRKPnIhEODJEGFTYMHzYk1F_g-Bwo50McEssiuA1viMW13cFMyqCLdFPu-aBN-xQcMtDnu9BGUuKn5nU8T36Jy24yAPDNl/s364/Revista-adultos-4%C2%B0-trimestre-2023.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-33577012342532177002023-08-19T09:43:00.001-03:002023-08-19T09:43:07.553-03:00Transgênero - Que Transrealidade é Essa - Lição 08 Adultos/3º Trimestre/2023 - EBD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/QpWaMb9m7t4" width="480"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Biblicamente, os seres humanos possuem um sexo biologicamente determinado, de conformação heterossexual (Gn 2.24). No entanto, a desconstrução dos valores e a revolução sexual apresentam novas formas de sexualidade, dentre elas, a transgeneridade. Nesta lição, veremos as características desse fenômeno, a visão bíblica de sexo, gênero e os efeitos da ideologia transgênero. Nosso objetivo é reafirmar a vontade de Deus quanto ao ser humano viver de maneira coerente com o propósito divino por meio de seu sexo biológico.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-55039858131791974792023-08-09T16:00:00.003-03:002023-08-09T16:00:53.951-03:00A Desconstrução da Feminilidade Bíblica - Lição 07 Adultos/3º Trimestre/2023 - EBD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/9MzCz_QEoBA" width="480"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As Escrituras apresentam a mulher virtuosa como símbolo da feminilidade (Pv 31.10-31). Essa mulher é retratada como modelo de esposa fiel, mãe amorosa, administradora e empreendedora exemplar. Porém, em tempos pós-modernos, a feminilidade bíblica vem sendo desconstruída. Nesta lição, apresentamos o mandado divino para a mulher, as investidas do ativismo feminista e o exemplo bíblico de feminilidade. Assim, o nosso propósito é mostrar que Deus requer da mulher cristã que se porte conforme a revelação da Palavra de Deus.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-50838443840212607032023-08-03T14:04:00.007-03:002023-08-09T16:04:30.527-03:00A Desconstrução da Masculinidade Bíblica - Lição 06 Adultos/3º Trimestre/2023 - EBD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/IrAl4K85Sxc" width="480"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O conceito progressista de ruptura dos padrões bíblicos atua na desconstrução da masculinidade. Assim, os marcos judaico-cristãos do papel do homem são questionados. Nesse contexto, a masculinidade é relativizada e o modelo bíblico de homem, desconstruído. Nesta lição, apresentaremos o mandato divino para o homem, as ofensivas de desmasculinização e o exemplo de masculinidade bíblica que Deus requer do homem cristão.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-41618950534048839032023-07-28T16:05:00.005-03:002023-08-09T16:05:15.634-03:00A Dessacralização da Vida no Ventre Materno - Lição 05 Adultos/3º Trimestre/2023 - EBD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/c1p55pn5zWs" width="480"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Deus é o autor supremo da vida (Gn 2.7). Por isso, as Escrituras a valorizam desde a concepção no ventre materno (SI 139.13-16). Assim, toda ideologia que tem o objetivo de alterar o conceito da vida, desqualifica a autoridade bíblica e faz apologia à cultura de morte infantil no útero. A ideia progressista, que reivindica ao ser humano a autonomia sobre a vida, afronta a soberania divina. Nesta lição, estudaremos a concepção sobrenatural de Jesus Cristo, a apologia ideológica da cultura da morte e o conceito da sacralidade da vida no útero materno.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-44969026481626189762023-07-20T08:17:00.002-03:002023-07-20T08:17:22.993-03:00Lição 04 - Quando a Criatura Vale Mais que o Criador - Adultos - 3º Trim./2023 - CPAD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/PKMjDucR7EM" width="480"></iframe></div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-12004581798054854362023-07-18T13:14:00.015-03:002023-07-19T13:10:49.985-03:00 Verdade e Narrativa<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVnkif844hEO5insJgXznKIGqsBTGXQkuITfDzPsaB2MyqQflGNLpoSkkxBq6rvcszgORBlh6ZW9dJPpWvsBQYgrHY5gtxznhOcnBOwddEoTjx0AYtZYse_4EuJe-VNjayvncaua7GxBmPX-smxRX74yN6HIUt_LRlX7rcVKm8ilnIVejymsMLBj5EoR0U/s650/ilus%C3%A3o-%C3%B3tica-033.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="650" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVnkif844hEO5insJgXznKIGqsBTGXQkuITfDzPsaB2MyqQflGNLpoSkkxBq6rvcszgORBlh6ZW9dJPpWvsBQYgrHY5gtxznhOcnBOwddEoTjx0AYtZYse_4EuJe-VNjayvncaua7GxBmPX-smxRX74yN6HIUt_LRlX7rcVKm8ilnIVejymsMLBj5EoR0U/w200-h200/ilus%C3%A3o-%C3%B3tica-033.webp" width="200" /></a></div>Recentemente, o mundo ficou surpreso e chocado com o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No encerramento da Cúpula dos Presidentes da América do Sul, realizada no último dia 30 de maio em Brasília, Lula afirmou que uma narrativa colocou o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez como um “demônio” e que o mesmo teria acontecido com ele durante a Operação Lava Jato. Na opinião de Lula, ambos teriam sido injustamente condenados.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ao falar de “narrativa”, o que Lula quis dizer? Ora, que tudo o que aconteceu na Venezuela nos últimos dez anos - a grave crise econômica que reduziu o PIB do País em mais de 75%, gerou hiperinflação e provocou a migração massiva de venezuelanos, teria sido apenas uma forma de denegrir o País.</div><span></span><span></span><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na visão do presidente brasileiro, tudo o que se tem dito nada mais é que uma ficção bem articulada de grupos de direita para demonizar a esquerda. Ele reiterou que o mesmo ocorreu com ele. Uma “fábula” teria sido construída em torno de sua biografia para culpá-lo de algo que ele não fez. Assim, mensalão e petrolão jamais teriam existido. Tudo não passaria de mera ficção, de acordo com Luiz Inácio Lula da Silva.</div><span></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Bem, anteriormente ele já havia se comparado com Jesus Cristo. Em setembro de 2016 Lula falou que, em quesito de honestidade, teria uma história pública conhecida. "Acho que só ganha de mim, aqui no Brasil, Jesus Cristo. Só", disse ele. Em sua visão, tanto Jesus quanto ele, Lula, teriam sido injustamente condenados.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Qual é o perigo de confundir verdade com “narrativa? </b>Há uma célebre frase do ministro da propaganda na Alemanha nazista - Joseph Goebbels - que nos ajuda a entender os motivos: "Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade". Minimizar a verdade, suprimir a verdade, esconder a verdade são estratégias políticas e religiosas malignas utilizadas no decorrer da história para manipular os fatos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As afirmações recentes de Luiz Inácio surgem em um contexto pluralista e relativista que defende não existir verdade. Assim, a verdade deixa de ser o que é, como na definição socrática, e se torna o que dizemos ser ou mesmo o que desejamos que ela seja. Essa é a visão hegeliana, que sustenta a relativização de todas as coisas, para a qual não há absolutos e tudo depende do ponto de vista.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A questão, portanto, é mais que política. É filosófica e religiosa. Verdade é algo palpável, real, que pode ser averiguado. Verdade não é o que achamos ou afirmamos ser. Verdade é o que é. Nada pode ser mais demoníaco que relativizar a verdade. Jesus afirma que Ele é a verdade e que “o diabo é o pai da mentira”. Para ele, a verdade é objetiva, pode ser analisada, desmentida, denunciada. Para Jesus a verdade não é subjetiva, pois não depende do que queremos que ela seja.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Narrativa é a interpretação tendenciosa e maligna que os homens fazem dos fatos. Verdade é o que de fato aconteceu. Não se trata de uma interpretação, nem de uma distorção. Este é um dos grandes desafios filosóficos que temos em épocas de subjetivismo e relativismo tão pulsantes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Rev. Samuel Vieira</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-38414143320394221082023-07-15T11:34:00.004-03:002023-08-09T16:06:03.780-03:00O Perigo do Ensino Progressista - Lição 03 Adultos/3º Trimestre/2023 - EBD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/4Kx4zVabfMs" width="480"></iframe></div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-25896117486087533162023-07-15T11:31:00.005-03:002023-08-09T16:06:35.376-03:00A Deturpação da Doutrina Bíblica do Pecado - Lição 02 Adultos/3º Trimestre/2023 - EBD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/uIkEjNe4vIg" width="480"></iframe></div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-32577786995791366372023-07-15T11:29:00.006-03:002023-08-09T16:07:03.014-03:00A Igreja Diante do Espírito da Babilônia - Lição 01 Adultos/3º Trimestre/2023 - EBD<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/ZZdWKXlobsg" width="480"></iframe></div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-58001054771028129892023-07-11T11:45:00.001-03:002023-07-19T13:11:16.551-03:00Lições 04 – Instruções para as Mulheres (1 Tm 2.9-15) - Jovens.<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgoNOCG-9tGB4tsjLZIEJjUxJln5uAedtEX8QQ83AbRKEVBcNyJJk7KwrQGDccSgJMrdGwUl40lsaQVeTB9-Ec8LAkZLLA6TxzBZvn9lhyKhjhooX7vm-T4T4Q33KRs2kPx3zCxVT5HD8BJ5zM25HX0OnIXFR1ta50UuT4W08V7VY80HrgPbdW-hNbRdZSf" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1081" data-original-width="1283" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgoNOCG-9tGB4tsjLZIEJjUxJln5uAedtEX8QQ83AbRKEVBcNyJJk7KwrQGDccSgJMrdGwUl40lsaQVeTB9-Ec8LAkZLLA6TxzBZvn9lhyKhjhooX7vm-T4T4Q33KRs2kPx3zCxVT5HD8BJ5zM25HX0OnIXFR1ta50UuT4W08V7VY80HrgPbdW-hNbRdZSf=w200-h168" width="200" /></a></div>Logo depois de tratar da importância da oração e referir-se ao comportamento do homem no culto público (2.8), Paulo passa a referir-se aos deveres das mulheres cristãs. A primeira prescrição diz respeito ao vestuário: “Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos” (2.9). A segunda diretriz está relacionada ao papel da mulher no culto: “A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio” (2.11,12). Percebe-se também que, na segunda prescrição feita por Paulo, está contido um princípio geral relativo ao relacionamento entre a mulher e o seu marido, que é a vedação do “uso de autoridade” por parte dela, ou seja, uma eventual pretensão de mando.</div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Apesar das muitas discussões sobre o comportamento ideal da mulher cristã (a conhecida pauta dos usos e costumes), devemos considerar que é preciso haver uma distinção clara na conduta das mulheres “que fazem profissão de servir a Deus” (2.10). Quando a mulher realmente assenta no coração o propósito de viver como uma serva de Deus, está pronta para abster-se do padrão definido pelo mundo e buscar um “traje honesto, com pudor e modéstia” (2.9).</div><span></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Todo cristão equilibrado foge do radicalismo e não alimenta o legalismo; mas, de igual forma, não despreza o ensino bíblico e a correção, que produzem a necessária diferença entre quem serve a</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Deus e quem não serve. É disso que Paulo trata em 1 Timóteo 2.9,10. A expressão “em traje honesto, com pudor e modéstia” deve ser tomada como um princípio de sobriedade na maneira de vestir- se, aplicável em todas as épocas e lugares em contraposição ao padrão mundano:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A palavra ‘pudor’ (gr. aidos), subentende vergonha em exibir o corpo. Envolve a recusa de vestir-se de tal maneira que atraia atenção para o seu corpo e ultrapasse os limites da devida moderação. [...] Vestir-se de modo imodesto para despertar desejos impuros nos outros é tão errado como o desejo imoral que isso provoca. Nenhuma atividade ou condição, justifica o uso de roupas imodestas que exponham o corpo de tal maneira que provoquem desejo imoral ou concupiscência em alguém (cf. Gl 5.13; Ef. 4.27; Tt 2.11,12; Mt 5.28).<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark119">51</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fazendo um estudo do vernáculo grego, Donald Guthrie assim comenta o texto de 1 Timóteo 2.9:</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A palavra traduzida por se vistam (katastole) provavelmente se refere à conduta bem como ao vestuário. A ênfase recai sobre a modéstia que acompanha a roupa. Apenas o comportamento ordeiro ou decente está em conformidade com o espírito da adoração cristã. Isso reflete uma atitude mental correta, pois Paulo era suficientemente perspicaz para saber que a roupa de uma mulher é um espelho de sua mente. Ele parece estar excluindo qualquer ostentação exterior por ser contrária a uma atitude de oração e devoção.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As palavras decência [...] e discrição são acrescentadas para explicar o que é roupa aceitável. De novo, é uma questão de dignidade e seriedade de propósitos, em oposição à leviandade e à frivolidade. Mediante o acréscimo de uma lista de proibições relacionadas com adornos exteriores, Paulo não deixa nenhuma dúvida quanto ao que quer dizer.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fazer trança nos cabelos era um aspecto comum do penteado das mulheres judias, e as tranças requintadas eram presas com fitas e tiaras [...]. É claro que Paulo não está falando contra a atenção razoável do penteado, mas contra aquele penteado feito para chamar a atenção e que seria inadequado às mulheres cristãs. O mesmo princípio se aplica ao uso de joias ou roupas caras. Qualquer forma de ostentação tendia a prejudicar a finalidade principal da adoração.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark120">52</a></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Uma Questão de Caráter</b></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O texto paulino indica que, na época, as mulheres não cristãs tinham o costume de usar “tranças”, “ouro”, “pérolas” e “vestidos preciosos” no afã de tornarem-se atraentes. Os efésios apelavam muito para a sensualidade por meio da exposição do corpo da mulher. O uso de trajes imodestos era o meio de despertar o desejo sexual masculino, o que acontecia, inclusive, nos cultos pagãos. As mulheres da igreja efésia deveriam abster-se de tais usos, preferindo costumes recatados a fim de não chamarem a atenção para si e para os seus corpos. Esse deve ser o padrão em qualquer época: a discrição da mulher cristã como uma marca da sua conduta, fruto de uma transformação do seu caráter, o que o texto expressa com o uso dos adjetivos da honestidade, do pudor e da modéstia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Infelizmente, tem sido muito comum existirem intensos debates focados em questões externas pontuais, quando o problema reside no interior de cada um. Quando somos transformados em nosso íntimo, o que expressamos através de nosso corpo e atitudes torna- se apenas um reflexo. Enquanto o “espírito de sensualidade” domina, a consequência é a rebelde insistência para expor o corpo visando atrair o sexo oposto, ainda que essa intenção não seja reconhecida. Por isso, conforme salientado no Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal, o que se verifica do texto é que “Paulo enfatizou que o caráter interior era muito mais importante do que a aparência exterior”:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O padrão de vestir para as mulheres cristãs deveria ser caracterizado por traje honesto. O apelo que Paulo faz aqui é ao bom gosto e ao bom senso na cultura. As mulheres crentes deveriam “vestir” o seu comportamento de uma maneira que complementasse o seu caráter, em vez de discordar dele. As mulheres que adoravam na igreja cristã não deveriam ser dadas à ostentação, a enfeites caros, a e adornos excessivos. Tampouco era apropriado um modo de vestir sedutor ou sexualmente sugestivo. Elas não deveriam prejudicar a adoração, atraindo a atenção para si mesmas. Dizer que as mulheres de Éfeso não usassem tranças, ou ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos queria dizer, uma vez mais, que a sua ênfase deveria estar não na sua aparência, mas sim em quem elas eram.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark121">53</a></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Cobiça e Assédio Sexual</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O corpo da mulher deve ser adequadamente coberto para não despertar desejos sexuais. Convém lembrar, contudo, que a mesma Bíblia que reprova o mal comportamento da mulher com a exposição sensual do seu corpo também condena o pecado do homem, que, pelos olhos, se dá à cobiça (Mt 5.28; Mt 6.22,23; 1 Jo 2.16). De nada vale um culpar o outro, seja o homem cobiçoso, culpando a mulher por expor o seu corpo, seja a mulher vestida sem a devida decência, culpando o homem por conta do seu olhar malicioso. Deus não tem o culpado por inocente (Nm 1.3). “[...] cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.12).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se, por um lado, o assédio sexual deve ser reprovado, por outro é preciso que também reprovemos os comportamentos sensuais e provocativos. O cristão não pode pautar-se pelo mesmo padrão de juízo mundano, no qual falta o devido equilíbrio para censurar o pecado reinante de ambos os lados. Além do mais, há um exacerbado protecionismo da mulher pela cultura atual, como se ela agisse como uma ingênua e inocente vítima do homem em todos os casos. Isso nega a pecaminosidade e a malícia feminina. Como fez no Éden, o Senhor exerce e exercerá o perfeito juízo sobre todas as suas criaturas na proporção das suas culpas (Gn 3.14-19; Ap 20.11,12).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Uma “Doutrina de Homem”?</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há quem ignore o ensino sobre a necessidade de vestir-se bem, cobrindo adequadamente o corpo, como se isso fosse uma exigência de homens. No Éden, após a Queda, Adão e Eva vestiram-se com aventais de folhas de figueira (Gn 3.7). O próprio Senhor preparou para eles roupas decentes, “túnicas de peles” (Gn 3.21). O cuidado com o corpo é, portanto, inspirado num ato pessoal do próprio Senhor Deus. O Novo Testamento ensina-nos com clareza que nosso corpo é templo do Espírito Santo (1 Co 6.19). A maneira como cuidamos dele deve, acima de tudo, glorificar a Deus, o Senhor (1 Co 10.31; Rm 15.1,2).</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A mulher que decide servir a Deus precisa atentar com humildade para esse valioso ensino. O seu comportamento e vestuário devem ser santos, evitando roupas extravagantes (luxuosas, decotadas, transparentes, curtas ou muito coladas ao corpo). (Nesse último caso, os homens também estão incluídos!)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Não à Cultura da Afirmação</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ensinos bíblicos como o de 1 Timóteo 2.9 vão de encontro à cultura da afirmação vigente nas sociedades modernas, orientadas pelo antropocentrismo e por todo o espírito de “divinização” do homem. O esforço do indivíduo para afirmar-se perante a sociedade faz com que ele insista na ostentação dos seus padrões de conduta que não se sujeitam a qualquer tipo de paradigma convencional. Aliás, qualquer tipo de controle ou sugestão de limites para o comportamento é rotulado de cultura opressora. Isso se reflete, por exemplo, na relutância em aceitarem-se os modelos básicos de vestuário e outros usos e costumes no âmbito das igrejas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma igreja onde a liderança busca estabelecer um padrão mínimo para o comportamento do seu próprio coletivo é considerada como um “ambiente de opressão”, que reprime as pessoas quanto às suas liberdades individuais, como o “direito” de expressar a sua identidade através do seu próprio estilo — o que inclui as roupas que decidir vestir e os adereços que quiser usar. Para quem pensa assim, Paulo difundiu um padrão opressor, porque foi bem enfático em prescrever às mulheres cristãs de Éfeso o abandono de qualquer traje ou enfeite que não pudesse ser considerado honesto, decoroso e modesto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não há, porém, abertura para qualquer dúvida quanto ao propósito de Paulo: que Timóteo ensinasse a igreja de Éfeso a assumir um estilo de vida distinto da cultura mundana da época. O uso da expressão “como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus” deixa claro que o comportamento feminino já não mais poderia ser resultado de uma decisão pessoal de cada uma. Assim deve ser com todos que decidem ser discípulos de Cristo, seja homem, seja mulher, pois o chamado para servi-lo sempre importa em renúncia dos próprios desejos (Lc 9.23,24).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entre os discípulos de Cristo, portanto, não pode funcionar a tal “cultura da afirmação”, mas a “cultura da negação” (Lc 9.23). Deve prevalecer um espírito de mansidão e humildade (Mt 11.29), inspirador de atitudes concretas de renúncia de nossas vontades pessoais (Mt 16.24).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>O Ministério Feminino</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Após ensinar a respeito da conduta da mulher no seu jeito de vestir, Paulo passa a tratar da participação feminina no culto público, como ele já havia feito na carta aos Coríntios, o que demonstra, desde logo, que o seu ensino não estava circunscrito a uma realidade exclusiva de Éfeso: “As mulheres estejam caladas nas igrejas, porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja” (1 Co 14.34,35). O ensino em Éfeso deveria ser semelhante: “As mulheres aprendam em silêncio, com toda a sujeição”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esses textos estão entre os que mais incomodam os teólogos progressistas, que não se conformam com ensinos que contrariam as suas próprias visões de temas relativos a pautas como o ministério feminino. Herdeiros do liberalismo teológico, tais teólogos negam a plena inspiração das Escrituras, bem como a sua inerrância e infalibilidade, e sustentam a tese de que a Bíblia precisa ser atualizada. Cremos, contudo, que as Escrituras são a Palavra de Deus eterna e imutável (Sl 119.89), não contêm erros e têm forma normativa para a vida humana em todos os tempos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O texto bíblico sob análise é bastante claro em alguns aspectos: o primeiro é que a mulher pode aprender — isso é um avanço trazido pelo cristianismo —, mas “em silêncio, com toda a sujeição”. A postura humilde da mulher para aprender é condição fundamental. Aprender em silêncio na igreja é a condição clara contida no versículo 11. Na sequência, Paulo afirma que a mulher não deve ensinar. Até aqui, a recomendação está claramente mais voltada para o aspecto público, mas quando o apóstolo diz “nem use de autoridade sobre o marido”, fica clara uma aplicação de aspecto geral.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A mulher não usar de autoridade sobre o marido quanto ao ambiente da igreja deixa induvidosa a impossibilidade do pastorado feminino. Cogitar diferentemente seria o mesmo que afirmar que a mulher não deve usar de autoridade sobre o marido em aspecto algum da vida, exceto se exercer a condição de “pastora”. Fato é que a expressão complementar contida no versículo 12 — “mas que esteja em silêncio” — é nitidamente um reforço ao ensino relativo ao culto público, ou seja, ao ambiente em que ela poderá aprender, só que em silêncio.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É preciso compreender, contudo, que o ensino paulino não corresponde a uma proibição total à participação da mulher no serviço público do Reino de Deus. Como sabemos, as mulheres tiveram participação ativa no ministério de Jesus. Elas acompanhavam o Mestre junto com os seus discípulos e contribuíam com os seus bens (Lc 8.1-3). Em vários outros textos do Novo Testamento, elas aparecem como importantes cooperadoras, inclusive ensinando a outros (At 16.11-15; 18.24-26; Rm 16.1-15; Fp 4.3; Cl 4.15). O que não há nas Escrituras é fundamento para o ministério feminino de liderança ou pastoreio de igrejas. Como comenta Donald Stamps: “O homem e a mulher são igualmente amados e preciosos à vista de Deus (Gl 3.27,28). Porém, foi ao homem que Deus entregou a responsabilidade de direção da família e da igreja”:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[1 Tm 2.12-25] mostra que não é permitido na igreja a mulher ensinar de modo normativo, diretivo e terminante, como faz o dirigente da congregação (cf. 1 Co 14.34). Entretanto, isto não quer dizer que é proibido à mulher cristã ensinar a homens individualmente (como em At 18.26); profetizar no culto da igreja, sob o impulso direto do Espírito Santo (1 Co 11.5,6 [...]); ensinar na igreja a outras mulheres, inclusive aos jovens (Tt 2.3,5 [...]); evangelizar em sua casa, instruindo homens e mulheres nos caminhos do Senhor (At 16.14,40).<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark122">54</a></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;">Assim, em vez de intensificar-se o debate acerca do pastorado feminino — tema, por sinal, totalmente ausente da Bíblia —, o mais sábio é que a mulher cristã concentre os seus esforços em tudo o que pode fazer no Reino de Deus em vez de insistir no que as Escrituras não prescrevem que ela faça. O cristianismo ampliou as oportunidades da mulher, e não as restringiu, mas responsabilidades como o pastorado foram dadas aos homens.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><b>A Peculiaridade de Éfeso</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por que Paulo foi tão contundente ao tratar do comportamento da mulher na sua carta a Timóteo? São várias as opiniões. O mais provável é que estivesse havendo algum excesso na igreja de Éfeso, a favor ou contra a participação da mulher no culto. Por isso, foi preciso tratar do assunto de maneira enfática.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Antes de vermos um caráter repressivo na conduta paulina, precisamos considerar que a mulher enfrentava sérias restrições tanto na cultura grega como na judaica, inclusive para estudar. Conforme Donald Guthrie:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Proibições rabínicas eram muito mais sérias do que as proibições cristãs, já que a mulher, embora teoricamente tivesse permissão para ler a Torá em público, na prática não tinha autorização para ensinar nem mesmo crianças pequenas.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark123">55</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O que temos, então, é que o cristianismo trouxe verdadeira revolução quanto à oportunidade de a mulher aprender, e não o contrário. É possível, assim, que a instrução de Paulo estava apenas trazendo ordem para um aspecto liberalizante e não restritivo produzido pela fé cristã.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Independentemente da questão local que tenha chegado à mente de Paulo para que este escrevesse sobre esse assunto tão específico na sua carta a Timóteo, o fundamento para a sua prescrição normativa não é casuístico ou isolado, ou seja, o ensino para que a mulher aprendesse em silêncio não era exclusivo para Éfeso por alguma distorção local.</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se Paulo tivesse terminado o seu ensino sobre as mulheres no versículo 12, seria possível aos hermeneutas progressistas buscarem mil razões fora do texto para um suposto “porquê” da norma contida nos versos 11 e 12. Contudo, o “porquê” de a mulher não poder ser a fonte do ensino diretivo da igreja — exercer o ofício de liderança do rebanho — está nos versículos 13 e 14: “Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A primeira razão é a precedência do homem em relação à mulher. Quando Gênesis descreve a criação do homem e, depois, da mulher (Gn 1.26,27; 2.18-22), está apresentando o propósito divino de ter o homem como líder e a mulher como a sua ajudadora (Gn 2.18).<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark124">56</a> A narrativa bíblica é clara no sentido de a mulher ter sido criada para suprir a necessidade do homem de ter uma companheira, “uma auxiliadora que lhe fosse idônea” (Gn 2.18, ARA). Foi o próprio Criador quem disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”, isto é, que lhe assista.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A segunda razão apresentada por Paulo é o fato de Eva ter sido enganada e caído em transgressão (2.14). “Eva, ao agir como chefe, independente do seu marido, comeu do fruto proibido”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark125">57</a> Essas são, portanto, as razões bíblicas citadas por Paulo pelas quais o homem deve ser o chefe e líder espiritual no lar e na igreja; são razões imutáveis, sem nenhuma possibilidade de alteração em função de contextos econômicos, sociais, políticos ou culturais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Calada sempre?</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os ensinos de Paulo em 1 Timóteo 2.11-14 são específicos para o culto público ou também representam um princípio aplicável à vida da mulher em todas as esferas da vida? Como já abordado, a Bíblia apresenta a mulher desempenhando vários ministérios (serviços) na igreja. O texto paulino tem uma aplicação no culto público relacionado ao ensino “normativo, diretivo e terminante”, como já assinalado. Apesar dessa aplicação a priori específica, há que se considerar, todavia, que, em um sentido geral, o que a Palavra de Deus estabelece é que a mulher deve ter uma vida discreta. Ela pode expressar-se, mas é sábio que observe o tempo, o lugar e o modo corretos. Ao falar da mulher virtuosa, Salomão diz que ela “abre a boca com sabedoria e a lei da beneficência está na sua língua” (Pv 31.26).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A mulher pode ser muito útil com as suas opiniões e instruções em muitos âmbitos, conquanto que “abra a boca com sabedoria” e esteja subordinada a uma permanente lei, a da beneficência, para que jamais fale o que possa fazer mal a alguém. O que se espera é que as palavras da mulher (assim como as do homem!) sempre façam o bem para quem a ouve.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Temos vários exemplos na Bíblia de mulheres que falaram com sabedoria. Abigail foi uma delas (1 Sm 25.24-26). O apóstolo Pedro aconselhou à mulher cujo marido não é crente a manter-se sujeita a ele e com um bom comportamento, para que ele seja “ganho sem palavra” (1 Pe 3.1). Aliás, de forma semelhante a Paulo, Pedro ensina às mulheres que tenham uma vida pura, em temor a Deus, valorizando mais a sua beleza interior do que a exterior (1 Pe 3.2-6). Sem temer a Deus e confiar plenamente na sua Palavra, nenhuma mulher encontrará condições de fazer tudo isso, ainda mais numa sociedade tão progressista, na qual as mulheres que ainda resistem e insistem no seu papel de esposa e mãe são desprezadas e até ridicularizadas, notadamente pelo público feminino, ante o espírito feminista que se multiplica em todas as esferas da sociedade e com muita influência nas igrejas evangélicas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>O Feminismo Evangélico</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Brasil é um país majoritariamente cristão e com um contingente evangélico muito grande. Dados da prévia do Censo de 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 28 de dezembro de 2022 dão conta de que o país tem 207,8 milhões de habitantes. Desse universo, cerca de 64,6% são católicos e 22,2% são evangélicos. Portanto, em torno de 86,8% da população considera-se cristã.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nos últimos anos, tornou-se bem acentuada a polarização política e ideológica entre Direita e Esquerda em nosso país, principalmente em função de valores morais e costumes. Dentre os cristãos, a absoluta maioria declara-se de Direita. Entretanto, em certos temas, a prática demonstra o contrário. Uma delas é a que trata do papel da mulher e a sua posição na família, na igreja e na sociedade em geral.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Cresce assustadoramente no Brasil o chamado “feminismo evangélico”, fenômeno que já assombrou e causou muitos prejuízos na Europa protestante e nos Estados Unidos da América. Mas, ao que se percebe, a grande preocupação com a “esquerda teológica” em nosso país tem deixado ao largo um dos mais inflamados temas do esquerdismo, que é o feminismo. Não são poucos os evangélicos que se consideram de Direita, mas que, quando o assunto é o papel da mulher, falam e agem segundo a agenda esquerdista, talvez em nome do politicamente correto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O grande problema é o que o feminismo evangélico causa na vida da igreja, especialmente pela abertura de caminho para outras distorções teológicas. Estudioso do assunto, Wayne Grudem alerta para o fato de que “o feminismo evangélico está se tornando um novo caminho para o liberalismo teológico para os evangélicos da nossa geração”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark126">58</a> Citando trechos da sua obra Evangelical Feminism: A New Path to Liberalism? [Feminismo Evangélico: Um Novo Caminho para o Liberalismo?], Grudem denuncia o feminismo como uma evidente manifestação da teologia liberal e observa as consequências de negar-se a autoridade das Escrituras para acomodar o pensamento feminista moderno:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma vez corroída ou negada a autoridade da Escritura, certas consequências decorrem previsivelmente em uma denominação após a outra e algumas dessas consequências já se veem entre os feministas evangélicos, conforme observadas nos seguintes pontos:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As tendências recentes mostram agora que os feministas evangélicos caminham para a negação de tudo o que for particularmente masculino, para um Adão andrógino, que não é homem nem mulher, e para um Jesus cuja humanidade não tem importância. Esse já é um passo comum nos textos dos feministas evangélicos.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark127">59</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na sequência do seu texto, Grudem aponta que os passos seguintes são (1) “defender que Deus seja chamado de ‘nossa Mãe no céu’”; (2) “o crescente movimento a favor da aprovação da legitimidade moral do homossexualismo e (3) a “ordenação de homossexuais e a aprovação deles, colocando-os nas altas posições de liderança da igreja”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark128">60</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Essa é uma das razões pelas quais é um terrível engano imaginar-se estar combatendo a Esquerda com movimentos políticos, enquanto acolhemos os seus fundamentos em nossos púlpitos, práticas eclesiásticas e vida cotidiana, com pouca ou nenhuma contestação, como é o que se vê em relação ao crescente discurso feminista evangélico. A defesa do pastorado feminino é o carro-chefe nesse escandaloso movimento esquerdista. A grande questão, portanto, não é ser de Direita ou de Esquerda, é ser bíblico. É crer na Palavra de Deus e viver de acordo com o que ela prescreve.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>“Salvar-se-á Gerando Filhos”</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fechando o ensino relativo às mulheres, Paulo faz mais uma declaração que não encontra consenso entre os exegetas. Trata-se do versículo 15 de 1 Timóteo 2. O que Paulo realmente quis dizer com a expressão “[A mulher] salvar-se-á, porém, dando à luz filhos”? A primeira coisa a ser afirmada é que gerar filhos não é uma condição para a salvação. Do contrário, o que seria das estéreis? Todos — homens e mulheres — somos salvos pela graça de Deus, e não por qualquer mérito nosso (Ef 2.8-10).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por outro lado, é evidente que Paulo não fez uma afirmação aleatória e sem sentido algum. O que entendemos é que Paulo mencionou a geração de filhos como uma condição natural a que a mulher é submetida, tendo em vista, certamente, as dores que ela passou a sentir após o pecado (Gn 3.16). Assim, como todos os seres humanos devem obedecer a Deus e cumprir os seus propósitos, a mulher deve fazê-lo exercendo a maternidade, propósito a ela atribuído: “As mulheres que desempenham o seu papel designado por Deus, de dar à luz e de criar os filhos, estão demonstrando um verdadeiro compromisso e uma verdadeira obediência a Cristo”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark129">61</a></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">John Kelly vê uma ligação indispensável entre o versículo 15 e os versos anteriores, no sentido de que Paulo teria tido a intenção de retirar qualquer impressão de que a mulher estivesse sujeita ao “desagrado permanente de Deus”, eis que também seria salva. A sua salvação, porém, não se daria “por meio de realizar tarefas masculinas, tais como ensinar na igreja, mas, sim, através da sua missão de mãe”:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Seu caminho para a salvação, noutras palavras, consiste em aceitar o papel que foi claramente destinado a ela em Gn 3:16 (“em meio de dores darás à luz filhos”). Até mesmo isto, no entanto, exige uma qualificação adicional, visto que a maternidade é o destino comum de todas as mulheres, e, de qualquer maneira, a salvação não é obtida mediante meras obras. Destarte, o Apóstolo acrescenta, como uma segunda condição vital, se elas permanecerem em fé e amor e santificação, com bom senso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] Esta parece ser a única interpretação natural da passagem, por mais desagradável que a atitude para com as mulheres aqui subentendida seja vista por padrões cristãos contemporâneos.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark130">62</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por que será, então, que se discute tanto sobre o exercício de funções executivas para a mulher, inclusive na igreja, e tanto se minimiza o seu papel como esposa e mãe? Não há como deixar de ver nisso, mais uma vez, o esforço humano de tentar fazer prevalecer a sua própria vontade sobre a vontade de Deus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Hans Bürki desenvolve um pensamento que nos faz entender que o ensino de Paulo tinha como finalidade evitar o orgulho espiritual das mulheres, que poderiam passar a acreditar que o fato de receberem dons e desempenhá-los na igreja iria torná-las isentas dos seus deveres primários:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma profetisa (e suas seguidoras) ou um herege e seu grupo poderiam ter declarado por “instrução divina”: por meio de Cristo a nova ordem do mundo já se concretizou. Ele libertou a mulher de sua comunhão de jugo com o homem, porque o Espírito de Deus lhe fala diretamente e lhe ordena o que tem de fazer e ensinar. A profetisa é consagrada a Deus e por isso redimida de sua sexualidade, de parir filhos e dos fardos domésticos. Agora possui uma incumbência superior que supera tudo o que havia antes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] A mulher casada, porém, não encontra a salvação soltando-se dos laços matrimoniais e maternais, acreditando alcançar uma liberdade superior. No meio de suas labutas e dores cotidianas, terrenas e naturais ela é capaz de concretizar em todos os sentidos a santificação, de ativar a fé e o amor, e de fazer brilhar em tudo a verdadeira força ética da mulher. Permanecendo nisso, e não se deixando seduzir para outro caminho, ela será salva, mesmo através das dores da maternidade.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark131">63</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Nem Feminismo e nem Machismo</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O que se pode ser dito, para concluir, é que homens e mulheres devem viver em amor, honrando e respeitando uns aos outros, atentos para os seus respectivos deveres. Isso agrada e glorifica ao Senhor Deus. As razões apresentadas por Paulo para tratar da posição da mulher no lar e na igreja não foram culturais, mas bíblicas — logo, imutáveis. Bem faremos se atentarmos para o ensino das Escrituras, em vez de enredarmo-nos com as ideias progressistas, que não encontram outro fundamento senão os próprios desejos da sociedade moderna. Hoje, mais do que nunca, há teologia para todos os gostos. Como Paulo já havia advertido, chegaria o tempo em que a sã doutrina não seria suportada, o que levaria ao surgimento de muitos doutores segundo os desejos das massas (2 Tm 4.3).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Bíblia não é um livro feminista e nem machista. Ela não tem compromisso com movimentos, conceitos ou ideologias humanas. Como Palavra de Deus, prescreve condutas e papéis distintos para pessoas distintas, conforme o plano divino para cada uma delas. Todos os que creem e praticam o que nela está escrito serão salvos se permanecerem “com modéstia na fé, no amor e na santificação” (1 Tm 2.15).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Sobre o Autor</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nome do Autor Silas Queiroz é pastor na Assembleia de Deus em Ji-Paraná (RO), e procurador-geral no mesmo município. Formado em Direito pela Universidade Luterana do Brasil e bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Logos (FAETEL). Casado há 30 anos com Jocineide Machado de Almeida Queiróz e pai de Silas Junior, Gabriel e Ana Carolina.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">47 Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1865.</div><div style="text-align: justify;">48 GUTHRIE, Donald. 1 e 2 Timóteo e Tito. Introdução e Comentário. 1.ed. São Paulo: Vida Nova, 2020, p. 80.</div><div style="text-align: justify;">49 Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal. Vol. 2. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, p. 489.</div><div style="text-align: justify;">50 Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1866.</div> <div style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark110">55 </a>Op.cit.,p. 81, 82</div><div style="text-align: justify;">56 Na obra Fundamentos Bíblicos para a Masculinidade e a Feminilidade,Wayne Grudem apresenta “Dez Motivos que Mostram a Liderança Masculina no Casamento Antes da Queda”, sendo eles: “1. A ordem.Adão foi criado primeiro, depois Eva (perceba a sequência em Gn 2.7 e Gn 2.18-23) [...]. 2. A representação:Adão, e não Eva, tinha o papel especial de representar a raça humana [...]. 3. O dar nome à mulher: Quando Deus fez a primeira mulher ‘e a trouxe ao homem’, a Bíblia diz: E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne;chamar-se-á mulher, porquanto do homem foi tomada. —Gn 2.23 [...]. 4. O dar nome à raça humana: Deus deu à raça humana o nome ‘homem’, e não ‘mulher’ [...]. 5. A principal responsabilidade.Deus falou primeiro a Adão após a Queda [...]. 6. O propósito.Eva foi criada como auxiliadora para Adão, e não Adão como auxiliador para Eva [...]. 7. O conflito.A maldição trouxe uma distorção dos papéis anteriores, e não a introdução de novos papéis [...]. 8. A restauração:Quando chegamos ao Novo Testamento, a salvação em Cristo reafirma a ordem criada [...]. 9. O mistério.Desde o começo da criação, o casamento foi um retrato do relacionamento entre Cristo e a igreja [...]. 10. O Paralelo com a Trindade.A igualdade, as diferenças e a unidade entre homens e mulheres refletem a igualdade, as diferenças e a unidade na Trindade” (GRUDEM, Wayne. Fundamentos Bíblicos para a Masculinidade e a Feminilidade.1.ed. Niterói: Templo de Colheita, 2013, p. 25/36).</div><div style="text-align: justify;">57 Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1866.</div><div style="text-align: justify;">58 GRUDEM, Wayne. Confrontando o Feminismo Evangélico.1.ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 220.</div><div style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark114">59 </a>Op. cit.,p. 220, 221.</div><div style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark115">60 </a>Idem, p. 221.</div><div style="text-align: justify;">61 Comentário Aplicação Pessoal, p. 493.</div><div style="text-align: justify;">62 John N. D. Kelly. I e II Timóteo e Tito. Introdução e Comentário.1.ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1983, p. 72.</div><div style="text-align: justify;">63 HANS, Bürki & BOOR, Werner de. Carta aos Tessalonicenses, Timóteo, Tito e Filemom. 1.ed. Curitiba, Editora Esperança, 2007, p. 205.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-20726584042603254042023-07-11T11:26:00.001-03:002023-07-19T13:11:37.510-03:00Lição 03 – Instruções a Respeito da Oração (1 Tm 2.1-8) - Jovens.<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg-J0Iqej8H-EI__qU_-Ij2a-7akCuya2TuS39zFsyEobqZmKfK0A4X9f__nypcsQQFbr2cUrhLqqAjECh9pVX22XPmjSEYH4ocOW5RJGBnot-c7TmeRTTh8IpP1vfDkiKyibcUR4nzzZReb8u7WJ2o8JXz4FNc9Sz2oKx-LeP35BCKF0apZEEmLtXgJT1R" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1119" data-original-width="1283" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg-J0Iqej8H-EI__qU_-Ij2a-7akCuya2TuS39zFsyEobqZmKfK0A4X9f__nypcsQQFbr2cUrhLqqAjECh9pVX22XPmjSEYH4ocOW5RJGBnot-c7TmeRTTh8IpP1vfDkiKyibcUR4nzzZReb8u7WJ2o8JXz4FNc9Sz2oKx-LeP35BCKF0apZEEmLtXgJT1R" width="172" /></a></div>Depois da saudação pessoal e da recomendação feita a Timóteo quanto aos falsos mestres, Paulo principia o aspecto prático da sua carta falando de algo que deve ser essencial na vida de todo cristão e de toda a igreja: a oração (1 Tm 2.1). O jovem pastor deveria zelar pela oração na sua vida e ensinar a igreja local e os seus líderes a fazerem o mesmo, o que incluía o culto público (2.8). A expressão “antes de tudo” revela o caráter prioritário da oração. As múltiplas formas de oração (“deprecações, orações, intercessões e ações de graças” — 2.1) indicam, por um lado, como a prática deveria estar inserida no viver individual e coletivo dos efésios; e, por outro, como deveriam ser amplas.</div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br />Acerca das formas de oração em si, podemos dizer em poucas palavras que deprecação é uma súplica por uma necessidade específica. Oração é um termo genérico e pode expressar desde petições feitas em favor de si mesmo, ou por necessidades gerais, sendo, portanto, toda e qualquer expressão verbal dirigida ao Senhor Deus. Interceder é orar em favor de outra pessoa. Ação de graças é uma expressão de gratidão.</div><span></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Timóteo e toda a igreja deveriam fazer todo tipo de oração: por eles mesmos, por todos os homens e, como uma nota especial no texto, por todas as autoridades (2.2). Orar é, antes de tudo, uma recomendação que se aplica a todos nós em relação a toda e qualquer área da vida. Há nisso um aspecto temporal e prático.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Orar primeiro e orar antes de tudo significa, por exemplo, que não devemos começar o dia sem orar; que não devemos iniciar uma viagem sem orar; que precisamos orar e buscar a vontade de Deus para todas as decisões de nossa vida (Tg 4.13-16). Orar é, antes de tudo, reconhecer a soberania de Deus e dar a Ele o controle de nosso viver. Devemos orar sem cessar (1 Ts 5.17; Cl 4.2).</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>Oração e Relacionamento</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A oração sempre fez parte do cotidiano de todos os que buscaram ter um relacionamento com Deus, o Senhor. Essa comunhão pessoal diária foi estabelecida pelo próprio Criador, que vinha ao jardim do Éden todos os dias para falar com Adão e Eva (Gn 3.8). Abel tinha o costume de oferecer sacrifícios ao Senhor (Gn 4.4). Nos dias de Sete, o terceiro filho do primeiro casal, “Sob o incentivo de [seu filho] Enos, tiveram começo as orações e o culto público ao Senhor”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark91">37 </a>A comunhão de Enoque com Deus foi tão intensa que ele foi trasladado, ou seja, levado diretamente ao Céu sem provar a morte (Gn 5.24). Outros heróis da fé, como Abraão, Isaque e Jacó, levantavam altares ao Senhor e lutavam em oração (Gn 18.17-33; 24.63; 32.22-30; 33.18-20).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Jesus passava longas horas em oração — às vezes, noites inteiras (Mc 1.35; Lc 5.16; 6.12; Mt 14.23; 26.36-40) — e deixou-nos uma expressa recomendação sobre a necessidade imperativa de orar (Mt 26.41). Os crentes primitivos eram perseverantes na oração (At 2.42; 3.1; 4.24-31; 12.5). Paulo escreveu seguidas vezes sobre a essencialidade da oração para a vida cristã: “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17); “perseverai na oração” (Rm 12.12); “orando em todo o tempo” (Ef 6.18). Ele próprio vivia lutando em oração por si mesmo e em favor de todos os santos (Ef 1.16; 3.14-19; Cl 1.9; Fp 1.3,4).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A oração é simplesmente vital para um viver espiritual vitorioso. Nossa comunicação verbal com Deus todos os dias, especialmente assim que acordamos, restaura nossas forças (Sl 5.3; 88.13; 119.147). Nossa alma é fortalecida. Recebemos ânimo para encarar os desafios diários. Através da oração, podemos guardar o contacto com nosso Salvador, como diz o hino sacro 77 da Harpa Cristã. Isso nos permite “cantar nas lutas e na dor” e “ser alegre, qual bom lutador”. Quando estamos vivendo em oração, “a nuvem do mal não [nos cobre]”, e podemos, “neste mundo, todo o mal vencer”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Oração e Dependência de Deus</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando nos lembramos de orar em primeiro lugar, é porque nos consideramos dependentes de Deus acima de tudo; e quanto mais nos lançamos a fazer as coisas sem antes orarmos ao Senhor, mais estamos demonstrando nossa ausência de fé, um sinal trágico dos últimos dias, do qual Jesus alertou-nos em várias ocasiões, como quando contou a parábola do juíz iníquo (Lc 18.1-8).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na apresentação do clássico Heróis da Fé, no qual se relata a história de “vinte homens extraordinários que incendiaram o mundo”, Orlando Boyer testemunha que, após ler cuidadosamente as biografias dos maiores vultos da Igreja de Cristo, se conclui que “nunca se pode atribuir êxito de qualquer deles unicamente a seus próprios talentos e força de vontade”. Boyer cita a experiência específica que ele teve durante a pesquisa sobre a vida de Adoniran Judson:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando estávamos quase a concluir que houvesse alguns verdadeiros heróis da Igreja, realmente grandes em si mesmos, encontramos outra biografia dele, escrita por um de seus filhos, Eduardo Judson. Nessa preciosa obra descobre-se que esse talentoso missionário passava diariamente horas a fio, de noite e de madrugada, em íntima comunhão com Deus, em oração.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Qual foi, então, o mistério do incrível êxito dos heróis da Igreja de Cristo? Esse mistério foi a profunda comunhão com Deus que esses homens observaram.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark92">38</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>O Perigo do Secularismo</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tem-se tornado recorrente a refutação à prática da oração diante de inúmeras questões da vida moderna, incluindo as de ordem política, como assistimos em nosso país recentemente. Quantas vezes a exortação à oração tem sido duramente rechaçada por muitos cristãos, que insistem que a saída é “agir”, como se oração tivesse o sentido de inação ou inatividade. Isso tem a ver com o secularismo, a “doutrina que ignora os princípios espirituais na condução dos negócios humanos”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark93">39</a> Conforme assinala o pastor Claudionor Corrêa de Andrade: “O secularismo, ou materialismo, tem o homem, e somente o homem, como a medida de todas as coisas”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark94">40</a> Isso explica o excesso de confiança em estruturas humanas, como a política secular.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Muito longe de representar inatividade ou omissão, orar é uma das ações mais difíceis, porém mais eficazes — na verdade, a mais eficaz. Por isso, Paulo adverte Timóteo a que, “antes de tudo”, ele e a igreja efésia deveriam dedicar-se a todo tipo de oração: “deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade” (1 Tm 2.1,2). Paulo não ensinou que a prioridade fosse qualquer outra atitude, nem mesmo sair às ruas e protestar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É fundamental, portanto, que busquemos nas Escrituras a orientação correta para nossas atitudes individuais como cristãos e nossa atitude coletiva como igreja local e, por extensão, em todo o plano nacional (isso para ficarmos limitados ao nosso país). Qual o papel da igreja brasileira ante às questões públicas que nos inquietam? Esse é um assunto bastante controverso e complexo. Uma coisa sabemos de antemão: antes de qualquer outra atitude, devemos orar. Essa é a lição básica do texto de 1 Timóteo 2.1-8.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>O Contexto Político de 1 Timóteo</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando Paulo escreveu 1 Timóteo, no ano 65 d.C., o Império Romano estava em agitação por causa dos atos insanos do seu jovem imperador, Nero Cláudio César Druso Germânico, que começou a governar Roma em 54 d.C. com apenas 17 anos de idade e ficou no poder até a sua morte, em 68. Orlando Boyer resume a sua história assim:</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O nome Nero não aparece nas Escrituras, mas foi a esse César que o apóstolo Paulo apelou, At 25.11. Era um monstro de crueldade. Envenenou a Britânico; mandou matar à espada a sua própria mãe, Agripina; sua mulher, Otávia, suicidou-se, abrindo as veias por ordem do marido; ele próprio matou com um pontapé sua segunda mulher, Popéia. Atribui-se-lhe o incêndio de Roma, a que assistiu declamando versos que compusera. Fez morrer nos suplícios milhares de cristãos, a quem acusou desse incêndio. Por fim o Senado declarou-o inimigo público. Vendo-se perdido, suicidou- se.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark95">41</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Apesar dessa dura realidade política, não encontramos Paulo fazendo qualquer referência no sentido de instigar Timóteo ou os crentes de Éfeso a envolverem-se em projetos de dominação humana. John Stott qualifica a exortação de Paulo como uma “instrução notável” e explica:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] naquela época, não existia nenhum governante cristão em nenhum lugar do mundo. O imperador que reinava era Nero, cuja vaidade, crueldade e hostilidade à fé cristã eram conhecidas por todos. A perseguição à igreja, a princípio intermitente, logo se tornaria sistemática, e os cristãos estavam compreensivelmente apreensivos. No entanto, recorreram à oração.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark96">42</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na verdade, a vida de Paulo desde a sua conversão havia sido posta em prova diante de perseguições dos judeus e de várias prisões pelas autoridades romanas, como durante os cinco anos que passou encarcerado, desde Jerusalém, passando por Cesareia, até os dois anos em prisão domiciliar em Roma (58–63 d.C.). Assim, todo o seu ministério foi marcado por conflitos públicos. Nem por isso vemos Paulo entregue ao ativismo político. A sua recomendação a Timóteo — para que a igreja tivesse uma vida quieta e sossegada — era, antes de tudo, a prática intensa da oração.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para alguns dos críticos de Paulo, ele seria um conformista que deveria ter-se levantado contra as injustiças do seu tempo. Contudo, o mais importante é considerar a visão paulina da natureza espiritual do Reino de Deus, herdada do próprio Cristo, que declarou abertamente que o seu Reino não era deste mundo: “[...] se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus [...].” (Jo 18.36)</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A maneira mais eficaz de buscar o Reino de Deus e a sua justiça continua sendo exatamente por meio da oração. Isso extraímos da própria oração modelo, ensinada por Jesus: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu” (Mt 6.9,10).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Não ao Domínio, Sim ao Dever</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A preocupação da igreja não deve ser com o domínio das estruturas políticas, mesmo que a alegação seja garantir a sua vida em piedade, facilitar ou proporcionar a expansão do evangelho. Eventual controle político não assegura isso a ninguém! O poder espiritual, acima de tudo, deve ser o alvo da igreja. A participação política da igreja pode ocorrer de forma orgânica, ou seja, como um processo natural, por intermédio dos seus membros que, tendo vocação para a vida pública, alcançam posições nas estruturas de governo. Isso pode acontecer em cargos eletivos ou não. O problema é quando isso é confundido com a participação da igreja como instituição, ou com a confusão do sagrado com o secular, isto é, o uso dos espaços do culto para a promoção de projetos de poder pessoais ou de grupos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A exposição da boa doutrina deve ter em si mesma o poder de libertar do engano e conduzir-nos a atitudes sábias, diante de Deus e dos homens, incluindo as escolhas políticas. Já o fascínio pelo poder pode levar-nos a negligenciar o mais importante, que é a oração pelas autoridades. Quando Paulo recomenda ao jovem pastor Timóteo que ore e ensine a igreja a orar, é porque ele sabe que é mediante a busca da presença e ação divinas que serão debelados todos os levantes dos inimigos da obra de Deus — que podem estar entre os homens em geral (“todos os homens”, cf. 1.1) ou especificamente entre os “que estão em iminência”, dentre os quais estão “os reis” (1.2).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Orar pelos “reis” da terra — as autoridades constituídas em geral</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">— faz com que o Senhor dirija o seu coração dentro da sua vontade soberana, o que resulta em proporcionar uma vida quieta e sossegada para o seu povo. Provérbios 21.1 diz: “Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do SENHOR; a tudo quanto quer o inclina”. Por isso, podemos crer que as atitudes das autoridades podem ser direcionadas diretamente por Deus, segundo o seu propósito, à medida que a igreja ora.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O propósito dos cristãos ao orar pelas autoridades deve ser obter condições favoráveis para adorar a Deus e viver de forma justa diante dos homens, dando bom testemunho. É isso que entendemos da expressão “em toda a piedade e honestidade” (1.2). Assim, temos: primeiro, a oração pelas autoridades; segundo, a ação divina guiando-as para que seja construído um ambiente favorável para o povo de Deus (“vida quieta e sossegada”); terceiro, uma vida de entrega à vontade de Deus, “em toda a piedade e honestidade”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O desapego quanto ao domínio político é visto do começo ao fim do processo. O início é a oração, e a sua consecução é uma vida espiritual plena (“toda a piedade”), corroborada por uma vida de testemunho público que glorifique a Deus (“toda a [...] honestidade”). Esse viver glorificando a Deus pode ocorrer, inclusive, no exercício de funções públicas, ocupadas em decorrência de eleição ou concurso público, como cargos efetivos nas estruturas públicas de quaisquer níveis, instâncias ou poderes. Qualquer que seja o processo, só funciona para o cristão se for trilhado com justiça e ética.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim, a despeito de não ser parte de um projeto de poder institucional ou de grupo, o cristão que tem visão espiritual correta e senso de dever guiado por Deus pode desempenhar papéis relevantes em cargos executivos, no Legislativo, no Judiciário, no Ministério Público, em escolas e universidades, em hospitais, em corporações e unidades de segurança, em empresas e em muitos outros espaços públicos ou privados. Deus pode levar qualquer servo seu a ocupar posições estratégicas, mas não por um desejo de poder ou dominação, mas por nossa disposição de cumprir nossa missão como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>O Trágico Exemplo dos Judeus</b></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;">O ensino de Paulo estava na contramão da conhecida e reiterada conduta de muitos judeus que, inconformados com o juízo de Deus sobre a nação desde o início dos exílios e da primeira Diáspora, ocorridos quando do cativeiro sob a Assíria, em 734 e 722 a.C. (2 Rs 15.29; 17.5,6),<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark97">43</a> tentavam reconquistar pela força a independência política, a liberdade religiosa, os costumes e tradições e o domínio do território de Israel, como ocorreu na Revolta dos Macabeus e em tantos outros levantes dos judeus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O historiador judeu Flávio Josefo detecta bem o nascimento desse sentimento de revolta dos judeus. Ele conta a história do sacerdote Matatias, que expressava o seu inconformismo aos seus filhos e incitava-os a agir pela força em defesa das leis e da religião judaica:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esse virtuoso e nobre judeu queixava-se frequentemente a seus filhos do estado deplorável em que a nação se encontrava: da ruína de Jerusalém, da desolação do Templo e de tantos outros males que a afligiam. E acrescentava que lhes seria melhor morrer pela defesa das leis e da religião de seus pais que viver sem honra em meio a tantos sofrimentos.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark98">44</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Matatias e os seus filhos lideraram uma revolta armada quando receberam enviados do rei Antíoco IV Epifânio (215–162 a.C.), da dinastia selêucida,<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark99">45</a> que chegaram à aldeia onde moravam para obrigar os judeus a executar as suas ordens, como narra Josefo:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] dirigiram-se primeiramente a Matatias, por ser o principal, a fim de forçá- lo a oferecer os abomináveis sacrifícios, pois não duvidavam que os outros lhes seguiriam o exemplo. Disseram-lhe que o rei demonstraria a todos, por meio de recompensas, a gratidão de que lhes seria devedor. Ele respondeu que, mesmo que todas as outras nações obedecessem, pelo medo, a tão injuriosa determinação, nem ele nem seus filhos abandonariam jamais a religião de seus antepassados.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como um judeu se encaminhasse para sacrificar segundo a intenção do rei, Matatias e os seus filhos, inflamados pelo justo zelo, lançaram-se sobre ele de espada em punho e não somente o mataram como também a esse oficial, de nome Apeles, e aos soldados que ele tinha levado para obrigar o povo a cometer tão grande impiedade.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark100">46</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Josefo narra a continuidade dessa revolta, assim como de tantas outras perpetradas pelos judeus, o que culminaria com a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. e a segunda grande Diáspora dos judeus por toda a terra. Não foi diferente nos dias de Jesus. Os judeus, incluindo os discípulos, esperavam que Cristo fosse trazer- lhes libertação do jugo romano, implantando o seu governo político em Israel (Mt 16.21,22; Jo 6.15; At 1.6). Pedro lançou mão da sua espada no afã de defender Jesus (Jo 18.10-12).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como sabemos, a restauração política de Israel ocorreu somente em 1948, e a sua restauração espiritual só acontecerá com o retorno de Jesus à terra, ao fim da Grande Tribulação, quando o Espírito Santo for derramado sobre toda a nação. Como afirma Garret, “O verdadeiro fim do exílio será quando Israel voltar-se para Jesus, o seu Messias, chorando por aquele a quem eles traspassaram (Zc 12.6-14)”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark101">47</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A lição que tiramos disso é que o povo de Deus, seja Israel, seja a Igreja, precisa entender que a sua vitória está nas mãos do Senhor e que a solução é sempre o caminho da humilhação e da busca da intervenção divina: “Se o povo meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Orar pelas autoridades, portanto, deve continuar sendo a prioridade da Igreja, a fim de que haja a intervenção divina necessária a assegurar-nos uma vida quieta e sossegada; um ambiente de quietude e sossego, no qual possamos estar intensamente dedicados a uma vida de piedade (comunhão e adoração a Deus) e honestidade (a prática da justiça diante dos homens). Claro, isso não nos isenta de cumprir nosso papel como cidadãos dessa terra, mas orienta-nos no propósito maior de toda a nossa existência.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>A Salvação de todos os Homens</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O propósito da oração da igreja por todos os homens e pelas autoridades constituídas não era, jamais, alcançar um cômodo bem- estar do cristão. Na sequência da sua exortação quanto à prática da oração, Paulo escreve: “Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.3,4).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O que entendemos, portanto, é que a oração leva o Senhor a trabalhar em favor da Igreja de forma geral, para que haja um ambiente favorável não apenas para o viver tranquilo dos cristãos, mas também para a fluente prática da missão primordial da Igreja, que é a pregação do evangelho. Assim, a vida de adoração dos crentes e a proclamação do evangelho, corroborada pelo testemunho cristão, contribuem para o crescimento da Igreja, com a salvação de almas. Isso é “bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador”, cuja vontade é que “todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A finalidade de nossa oração pelas autoridades não pode, portanto, ser egoísta, mas altruísta. Nesse sentido, não é demais refletir se determinados quadros desfavoráveis vividos atualmente pelos cristãos não são reflexos de comodismo e de sentimento de dominação, com o consequente abandono de nossa verdadeira missão, o querigma, o anúncio do Evangelho.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se Deus quer a salvação de todos os homens, isso inclui as figuras públicas que nos sejam politicamente desafetas. Pode um cristão, por motivação política, desejar a morte de quem quer que seja? É razoável que coloquemos nossas preferências partidárias ou ideológicas acima da vontade de Deus, que é a salvação de todos os homens? Há, porventura, algum limite ou exceção para esse propósito divino? A resposta, certamente, é não!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como assinala Charles Swindoll, “temos de orar para o bem e a felicidade de nossos líderes — mesmo quando reprovamos o caráter deles e nos opomos à sua política”. Diz mais: “Embora a questão final da salvação esteja nas mãos de Deus, ele ainda assim nos chama a orar pela salvação de todas as pessoas, incluindo os que nos governam e, em especial, nossos inimigos”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark102">48</a></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Não ao Universalismo</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Deus tem uma vontade perfeita, que é a salvação de todos os homens. A salvação, contudo, não é imposta a ninguém; antes, é oferecida mediante a graça de Deus em Cristo Jesus. Assim, a expressão paulina de que Deus “quer que todos os homens se salvem” (2.4) não importa em abono algum ao universalismo, que prega que todos os homens serão salvos no fim de tudo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Nas palavras de Justo L. González, o universalismo é</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A doutrina segundo a qual posteriormente todos serão salvos, não há condenação final, o inferno é somente um estado passageiro cuja função é purificar as almas antes que possam estar na presença de Deus. [...] Nos Estados Unidos e nas terras aonde chegaram os missionários norte- americanos, o universalismo tem relações históricas com as formas mais racionalistas do unitarismo.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark103">49</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Normam Geisler (1932–2019) define e apresenta uma síntese histórica do universalismo:</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Universalismo, derivado da palavra apokatastasis (isto é, “restauração,” em At 3.21), é a ideia de que, ao final, todas as pessoas serão salvas. Ele foi inicialmente proposto por Orígenes (c. 185–c. 254), um Pai Eclesiástico parcialmente não-ortodoxo. Um dos teólogos mais famosos da era moderna a abraçar o Universalismo foi o pensador neo-ortodoxo Karl Barth (1886- 1968); o notável filósofo John Hick (nascido em 1922) também é um proponente desta posição [...]. Muitos teólogos liberais, um grande número de seitas, e várias religiões extravagantes defendem algum tipo de Universalismo ou de Aniquilacionismo. A exemplo dos universalistas, os aniquilacionistas acreditam que ninguém sofrerá o castigo eterno, já que todos os que não crerem serão aniquilados. Até mesmo alguns notáveis mestres como, por exemplo, Clark Pinnock (nascido em 1920), John Wenham (nascido em 1913), e John Stott (nascido em 1925) abraçaram certas formas de Aniquilacionismo. O Universalismo, entretanto, é herético, tendo sido condenado no Quinto Concílio Ecumênico de Constantinopla no ano de 553 d.C.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark104">50</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O universalismo não tem respaldo bíblico algum. A Bíblia apresenta repetidas vezes os dois destinos distintos que serão dados aos salvos e aos perdidos (Mt 7.13,14; Hb 9.27; Ap 21.7,8). A salvação é para quem crê e permanece fiel por toda a vida, e não para os que não creem, nem para os que creem, mas não perseveram até o fim (Mc 16.16; Mt 24.13; Ap 2.10). Isso, todavia, não anula a vontade de Deus, que é a salvação de todos os homens, incluindo as autoridades hostis (1 Tm 2.4). Orar coloca-nos em sintonia com essa vontade e impede que nosso coração esteja fechado para nossa missão, que é a pregação do evangelho a toda criatura (Mc 16.15).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Sobre o Autor</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nome do Autor Silas Queiroz é pastor na Assembleia de Deus em Ji-Paraná (RO), e procurador-geral no mesmo município. Formado em Direito pela Universidade Luterana do Brasil e bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Logos (FAETEL). Casado há 30 anos com Jocineide Machado de Almeida Queiróz e pai de Silas Junior, Gabriel e Ana Carolina.</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">33 Bíblia de Estudo Pentecostal . Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 39.</div><div style="text-align: justify;">34 BOYER, Orlando. Heróis da Fé . 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. iv.</div><div style="text-align: justify;">35 ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico.8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 261.</div><div style="text-align: justify;">36 Idem.</div><div style="text-align: justify;">37 BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.36ª impressão. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 379.</div><div style="text-align: justify;">38 STOTT, John. Lendo Timóteo e Tito com John Stott.1.ed. Viçosa: Ultimato, 2019, p. 28.</div><div style="text-align: justify;">39 Duane A. Garret explica que “exílio” e “Diáspora” são conceitos relacionados, porém distintos. Conforme Garret, “Exílio é a remoção forçada da maior parte da população, em especial as pessoas mais habilidosas e de classe superior, de sua pátria para outro país”, enquanto “Diáspora é a dispersão dos judeus em todo o mundo”, processo que “começou no tempo da destruição de Samaria e continuou como resultado do exílio babilônico”. Quanto aos exílios, Garret observa que “O primeiro foi o exílio dos israelitas do reino do norte (Samaria), efetuado pelos assírios”. Esse exílio “ocorreu em duas fases, a primeira em 734 a.C. sob Tiglate- Pileser III (2 Rs 15.29) e, então, culminantemente, em 722 sob Salmaneser e seu sucessor, Sargão II, quando a cidade de Samaria foi destruída e o reino do norte deixou de existir (2 Rs 17.5-6)”. (In: Bíblia de Estudo Holman.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 611).</div><div style="text-align: justify;">40 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 563.</div><div style="text-align: justify;">41 Seleuco foi um dos generais que conquistou parte do Império Grego após a morte de Alexandre (323–281 a.C.).</div><div style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark86">46 </a>Op.cit.,p. 563,564.</div><div style="text-align: justify;">47 In: Bíblia de Estudo Holman,1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 611.</div><div style="text-align: justify;">48 SWINDOLL, Charles R. Comentário Bíblico Swindoll. 1 & 2 Timóteo e Tito.1.ed. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 49,50.</div><div style="text-align: justify;">49 GONZÁLES, Justo. Breve Dicionário de Teologia.1.ed. São Paulo: Hagnos, 2009, p. 331.</div><div style="text-align: justify;">50 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol 2.4ª impressão. Rio de Janeiro, CPAD, 2017, p. 301.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-78663753204526698482023-07-11T11:11:00.002-03:002023-07-19T13:11:55.902-03:00Lição 02 - O Problema dos Falsos Mestres (1 Tm 1.3-11) - Jovens.<div style="text-align: justify;"><div style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img alt="" data-original-height="1066" data-original-width="1283" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgRZWVO_93Fj6_8hw6qWT0I5VfInJWPKdjupgokP6EyPDSrVqUes4pmvgw93Rc4YopzypxHmGvGSuzVMB_7bFNz54rQSwNcY3O8O-UKEqqFvi1WlwL5TCqN1lctnroN6-lIGX2XAIit4WzPGGaI-ymeOcFNfsWoCBwf7nBHk0lV_Y0qfTWoTx3DtlcvDz5H=w200-h166" width="200" /></div>Um ambiente religioso pode tornar-se altamente tóxico e pernicioso quando os seus integrantes agem movidos por sentimentos pecaminosos, como a vaidade, o orgulho e a soberba. Desejos facciosos podem comprometer a saúde de uma comunidade espiritual, gerando elementos destrutivos, quando deveriam ser edificantes e construtivos. Nenhuma igreja está livre desse tipo de mal, nem mesmo Éfeso, a principal e maior das igrejas fundadas por Paulo, à qual ele dedicou mais tempo em relação a todas as demais e para quem escreveu uma das mais belas e teológicas cartas.</div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De acordo com os registros feitos por Lucas em Atos 19, Paulo permaneceu cerca de três anos em Éfeso por ocasião da sua terceira viagem missionária. O trabalho de Paulo foi tão produtivo naquela cidade que ali floresceu uma igreja bem alicerçada na doutrina. Isso pode ser constatado especialmente pelo teor da carta que Paulo escreveu aos efésios durante o seu primeiro aprisionamento em Roma (por volta do ano 62 d.C.).</div><span></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para Donald Stamps, Efésios é “um dos picos elevados da revelação bíblica, ocupando um lugar único entre as Epístolas de Paulo”. O teólogo pentecostal ainda ressalta que a carta “não foi elaborada no árduo trabalho da bigorna da controvérsia doutrinária ou dos problemas pastorais (como muitas outras epístolas de Paulo)”, mas que, “Ao contrário, Efésios transmite a impressão de um rico transbordar de revelação divina, brotando da vida de oração de Paulo”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark62">23</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Poucos anos depois de viver esse clima espiritual tão rico, o ambiente em Éfeso estava modificado.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark63">24</a> A igreja estava sendo atacada por falsos mestres. Por volta do ano 57, no fim da sua terceira viagem missionária, Paulo já havia percebido, certamente pelo seu discernimento espiritual ou uma específica revelação divina, que os crentes efésios enfrentariam dias difíceis. Viriam ataques externos e internos, perpetrados por homens que, pensando mais em si mesmos e na propagação dos seus próprios nomes, agiriam buscando atrair para si os discípulos. O apóstolo advertira os presbíteros de Éfeso na reunião que teve com eles na cidade portuária de Mileto, quando seguia para Jerusalém:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. (At 20.28-30)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim como em Éfeso, o antídoto contra os falsos ensinos é o efetivo pastoreio do rebanho pela transmissão cuidadosa do genuíno ensino verdadeiro (Hb 13.7). Isso deve ser feito continuamente pelos pastores locais, especialmente em nossos cultos semanais de doutrina. Temos também a Escola Bíblica Dominical como extraordinária ferramenta de defesa da ortodoxia bíblica.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fama e Poder</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A busca de fama nas igrejas ou por intermédio delas não é algo novo. A disputa de poder, consistente na possibilidade de domínio de grupos ou das massas, é algo que, infelizmente, sempre ocorreu na seara eclesiástica, e uma das formas de fazer isso é criando teses teológicas distintas do ensino tradicional, apostólico. O teologizar diferente pode ser atrativo para os incautos, que buscam novidades e passam a desprezar a ortodoxia, a “doutrina dos apóstolos”, citada por Lucas em Atos 2.42. Em Coríntios 11.1-3, Paulo havia feito advertência semelhante à que fez aos presbíteros de Éfeso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Este era o perigo que também rondava Éfeso: o afastamento da simplicidade de Cristo e do seu Evangelho. Falsos mestres haviam- se infiltrado, e, pelo que se percebe, havia a tendência de que outros surgissem; daí a exortação de Paulo para que Timóteo ficasse em Éfeso “para [advertir] a alguns que não [ensinassem] outra doutrina, nem se [dessem] a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais [produziam] questões do que edificação de Deus, que consiste na fé” (1 Tm 1.3,4).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O ensino tradicional e ortodoxo — a transmissão do Evangelho na sua simplicidade e pureza bíblica —, não atrai o homem carnal. É de nossa tendência pecaminosa o desejo de conhecer e experimentar o diferente, como aconteceu com Eva (Gn 3.1-6). Sem uma vida de vigilância, de oração e de leitura diária da Bíblia — ou seja, sem que busquemos andar em Espírito (Gl 5.16) —, é muito fácil ser seduzido por “novos ensinos”, “novas teologias”, que se mostram atrativos pelo seu aparente “ineditismo” ou pelas diferenças que apresentam em relação às doutrinas tradicionalmente expostas. Por vezes exóticas, certas novidades teológicas, apesar de bizarras, encontram não poucos seguidores. Não são poucas as igrejas (ou seitas) que surgiram a partir de interpretações particulares de textos bíblicos!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Bem-Intencionados, mas igualmente Errados</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nem sempre os hereges produzem as suas heresias conscientemente interessados em dividir a igreja. Alguns o fazem movidos por um zelo que consideram puro, mas que, ao fim, está igualmente calcado no engano. O mesmo pode ser dito de muitos profetas. Em meio às profecias verdadeiras, como manifestação do Espírito Santo em nossos dias (1 Co 12.7-10), muitos profetizam sobre o que realmente pensam ter visto — e realmente veem, mas na sua própria imaginação (e isso quando não são influenciados pelo Diabo, o grande enganador). Mesmo que os hereges identificados por Paulo tivessem índole destrutiva — eram “lobos cruéis”, cf. At 20.29 —, surgiram nos primeiros séculos da Igreja homens e mulheres inicialmente piedosos, que também passaram a produzir heresias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De igual forma, hoje também surgem bons e cativantes líderes — alguns bem carismáticos; outros, com forte persuasão motivacional</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">— que inicialmente não esboçam intenções nocivas à Igreja, mas que, com as suas práticas, terminam produzindo ensinos teológicos que prejudicam a comunidade cristã, por não estarem de acordo com a sã doutrina. Como salienta Roger Olson: “Todas as heresias cristãs primitivas continuaram a aparecer em formas diferentes sob nomes diferentes ao longo da história cristã. Todas ainda estão por aí, entre os cristãos, de alguma forma”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark64">25</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A melhor maneira de identificar os falsos ensinos continua sendo conhecer o verdadeiro. Para isso, temos em nossas mãos as Sagradas Escrituras e farta literatura teológica ortodoxa. Em 2017, o Pentecostalismo Clássico brasileiro ganhou um documento oficial que reúne sinteticamente todas as doutrinas fundamentais da Bíblia. Trata-se da Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Amplamente fundamentada nas Escrituras, a obra apresenta o mais genuíno pensamento teológico dos cristãos bíblicos pentecostais.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark65">26</a> O CREMOS assembleiano foi elaborado por uma Comissão Especial composta por vários teólogos da denominação, liderados pelo pastor Esequias Soares. O texto foi apreciado e aprovado na 43ª Assembleia Geral Ordinária da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) em 27 de abril de 2017.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>A Missão de Timóteo</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A missão de Timóteo em Éfeso era combater os falsos mestres e zelar pela pureza do ensino na igreja, o que Paulo chama seguidas vezes de “sã doutrina” nas Pastorais (1 Tm 1.10; 2 Tm 4.3; Tt 1.9; 2.1); “boa doutrina” (1 Tm 4.6) e “sãs palavras” (1 Tm 6.3; 2 Tm 1.13). Hoje, de forma semelhante, precisamos estar cada vez mais apegados ao detido estudo das Escrituras em nossa vida devocional e valorizar o genuíno ensino bíblico em nossas Escolas Bíblicas Dominicais, cultos de ensino e outras oportunidades que temos em nossa igreja local. Assim fazendo, estaremos bem fundamentados para discernir entre o certo e o errado, o verdadeiro e o falso, no turbilhão de informações e opiniões teológicas que estão ao nosso alcance, especialmente na Web, a rede mundial de computadores, e em todos os demais recursos da Internet.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fica claro no texto de Paulo a sua pouca preocupação com a descrição da natureza em si das heresias que estavam sendo pregadas. Ele não as expõe em detalhes. Duas explicações podem ser dadas para isso: a primeira é que Timóteo já as conhecia bem. Por isso, era desnecessário ao apóstolo detalhá-las na carta. A segunda é que não interessaria ao jovem pastor analisar os falsos ensinos, mas transmitir o ensino verdadeiro, o que bastaria para prevenir a igreja de qualquer falsificação doutrinária.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há, ainda, uma terceira observação que geralmente é feita quanto a esse ponto, que é o fato de Paulo preocupar-se mais em estampar os desvios de caráter dos falsos mestres, na linha do que Jesus já havia dito: “Por seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16). No caso dos falsos mestres de Éfeso, as suas heresias seriam detectadas pelo resultado produzido: questões, debates e litigiosidade em vez de edificação na fé (1 Tm 1.4).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se isso já era perceptível naqueles dias — o que exigia, seguramente, um contato muito próximo com a comunidade cristã local —, o que dizer hoje, com o advento da Internet, quando todos os dias são produzidas novas polêmicas, alimentadas de um ciclo doentio de contendas e debates!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O combate às heresias é necessário, só que é preciso refletir quando, como e onde isso realmente deve ser feito. Fomentar o debate em torno de declarações ou ensinos heréticos pode representar, na verdade, um verdadeiro desserviço ao Reino de Deus. Sim! Ir às redes sociais para fazer críticas ou fomentar confrontos a toda e qualquer declaração que destoe da ortodoxia bíblica pode não passar de mais um sinal pecaminoso, qual seja, a revanche contra o irmão para ganhar visualizações, likes e mais seguidores. Verdadeiros “patrulheiros” da doutrina bíblica apresentam-se nas redes aumentando a visibilidade dos que estão trilhando o caminho de teologias exóticas — muitas delas tão sem sentido que sequer mereciam um comentário.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Gastar tempo nas redes sociais para discutir ou assistir discussões sobre questiúnculas teológicas pode tornar-se patológico; é um costume doentio, um vício para roubar nosso precioso tempo, que poderíamos estar dedicando à devoção pessoal e à frequência qualitativa aos cultos de nossa igreja local para a busca de comunhão com Deus por intermédio da oração e do estudo das Escrituras Sagradas. Paulo orava para que os crentes efésios fossem fortalecidos espiritualmente e crescessem no conhecimento de Deus (Ef 3.14-19).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quanto à avalanche de desvios teológicos vistos na Internet e os inúmeros debates em torno deles, não nos esqueçamos da recomendação de Paulo a Tito: “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido e peca, estando já em si mesmo condenado” (Tt 3.10,11). Isso deve bastar para não sermos incautos, aplaudindo os que fazem uso do “combate às heresias” em busca de autopromoção. No fim das contas, o espírito é o mesmo: a busca de popularidade, ou seja, atrair os discípulos após si (At 20.30), para o seu próprio fã-clube. Fazer isso “batendo” fortemente no herege passa a imagem de uma grande espiritualidade, mas isso nem sempre é verdadeiro.</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Um Delegado Apostólico</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A expressão “delegado apostólico” é usada por alguns eruditos, como William Hendriksen, para evidenciar a posição e o papel de Timóteo em Éfeso (assim como de Tito, em Creta).<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark66">27</a> O jovem ministro não foi enviado para ser um pastor local na exata acepção do termo, tampouco tinha a mesma estatura ministerial de Paulo, que recebera o seu apostolado do próprio Jesus, quando do seu encontro com Ele no caminho de Damasco (At 9.1-6), como viria testemunhar depois, algumas vezes, em defesa do seu ministério apostólico (1 Co 9.1; 1 Co 15.3,4,7,8).</div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Paulo, portanto, era “apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus” (1 Tm 1.1).<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark67">28</a> Sofreu muita resistência, principalmente entre os coríntios, para que o seu apostolado fosse reconhecido, porque as credenciais dos apóstolos da Igreja Primitiva necessariamente incluíam ter estado pessoalmente com Jesus, conforme as palavras de Pedro registradas por Lucas em Atos 1.21,22.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Embora Paulo não tenha convivido com Jesus e os apóstolos do Colégio dos Doze, Jesus apareceu a ele e comissionou-o diretamente para levar o evangelho aos gentios, como disse a Ananias: “Disse-lhe, porém o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel” (At 9.15). Agora, Paulo enviava os seus representantes, como Timóteo, Tito, Epafrodito, Epafras, Ártemas, Tíquico, etc., aos quais dava missões especiais junto às igrejas que ele havia fundado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os pastores locais eram os anciãos ou presbíteros, que foram ordenados pelo próprio Paulo ou pelos presbitérios locais (At 14.23; 1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6). Outros deveriam ser designados pelos seus representantes apostólicos, como Timóteo (1 Tm 3.1-6; 2 Tm 2.2) e Tito (Tt 1.5). Assim eram organizados os ministérios locais na Igreja Primitiva: com presbíteros e diáconos (Fp 1.1).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esse, inclusive, é um dado relevante, pois tanto Timóteo quanto Tito eram solteiros (além do próprio Paulo), parecendo, assim, um contrassenso a exigência de que os pastores locais fossem casados (1 Tm 3.2; Tt 1.6). A explicação está justamente no fato de que o caráter itinerante do ministério desses homens era incompatível com a vida em família. Por outro lado, era próprio dos pastores locais que fossem, em primeiro lugar, forjados no ambiente familiar, tendo nele o necessário êxito, “porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?” (1 Tm 3.5).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fato é, contudo, que a igreja católica valeu-se da condição de solteiros de homens como Paulo para instituir o celibato, além de considerações paulinas sobre o casamento, tomadas fora do contexto geral dos seus ensinos (1 Co 7.29). Wycliffe esclarece, todavia, o pensamento filosófico que estava por trás da “teologia” católica do celibato:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na verdade, a visão católica romana da natureza física está por trás desta prática de celibato. Tendo adotado a visão pagã de que o material, o corpo em especial, é mau por natureza, como expressa a filosofia neo-Plotiniana, esta igreja procura a santidade para os seus sacerdotes e freiras por meio de uma vida de completa pobreza, castidade e obediência nos mosteiros e conventos.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark68">29</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esse engano católico, que se manifesta há milênios também em outras religiões e culturas, produz, na verdade, efeitos contrários à santidade, como se conhece desde os porões do catolicismo medieval. Muitas obras literárias e cinematográficas descrevem essa negra e brutal realidade, além das inúmeras notícias estampadas em periódicos contemporâneos, que tanto perturbam o Vaticano.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>As Heresias em Éfeso</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma das heresias que estavam sendo implantadas em Éfeso era exatamente a proibição do casamento, além da abstinência a determinados alimentos (1 Tm 4.3). As doutrinas estranhas tinham nítidas características das seitas judaicas (“fábulas” e “genealogias intermináveis”), principalmente porque, conforme Paulo, os falsos mestres queriam ser “doutores da lei” (1.7). Acredita-se ainda que poderia haver, mesmo que bem no começo, certa inclinação gnóstica, o que se extrai da expressão “falsamente chamada ciência”, presente em 1 Timóteo 6.20.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como já assinalado, Paulo não se preocupou em detalhar as heresias, mas em insistir com Timóteo para que este batalhasse pela preservação da sã doutrina. Ao que se observa, assim como havia ocorrido em outras igrejas desde os primeiros anos da fé cristã, muitos judeus insistiam em misturar a doutrina do Caminho — como o cristianismo era conhecido nos seus primórdios, cf. At 9.2 (NAA); 24.14 — com elementos judaicos, o que, aliás, motivou a ida de Paulo com Barnabé e outros a Jerusalém, para o conhecido Concílio de Atos 15. Pior ainda se dava quando judeus místicos, influenciados pelo paganismo grego, buscavam trazer as suas religiosidades para o seio do cristianismo, o que produzia um sincretismo ainda mais agudo, corrompendo a fé cristã.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Das muitas e variadas opiniões a respeito das heresias que se infiltraram em Éfeso, John Kelly considera que a característica mais óbvia é a combinação de ingredientes judaicos e gnósticos:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De um lado, seus expoentes professam ser “mestres da lei” (1 Tm 1:7), embora, conforme o escritor, não saibam como fazer uso apropriado dela; em Creta um grupo deles até é chamado de “os da circuncisão” (Tt 1:10). Dedicam-se a disputas acerca da lei (Tt 3:9), e estão muito ocupados com “fábulas e genealogias” (1 Tm 1:4), para o que é provável um fundo judaico visto que ouvimos falar em “fábulas judaicas” em Tt 1:14.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark69">30</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Duas observações feitas por John Kelly e que também são relevantes para serem destacadas são: a primeira é que a indicação de que os falsos mestres judeus que atuavam em Éfeso “não eram judaizantes do tipo que Paulo tinha de combater no seu ministério anterior. A doutrina deles era ascética, envolvendo, por exemplo, a renúncia ao casamento e a abstinência de certos tipos de alimento, possivelmente também do vinho (1 Tm 4:3; 5:23)”; a segunda é que, muito provavelmente, as heresias nada tinham a ver com o gnosticismo, porque “nada há nos indícios esparsos e vagos que recebemos para indicar que a doutrina atacada fosse tão elaborada ou coerente com os grandes sistemas gnósticos”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark70">31</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Kelly diz mais:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tudo sugere que era algo muito mais elementar; e é significante que boa parte da polêmica do escritor é dirigida, não tanto contra qualquer doutrina específica, quanto contra a contenção e a vida dissoluta que encoraja. Talvez seja melhor definida como sendo uma forma gnosticizante do cristianismo judaico. Isto por si só é iluminador, porque é reconhecido hoje em dia que o judaísmo, e especialmente o judaísmo sectário, fornecia um solo fértil em que o gnosticismo vicejava livremente. Fica aparente que já nos tempos da Gálatas Paulo se via confrontando os assim-chamados cristãos que combinavam ideias gnósticas acerca dos dominadores do mundo com a aderência rigorosa à lei mosaica.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark71">32</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Opinião semelhante à de John Kelly é exposta por Mark L. Bailey, para quem “As evidências das epístolas sugerem que o erro não era um sistema de pensamento totalmente desenvolvido” e que “A mensagem dos falsos mestres parece ser uma mistura de tradição judaica e ascetismo gnóstico”.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark72">33</a> O dualismo platônico, que considerava a matéria inerente má, certamente estaria influenciando o pensamento judaico e trazendo inquietações para as igrejas nascentes. No caso de Éfeso, isso ficaria bem evidente poucas décadas depois, quando a igreja foi pastoreada por João, o apóstolo do amor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como destaquei no livro Jesus, o Filho de Deus, o que se percebe é que os gnósticos tentaram usurpar a fé cristã para o seu próprio sistema dualístico, que concebia a existência de um constante confronto entre as forças do bem e do mal, que seriam ambas de origem divina. Com os seus próprios “apóstolos”, os gnósticos diziam-se cristãos e tinham Cristo como uma emanação do Deus Perfeito, que teria sido enviado ao mundo para trazer ao homem um conhecimento elevado — daí a expressão grega “gnosis”, conhecimento — capaz de salvá-lo das amarras da matéria, o mundo mal, que teria sido criado por um “deus mal”, a quem identificavam sendo o Deus do Antigo Testamento, uma emanação imperfeita do Deus Perfeito.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark73">34</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>A Cidade de Éfeso</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Alguns estudiosos consideram que o histórico pagão e sincretista da cidade de Éfeso tenha ligação direta com os problemas que a igreja efésia passou a enfrentar. De fato, é muito comum que a cultura local influencie o Corpo de Cristo em qualquer lugar, sobretudo numa cidade de costumes religiosos tão efervescentes como Éfeso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Principal cidade da Ásia Menor, Éfeso era uma cidade portuária, um agitado centro econômico, o que fazia dela um lugar de grande ebulição religiosa, cultural e filosófica. Era grande o paganismo em Éfeso, cidade da conhecida deusa Diana (Ártemis), cujo templo foi uma das sete maravilhas do mundo antigo. O culto a Diana dava muito lucro para os efésios (At 19.24-28).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Charles Swindoll traz outras informações relevantes acerca de Éfeso que contribuem para uma melhor compreensão do ambiente em que havia florescido a igreja que agora Timóteo tinha a missão de atuar como delegado apostólico:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Éfeso, de todas as cidades do Império Romano, seria um dos lugares mais difíceis para levar uma vida tranquila e serena (1 Tm 2.2), que dirá liderar uma igreja tranquila e serena. Essa cidade portuária ficava ao lado do mar Egeu, na foz do rio Caístro, perto da interseção de duas importantes passagens na montanha. Éfeso, portanto, tinha uma posição estratégica, oferecendo acesso ao mar em todas as direções, tornando a cidade um movimentado e influente centro econômico para a província romana da Ásia. Os materiais e conhecimento fluíam do mundo inteiro para a cidade, alimentando seu apetite voraz por mais riquezas e novas filosofias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Éfeso era conhecida por seu paganismo — cinquenta deuses e deusas diferentes era adorados ali. No entanto, ninguém questionava o poder econômico e místico do alto templo de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo antigo. A adoração da mãe Terra passara a ser uma atração intensa, combinando turismo e idolatria sexual com tal sucesso que estimulou o coração da economia da cidade (At 19), a despeito do comércio já desenvolvido de Éfeso de importação-exportação. As autoridades da cidade reservavam um mês de cada ano para honrar a deusa com uma grande celebração, durante a qual todo trabalho parava. O estádio recebia jogos atléticos, o teatro produzia peças, o odeão organizava concertos, e multidões de todos os cantos da Ásia e além dela faziam ofertas no bosque sagrado, o mítico lugar de nascimento de Ártemis.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark74">35</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não é de admirar, portanto, que, numa cidade tão cosmopolita quanto Éfeso, surgiram tantas novidades teológicas, fazendo brotar heresias diversas. De qualquer sorte, a missão de Timóteo, assim como a dos pastores de todas as épocas, é ensinar a verdadeira doutrina para que tudo o que é falso seja expurgado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>O Propósito do Mandamento (1.5)</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em vez de ficar preocupado com a natureza das heresias, como já assinalado, Paulo buscou apontar as suas consequências em contraponto com os frutos da boa doutrina, que são: “o amor de um coração puro”, “uma boa consciência” e “uma fé não fingida” (1 Tm 1.5). Todo mestre deve estar atento para o verdadeiro propósito do seu coração ao ensinar, a fim de a sua motivação jamais ser corrompida. Todo discípulo deve buscar discernimento espiritual para não ser iludido com falsos ensinos. Todo ensino que produz divisão e contenda, que atenta contra o Corpo de Cristo para enfraquecê-lo, que promove culto à personalidade e que alimenta a soberba de indivíduos ou grupos deve ser refutado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como enfatiza Donald Stamps:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O alvo supremo de toda a instrução da Palavra de Deus não é o conhecimento bíblico em si mesmo, mas uma transformação moral interior da pessoa, que se expressa no amor, na pureza de coração, numa consciência pura e numa fé sem hipocrisia [...] produzir santidade e uma vida piedosa que se conforme com os caminhos de Deus.<a href="file:///C:/Users/bromo/Videos/ESCOLA%203%202023/Sejam%20Firmes%20(Livro%20de%20Apoio%20Jo%20-%20Silas%20Queiroz.docx#_bookmark75">36</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A essencialidade da fé para servir a Deus deve manter-nos vigilantes em relação a todo e qualquer ensino que tenha o potencial de afastar-nos do caminho da salvação. Em Éfeso, alguns líderes enveredaram-se por caminhos diferentes, naufragando na fé. Paulo cita nominalmente Himeneu e Alexandre, que rejeitaram uma boa consciência e sofreram naufrágio espiritual (1 Tm 1.18-20).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Timóteo é exortado a “conservar a fé e a boa consciência” para o que é fundamental, a saber, dedicar-se a uma vida de piedade e santificação, que necessariamente inclui o estudo devocional da Palavra de Deus, além da vigilância e da oração constantes (Mt 26.41; 1 Tm 4.8-16). Isso sempre foi um grande desafio para todo cristão, principalmente agora, em tempos pós-modernos, de uma vida tão frenética e de tanta perversidade (2 Tm 3.1-5). Contudo, não podemos desfalecer (Lc 18.1-8), mas perseverar sempre (Rm 12.12; Cl 4.2).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O problema dos falsos mestres foi o desprezo ao verdadeiro propósito das Escrituras, que é gerar em nós um coração puro e cheio de amor, uma boa consciência e uma verdadeira fé. Que tenhamos a cada dia um autêntico crescimento espiritual, longe de toda disputa e farisaísmo. Cheios do amor de Deus e da alegria do Espírito Santo, cultivando uma vida de comunhão diária com nosso Salvador e Senhor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><b>Sobre o Autor</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Nome do Autor Silas Queiroz é pastor na Assembleia de Deus em Ji-Paraná (RO), e procurador-geral no mesmo município. Formado em Direito pela Universidade Luterana do Brasil e bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Logos (FAETEL). Casado há 30 anos com Jocineide Machado de Almeida Queiróz e pai de Silas Junior, Gabriel e Ana Carolina.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">15 In: Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 1803.</div> <div style="text-align: justify;">16 Considerando que Éfeso foi escrita em 62 d.C., e 1 Timóteo, em 65 d.C., em menos de três anos houve uma significativa alteração do ambiente espiritual na igreja efésia por causa dos falsos mestres.</div><div style="text-align: justify;">25 Op. cit.,p. 23.</div><div style="text-align: justify;">26 Declaração de Fé das Assembleia de Deus.Rio de Janeiro: CPAD, 2017.</div><div style="text-align: justify;">27 HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. 1 e 2 Timóteo e Tito. 2.ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 10.</div><div style="text-align: justify;">28 A palavra “apóstolo”, do grego apostolos, significa, literalmente, “enviado”.</div><div style="text-align: justify;">29 Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 399.</div><div style="text-align: justify;">30 KELLY, John Norman Davidson. I e II Timóteo e Tito. Introdução e Comentário. 1.ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1983, p. 18.</div><div style="text-align: justify;">31 Ibidem, p. 18,19.</div><div style="text-align: justify;">32 Ibidem, p. 19,20.</div><div style="text-align: justify;">33 In: ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 374.</div><div style="text-align: justify;">34 QUEIROZ, Silas. Jesus, o Filho de Deus.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p. 158.</div><div style="text-align: justify;">35 SWINDOLL. Charles R. Comentário Bíblico Swindoll. 1 & 2 Timóteo e Tito.1.ed. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 21,22.</div><div style="text-align: justify;">36 In: Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 1864.</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-57515900492422392522023-07-03T21:38:00.002-03:002023-07-19T13:12:30.586-03:00Lição 01 - Introdução à primeira carta a Timóteo (1 Tm 1.1-7) - Jovens.<div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjV4XbPxeFlEW7ALxHCFEjw549MsJDc7ZCW0CMQ79TOc-C8JTO8gd8RdXMRPynC6TUKDWuglyyrrAHii257fpLr4d1X3bSqEzZRHpqTqIRb2OoDEpx2GYtcqYJ5dGZePivhAYpujU-gjv3owaI8npODE7NrBhk3_DcNy7GGw_pmKCxdLWD52PAZdulpkUBx" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img height="175" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjV4XbPxeFlEW7ALxHCFEjw549MsJDc7ZCW0CMQ79TOc-C8JTO8gd8RdXMRPynC6TUKDWuglyyrrAHii257fpLr4d1X3bSqEzZRHpqTqIRb2OoDEpx2GYtcqYJ5dGZePivhAYpujU-gjv3owaI8npODE7NrBhk3_DcNy7GGw_pmKCxdLWD52PAZdulpkUBx=w200-h175" width="200" /></a><b>INTRODUÇÃO - </b>Muitos eruditos já escreveram acerca das Cartas Pastorais com profundidade e riqueza de detalhes quanto à sua historicidade, autoria, estilo, canonicidade, conteúdo e propósito. São ricos comentários que, nas suas introduções, analisam e refutam críticas antigas e modernas quanto à autenticidade e à autoria paulina.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esta obra não ignora as modernas controvérsias acadêmicas em torno das Pastorais, mas, propositalmente, passa ao largo delas. Em primeiro lugar, porque o caráter minoritário, periférico e insustentável das críticas dispensa novas discussões. Em segundo lugar, porque o próprio estudo das Pastorais ensina-nos que não é necessário deter-nos no campo de questões intermináveis, que não produzem edificação (1 Tm 1.4; Tt 3.9-11). E em terceiro lugar, porque com o presente texto sequer se esboça a pretensão de alcançar a erudição de tantos excelentes estudiosos do Novo Testamento. Nosso foco maior será ressaltar o caráter prático dos ensinos paulinos, buscando, o tanto quanto possível, contextualizá-los com a vida da igreja de nossos dias.</div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Apesar de tornar-se verdadeiro lugar-comum dizer que esse ou aquele livro da Bíblia é singular por conta da peculiaridade de cada um e de todos eles, não há como deixar de acentuar a distinção das cartas de Paulo a Timóteo e a Tito em relação a todos os demais livros das Sagradas Escrituras, até pelo título que passaram a receber a partir do século XVIII: Cartas Pastorais.1</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dos 27 livros do Novo Testamento, 1 e 2 Timóteo e Tito foram os únicos escritos a pastores, com notas pessoais e, principalmente, exortações práticas a respeito da função dos dirigentes eclesiásticos, especialmente o seu testemunho pessoal e o compromisso com a ortodoxia, que Paulo seguidas vezes denomina de “boa doutrina” (1 Tm 4.6), “sã doutrina” (2 Tm 4.3; Tt 2.1), “sãs palavras” (1 Tm 6.3; 2 Tm 1.13) ou simplesmente “doutrina” (1 Tm 1.4.16; 5.17; 6.1,3).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além do caráter eclesiológico prático das cartas, um dos aspectos mais impressionantes das Pastorais é como elas são encaixadas na história do Novo Testamento e, em especial, da vida e do ministério de Paulo, complementando a narrativa que ficou visivelmente inacabada com o relato produzido por Lucas em Atos. O Autor das Escrituras cuidou para que os registros prosseguissem e a Igreja fosse brindada com a riqueza das Pastorais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Talvez a singularidade das Pastorais não nos impressione tanto, já que é característico das Escrituras Sagradas ter cada um dos seus 66 livros como uma produção literária ímpar, formando o todo da revelação divina escrita de maneira a expressar uma das extraordinárias belezas das Escrituras, que é a sua completude. Na Bíblia, nada falta e nada sobra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As missivas de Paulo a Timóteo e a Tito exercem um papel fundamental no contexto da revelação de Deus escrita, lançando luz sobre um período da vida do apóstolo dos gentios não coberto por qualquer outro texto neotestamentário. As cartas às igrejas já estavam em circulação (49–63 d.C.). A carta pessoal a Filemom também já havia sido escrita (62 d.C.). De igual modo, o livro de Atos (63 d.C.), que Lucas encerrara com Paulo preso em Roma.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O que teria acontecido depois dos fatos narrados em Atos 28? É nesse contexto que surgem as Cartas Pastorais, relevando-nos que, depois de livre da sua prisão domiciliar, Paulo realizou mais uma viagem missionária, indo, provavelmente, à Espanha — desejo este que expressou na carta que escreveu aos Romanos (Rm 15.28) — e retornando a terras onde já estivera, como é o caso de Creta, onde deixou Tito, e Éfeso, onde rogou a Timóteo que ficasse.2</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Durante a continuidade da sua viagem pela Ásia Menor (parte asiática da atual Turquia), Macedônia (sudeste da Europa) e Acaia (região sul da Grécia), Paulo escreveu 1 Timóteo e Tito. O apóstolo esperava rever a Timóteo, talvez na própria Éfeso (1 Tm 3.14), e reencontrar-se com Tito em Nicópolis (Tt 3.12), na costa ocidental da Grécia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não houve tempo! O sanguinário imperador romano Nero, que governou de 54 a 68 d.C., havia inaugurado uma terrível perseguição aos cristãos, a quem atribuíra a culpa pelo incêndio de Roma (julho de 64 d.C.), que, provavelmente, ele mesmo causara. Paulo foi novamente preso, talvez na própria Nicópolis, em Trôade ou Mileto (2 Tm 4.13,20) e levado para a capital do império.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi de dentro de uma das várias prisões romanas — talvez da fria e escura Prisão Mamertina, como diz a tradição — que Paulo escreveu a sua segunda carta a Timóteo, já por volta do ano 67 d.C., consciente de que a sua vida e ministério estavam chegando ao fim: “O tempo da minha partida está próximo” (2 Tm 4.6). Ele foi martirizado provavelmente naquele mesmo ano, 67, por ordem de Nero.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se Paulo não tivesse escrito as Pastorais, não conheceríamos com tanta clareza como era a estrutura dos ministérios locais nas igrejas do primeiro século e quais são as qualificações fundamentais para os presbíteros e diáconos. Não teríamos detalhes importantes do seu profundo e afetuoso relacionamento com o seu “amado filho” Timóteo (2 Tm 1.2), e um pouco mais da sua extrema confiança (e também afeição) devotada a Tito, o seu “verdadeiro filho” (Tt 1.4).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Aliás, com eles vemos sinais claros da transição e continuidade do serviço pastoral nas igrejas do primeiro século, já que Timóteo e Tito eram verdadeiros “delegados apostólicos”, ou seja, legítimos representantes de Paulo, com autoridade para organizar igrejas, ensinar, corrigir desvios doutrinários, estabelecer presbíteros e exercer a disciplina eclesiástica.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Talvez o que mais impressione nas Pastorais seja a confirmação de como dois jovens talentosos como Timóteo e Tito tenham sido capacitados para serem tão dedicados e perseverantes no serviço cristão em tempos tão remotos e difíceis. Sabemos que não foi outra a razão senão a graça de Deus operando neles e por intermédio deles. Isso, porém, não retira a participação de ambos com a disposição própria e a firmeza de caráter, fruto de decisões pessoais sustentadas por renúncia contínua, a despeito de todos os desafios, sofrimentos e, decerto, tentações.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nas Pastorais, encontramos dois jovens que, por não terem desistido de servir a Deus do jeito certo — compreendendo todos os aspectos do verdadeiro ministério, o que inclui a submissão e a obediência a um autêntico e equilibrado líder espiritual —, foram dignos de receber missões difíceis e de alta relevância de ninguém menos que Paulo, o apóstolo dos gentios, o mais destacado de todos os servos de Cristo, digno de ser imitado, como ele próprio afirmou: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo” (1 Co 11.1).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nas Pastorais, Timóteo e Tito dizem o mesmo para nossa geração. Que sejamos os seus imitadores, devotando o melhor de nossa vida para a causa de nosso Mestre.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já com cerca de 60 anos de idade e depois de experimentar cinco longos anos de prisão,3 Paulo lança-se a mais uma viagem missionária, a quarta e última da sua vida e ministério apostólico. Na ilha de Creta, na Grécia, deixa Tito cuidando das igrejas que havia fundado (Tt 1.5). Já em Éfeso, capital da Ásia Menor, deixa Timóteo com semelhante missão. Algum tempo depois, escreve para ambos: primeiro, para Timóteo; depois, para Tito. Mais tarde, enquanto novamente preso em Roma, volta a escrever para Timóteo. Assim, Paulo produz as três cartas que, a partir do século XVIII, passariam a ser conhecidas como Epístolas Pastorais: 1 e 2 Timóteo e Tito.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As Pastorais, portanto, são cartas de um experiente apóstolo, “Paulo, o velho” (Fm 9), para dois jovens e fiéis colaboradores, Timóteo e Tito. As cartas foram escritas para reforçar recomendações que já haviam sido dadas e conferir autoridade às missões pastorais na terceira mais importante igreja do primeiro século, Éfeso, 4 e na enorme ilha grega onde o apóstolo fundara igrejas em algumas das suas muitas cidades. Mais do que textos pessoais, as Pastorais contêm ensinos práticos para a vida da igreja e apresentam “lampejos de conceitos doutrinários”, como assinala Donald Guthrie.5</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Contexto Histórico</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As datas atribuídas a muitos eventos da era neotestamentária (o primeiro século da era cristã) e à escrita dos 27 livros que compõem o Novo Testamento não são exatas, como também ocorre com textos do Antigo Testamento que não possuem datação precisa. É possível chegar a datas aproximadas a partir de muitos fatos da história geral citados nas obras, mas não a datas específicas e precisas para a escrita de cada livro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esta obra trabalha com datas em torno das quais há significativo consenso, encontradas a partir de uma visão geral dos livros canônicos à luz da cronologia dos fatos que neles são narrados. Seguindo esse padrão geral, podemos estabelecer as seguintes datas para os eventos que mais nos importam no estudo das Cartas Pastorais:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">• Nascimento de Paulo: 5 d.C.;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">• Conversão de Paulo: 35 d.C.;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">• Primeira viagem missionária: 47–49 d.C.;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">• Segunda viagem missionária: 49–51 d.C.;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">• Terceira viagem missionária: 52–57 d.C.;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">• Prisão de Paulo em Jerusalém e Cesareia: 58–60;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">• Primeira prisão de Paulo em Roma: 61–63 d.C.;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">• Quarta viagem missionária de Paulo: 63–65 d.C.;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">• Segunda prisão de Paulo em Roma: 65–67 d.C.;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">• Martírio de Paulo: 67 d.C.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Alguns eventos circunstanciais contemporâneos aos acontecimentos acima narrados são de indispensável nota:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">1) A conversão de Timóteo, ocorrida provavelmente por volta do ano 48 d.C. durante a primeira viagem missionária de Paulo (At 14.6-23), e a sua aceitação ao convite do apóstolo para tornar o seu cooperador imediato durante a sua segunda viagem missionária (50 d.C.) (At 16.1-5).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">2) O período de governo do imperador Nero: 54–68 d.C.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">3) O incêndio de Roma entre os dias 18 e 24 de julho de 64 d.C.,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">ocorrido muito provavelmente a mando do próprio Nero;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">4) O período da grande perseguição aos cristãos sob o governo</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">do sanguinário Nero: 64–68 d.C.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">5) O suicídio de Nero: 68 d.C.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Consideradas essas datas, podemos estabelecer o contexto histórico de 1 Timóteo e Tito, que, como já afirmado, foi o período de 63 a 65 d.C., quando Paulo, liberto do seu primeiro aprisionamento em Roma, volta a viajar livremente até ser novamente preso e levado à capital do Império (65–67), onde permaneceu até a sua execução por ordem de Nero (67 d.C.). Seguindo a cronologia já apresentada, 2 Timóteo foi escrita no ano 67, já próximo da morte de Paulo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em 64 d.C. — durante, portanto, a quarta viagem missionária de Paulo —, Nero comete a insanidade de atear fogo em Roma. Com a péssima repercussão do incidente, lança a culpa sobre os cristãos e inicia contra eles uma terrível perseguição, que teve o seu auge no ano 67.6</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Paulo foi uma das muitas vítimas da perseguição de Nero. A sua segunda prisão em Roma provavelmente ocorreu entre o fim do ano 65 e o início do ano 66, e a sua execução no fim de 67, por decapitação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Roteiro da Quarta e Última Viagem de Paulo</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É um tanto impreciso o roteiro da viagem de Paulo depois do seu</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">primeiro aprisionamento em Roma. As Cartas Pastorais são os</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">únicos textos escriturísticos que cobrem esse período. Por elas, podemos saber quais as regiões visitadas. Cidades da Ásia Menor, da Macedônia e da Acaia são mencionadas 1 e 2 Timóteo e Tito. Pelo desejo que o apóstolo expressara aos romanos de ir à Espanha (Rm 15.24,28), é possível que tenha incluído também esse país no seu roteiro de viagem, o que se deduz, por exemplo, da referência ao “extremo Oeste”, feita por Clemente de Roma trinta anos depois, como assinala o teólogo suíço Hans Bürki (1925–2002).7</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dentre as citações diretas de Paulo nas suas cartas, temos a ilha de Creta, na Grécia, onde deixou Tito (Tt 1.5) e algumas cidades da Ásia Menor: Trôade e Mileto (2 Tm 4.13,20), região de onde comissionou Timóteo para que ficasse em Éfeso (1 Tm 1.3), além da Macedônia: Nicópolis (1 Tm 1.3; Tt 3.12) e da Acaia: Corinto (2 Tm 4.20).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como a expressão usada por Paulo em 1 Timóteo 1.3 não é precisa acerca de onde estava ele e o seu companheiro Timóteo quando do comissionamento deste para a igreja efésia, não se pode afirmar com segurança que o apóstolo tenha ido a Éfeso. A expressão “Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso [...]” (1 Tm 1.3) indica que tanto Paulo quanto Timóteo provavelmente estavam na Ásia, mas não exatamente em que cidade (ou cidades). Alguns estudiosos do Novo Testamento acreditam que Paulo estava em Mileto, e não em Éfeso, principalmente pela afirmação feita pelo apóstolo aos anciãos daquela igreja em ocasião bem anterior — no fim da sua terceira viagem missionária, quando já se dirigia para Jerusalém, onde foi preso — de que não veriam mais o seu rosto (At 20.25).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dentre os autores que consideram que Paulo não esteve novamente em Éfeso, está Charles R. Swindoll: “É mais provável que ele tenha evitado visitar a cidade a fim de diminuir a probabilidade de se envolver nos assuntos locais (cf. At 20.16)”.8 Já Donald Guthrie destaca: “A referência a Éfeso não implica necessariamente que o próprio Paulo tivesse estado recentemente na cidade, já que o particípio grego poreuomenos (tempo presente) pode indicar que ele deixou Timóteo enquanto este estava a caminho de Éfeso e o incumbiu de permanecer ali”.9</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Muitos outros estudiosos consideram que Paulo tenha retornado a Éfeso acompanhado de Timóteo, permanecendo lá por algum tempo. De qualquer sorte, se Paulo chegou ou não a retornar a Éfeso, o certo é que ele designou Timóteo para este permanecer ali e cumprir uma relevante missão pastoral, como analisaremos nos próximos capítulos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Contexto Bíblico-Literário</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As Cartas Pastorais ocupam um espaço singular na História da Igreja do Novo Testamento. Enquanto Lucas encerra a narrativa dos “atos dos apóstolos” com Paulo cumprindo prisão domiciliar em Roma (61–63 d.C.) (At 28.30,31), as pastorais cobrem um período histórico posterior, culminando com os últimos meses ou dias da vida de Paulo, novamente encarcerado em Roma (2 Tm 4.6-9).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É com base em 1 e 2 Timóteo e Tito que sabemos que Paulo foi solto do seu primeiro encarceramento e voltou a viajar por aproximadamente mais três ou quatro anos até ser novamente preso e levado a Roma para o seu julgamento e execução, cuja iminência ele descreve vividamente na sua segunda carta a Timóteo, chamada por alguns eruditos como o “Canto do Cisne” de Paulo: “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo” (2 Tm 4.6).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">São as pastorais, portanto, que completam o profícuo trabalho literário de Paulo, o mais prolífico dos autores do Novo Testamento. Paulo escreveu 13 dos 27 livros neotestamentários. Nove são cartas dirigidas a igrejas, sendo elas: Gálatas (49 d.C.), 1 Tessalonicenses (51 d.C.), 2 Tessalonicenses (51 ou 52 d.C.), 1 Coríntios (55/56 d.C.), 2 Coríntios (55/56 d.C.), Romanos (57 d.C.), Efésios (62 d.C.), Colossenses (62 d.C.) e Filipenses (62/63 d.C.). Filemom é uma carta pessoal. Três cartas são enviadas a pastores, as quais são objeto de estudo nesta obra: 1 e 2 Timóteo e Tito.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Cinco das treze obras paulinas foram escritas durante os aprisionamentos de Paulo em Roma: Colossenses, Efésios, Filipenses e Filemom são fruto do seu labor durante o primeiro aprisionamento. Já 2 Timóteo, o último dos 13 livros, foi escrito durante o segundo aprisionamento.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O que temos, por conseguinte, é que, enquanto Lucas encerra o registro da vida de Paulo com a sua prisão domiciliar em Roma (At 20.30,31), as pastorais descortinam-nos uma nova fase da vida do apóstolo, na qual temos uma verdadeira transição de ministério pelo comissionamento que faz a Timóteo e Tito, os seus filhos na fé e autênticos representantes apostólicos. Quanto ao contexto geral do Novo Testamento, tudo o que foi produzido depois desse período são os escritos de Judas (70–80 d.C.) e de João: as suas epístolas (85–95 d.C.), o seu Evangelho (80–95 d.C.) e o livro de Apocalipse (90–96 d.C.).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Autoria e Designação de “Pastorais”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A autoria paulina das cartas a Timóteo e a Tito foi amplamente aceita desde os Pais da Igreja.10 John N. D. Kelly faz referência à citação das pastorais por Clemente de Roma (95 d.C.), Inácio de Antioquia (110 d.C.) e Policarpo de Esmirna (135 d.C.).11</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com autoria paulina e canonicidade incontestáveis, as cartas a Timóteo e a Tito não eram identificadas com o título de “pastorais” até o século XVIII. Atribui-se a D. N. Berdot a autoria dessa designação. Conforme Donald Guthrie, Berdot teria utilizado o título “pastorais” pela primeira vez em 1703, tendo sido seguido mais tarde, em 1726, por Paul Anton, que popularizou o termo.12 Outros eruditos, contudo, apontam que o primeiro a referir-se às cartas como “pastorais” foi o teólogo católico Tomás de Aquino (1225–1274) 13, como assinala J. Glenn Gould:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A designação “pastorais”, apesar de sua conveniência óbvia, não foi aplicada a estas cartas desde tempos imemoriais, mas é de origem relativamente recente. É verdade que Tomás de Aquino (século XIII) foi o primeiro a mencionar esse termo denominativo, mas foi só no início do século XVIII que as cartas receberam o nome de “Epístolas Pastorais”. Esta maneira de referir-se a elas tornou-se habitual quando esta designação foi adotada pelo afamado comentarista Dean Alford, em 1849.14</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As cartas de Paulo a Timóteo e a Tito passaram a ser conhecidas como “pastorais” por terem sido dirigidas a eles na condição de pastores e terem como conteúdo a orientação acerca do trabalho pastoral que deveriam desempenhar. Fato é também que alguns estudiosos, como William Hendriksen, consideram que a designação não é exata, visto que “Timóteo e Tito não eram ‘pastores’, no sentido usual e atual do termo. Não eram ministros de uma congregação local, mas, antes, delegados apostólicos, enviados especiais ou comissionados do apóstolo Paulo, para cumprirem missões específicas”.15</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Embora Timóteo e Tito realmente não tenham sido designados para assumir de maneira definitiva o pastorado de Éfeso e Creta16 respectivamente, o fato é que o trabalho que deveriam realizar em tais igrejas era de efetivo pastoreio, ainda que em caráter temporário. Por delegação apostólica, tinham poder para ensinar a igreja e organizar os ministérios locais, constituindo presbíteros(pastores locais) para atuar de forma definitiva nas igrejas. Isso está expresso nas recomendações tanto para Timóteo (1 Tm 3.1-13) quanto para Tito (Tt 1.5).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O ensino geral às comunidades locais, incluindo a refutação dos falsos mestres, era típica missão pastoral a ser repassada aos presbíteros que fossem ordenados para darem sequência ao trabalho. Paulo diz isso textualmente a Timóteo: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.2). A missão dada a Tito era no mesmo sentido: estabelecer presbíteros que fossem poderosos para defender a verdade do Evangelho (ver Tt 1.5-10).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além disso, as orientações práticas de organização e funcionamento da igreja, incluindo questões litúrgicas e disciplinares, não deixam dúvida quanto ao caráter pastoral de grande parte do conteúdo das cartas — daí ser bem apropriada a designação de “pastorais”, mesmo porque são textos de estilo e propósito únicos em todo o Novo Testamento. Não há em nenhum outro dos demais livros do cânon neotestamentário qualquer conteúdo que se aproxima dos textos das pastorais quanto às questões de organização e disciplina eclesiásticas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Singularidade das Pastorais</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quanto mais compreendemos e cremos na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada — e na sua inerrância, infalibilidade e completude —, mais nos maravilhamos com o papel que cada um dos 66 livros canônicos representa no contexto da única revelação escrita de Deus aos homens. As Cartas Pastorais fazem parte desse rol de registros indispensáveis, formados e selecionados segundo a mente e o propósito perfeitos de Deus para integrar o cânon sagrado. Sem elas não poderia haver a plena compreensão da vontade de Deus para o seu povo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As questões práticas que se sobressaem nas Pastorais, como se vê especialmente na Primeira Carta a Timóteo — a mulher e o culto público, a lista de qualificações dos presbíteros e o cuidado das viúvas, por exemplo —, fazem-nos refletir sobre as três razões plausíveis que John R. Higgins aponta o propósito de Deus com o registro de parte da sua revelação especial,17 que são as Escrituras Sagradas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As razões citadas por Higgins são, em síntese:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Primeiro: é necessário um padrão objetivo para testar as alegações de crença e prática religiosas. A experiência subjetiva é por demais obscura e variável para oferecer certezas a respeito da natureza e da vontade de Deus. [...] Segundo: a revelação divina escrita garante que a revelação que Deus fez de si mesmo seja completa e tenha continuidade. Sendo a revelação especial progressiva, a posterior edifica sobre a anterior. É importante que cada ato da revelação seja [registrado], visando uma compreensão mais completa da mensagem integral de Deus. [...] Terceiro: uma revelação registrada por escrito preserva melhor a forma da mensagem de Deus no seu caráter integral. No decurso de longos períodos, a memória e a tradição humanas tendem a uma fidedignidade cada vez mais frágil. O conteúdo crucial da revelação divina deve ser transmitido de modo exato às gerações que se sucedem.18</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ao ler as Pastorais, portanto, precisamos ter em mente que estamos diante de um documento inspirado, perfeitamente aplicável em nossos dias. Não há mudança histórica, econômica, política ou cultural que supere a revelação divina, sempre atual e perfeita.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Singularidade na Completude</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A singularidade de cada livro bíblico reforça nossa compreensão da completude das Escrituras Sagradas. Isso se aplica às Cartas Pastorais, que desempenham um papel essencial e indispensável no contexto geral da Revelação Escrita. Ter a convicção de que a Bíblia é um livro completo equivale a crer que não apenas o registro da revelação divina — isto é, a confecção dos 66 livros —, mas também a seleção deles e a formação do cânon19 foram um processo inteiramente dirigido pelo Espírito Santo. A singularidade está ligada ao aspecto da completude. Cada livro é singular; logo, todos os livros são necessários para a formação completa do cânon. E por que é importante refletir sobre a completude da Bíblia?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como será demonstrado nos capítulos seguintes, a Primeira Carta de Paulo a Timóteo contém textos que têm sido alvo de grande contestação atualmente, com a popularização de teologias progressistas, inclusive em nosso país. Recomendações de Paulo como as contidas em 1 Timóteo 2.11,12, de que a mulher deve aprender “em silêncio, com toda a sujeição” e que não deve ensinar “nem [usar] de autoridade sobre o marido, mas [estar] em silêncio” provocam verdadeiros protestos de teólogos de escol.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando isso acontece, além do uso de métodos hermenêuticos que visam desconstruir o texto, os que distorcem as Escrituras chegam ao ponto de propor que ela precisa ser atualizada, ou complementada, à luz de uma visão contemporânea. Por isso, entender a completude das Escrituras é fundamental, como acentua o pastor Claudionor Corrêa de Andrade:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há duas verdades quanto às Escrituras que andam de mãos dadas: sua autoridade e completude; é impossível dissociá-las. A primeira é a palavra final em matéria de fé e prática; a segunda não admite quaisquer autoridades que contrariem a Bíblia, quer diminuindo-lhe a revelação, quer acrescentando outros dados além daqueles que nos foram apresentados pelo Senhor através da inspiração do Espírito Santo. [...] Completude é aquilo que, pela excelência de suas qualidades, satisfaz plenamente, não admitindo acréscimos nem diminuições; é aquilo que é suficiente por si mesmo.20</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Estudemos, pois, as Pastorais com profundo zelo e inteira sujeição, em santo temor, aplicando-as inteiramente ao nosso viver.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Prefácio e Saudação</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como era comum em todas as suas cartas, Paulo inicia a sua missiva a Timóteo com a sua apresentação e saudação. Trata-se da primeira das muitas evidências internas da autoria paulina, aceita desde os Pais da Igreja.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo” (1.1). A primeira pergunta que geralmente se faz é por que Paulo inicia uma carta pessoal com uma apresentação tão formal como se vê em 1 Timóteo 1.1. Ora, se o apóstolo estava escrevendo para alguém tão próximo dele — Timóteo, o seu “verdadeiro filho na fé” (1.2) —, então qual a necessidade de fazer uma referência tão expressa do seu apostolado?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Duas razões apresentam-se para isso. A primeira é “facilitar para Timóteo a execução das instruções que Paulo está para ministrar”. A segunda é “acrescentar peso às palavras de incentivo contidas nessa carta”.21</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Conquanto enviadas por Paulo diretamente a Timóteo e a Tito, as cartas também seriam conhecidas das respectivas igrejas de Éfeso (Ásia Menor — atual Turquia) e de Creta (Grécia). Assim, não seriam apenas cartas pessoais, mas também semipúblicas, o que teria levado o apóstolo a apresentar o seu apostolado de maneira contundente, a fim de que os seus legítimos representantes — verdadeiros emissários apostólicos — tivessem a necessária autoridade para a transmissão do ensino às igrejas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na primeira carta a Timóteo, o apóstolo identifica-se como “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa” (1 Tm 1.1). A autoridade apostólica estava firmada no chamado que ele recebeu diretamente do Senhor Jesus, de quem partira o “mandado” ou ordem para que pregasse o Evangelho (At 9.1-16). Portanto, a afirmação de autoridade era necessária, porque, como sabemos, o apostolado de Paulo já havia sido contestado por muitos e em muitos lugares, principalmente em Corinto (1 Co 9.1-3; 2 Co 12.11-15).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Após apresentar o fundamento da sua fé e perseverança — “Cristo, esperança nossa” (1 Tm 1.1) —, Paulo expressa a sua afeição a Timóteo, chamando-o de o seu “verdadeiro filho na fé” (1.2), o que também indica um propósito que vai além do próprio cooperador, demonstrando para a igreja em Éfeso o quanto Paulo considerava a Timóteo, embora isso não fosse desconhecido dos crentes efésios, pois o apóstolo e o seu jovem auxiliar já haviam trabalhado juntos naquela igreja (At 19.1-22).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Timóteo, Verdadeiro Filho</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Timóteo nasceu provavelmente na cidade de Listra, na então província romana da Galácia. Acredita-se que ele, a sua mãe Eunice e a sua avó Lóide, que eram judias, tenham-se convertido por ocasião da primeira viagem missionária de Paulo, junto com Barnabé, pois muitos se tornaram discípulos de Cristo pela pregação do apóstolo em Listra (At 14.6-23).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando Paulo retorna a Listra, agora junto com Silas, na sua segunda viagem missionária, encontra Timóteo, “filho de uma judia que era crente, mas de pai grego, do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio” (At 16.1,2). A mãe e a avó ensinaram-lhe as Escrituras desde a sua infância, como testifica Paulo (2 Tm 1.5; 3.14,15).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O bom testemunho de Timóteo, fruto do seu progresso na fé, motivou Paulo a convidá-lo para seguir com ele na sua jornada missionária. Como Timóteo não era circuncidado, Paulo decidiu circuncidá-lo “por causa dos judeus que estavam naqueles lugares” (At 16.3). Paulo não circuncidou a Timóteo por considerar que isso fosse necessário à salvação, mas, sim, para evitar que os judeus tivessem um pretexto para rejeitar o Evangelho. Em muitas ocasiões, o apóstolo já ensinara sobre a suficiência da fé em Cristo como o meio de receber a graça salvadora, como deixaria registrado em diversas epístolas (Ef 2.8,9; Rm 3.21-28; Gl. 2.16). Paulo tinha uma compreensão espiritual muito clara da obra da salvação, acima</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">de qualquer prática legalista.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Antes de ser comissionado por Paulo para ser o pastor da igreja em Éfeso, Timóteo serviu ao apóstolo por longos anos, desde o dia em que foi convidado para acompanhá-lo nas suas viagens (At 16.3-8). Considerando a opinião de estudiosos como Gordon Fee — de que Timóteo “estava, no mínimo, acima dos trinta anos” quando pastoreava os efésios (65 d.C.)22 —, é possível afirmar que ele tenha iniciado como cooperador de Paulo com menos de 20 anos de idade (50 d.C.).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi assim tão jovem que ele acompanhou fielmente o apóstolo na sua segunda e terceira viagens missionárias e logo alcançou confiança para missões de alta relevância espiritual, como quando designado para servir nas igrejas em Tessalônica (1 Ts 3.1-10), Corinto (1 Co 4.16,17; 16.10,11) e Filipos (Fp 2.19-24). Por ocasião do primeiro aprisionamento de Paulo em Roma, lá estava Timóteo. O apóstolo cita-o em três das quatro cartas da prisão (Cl 1.1; Fp 1.1; Fm 1). Solto, leva-o consigo na sua quarta e última viagem missionária, quando roga para que fique servindo na igreja em Éfeso (1 Tm 1.3).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Sobre o Autor </b></div><div><div style="text-align: justify;">Nome do Autor Silas Queiroz é pastor na Assembleia de Deus em Ji-Paraná (RO), e procurador-geral no mesmo município. Formado em Direito pela Universidade Luterana do Brasil e bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Logos (FAETEL). Casado há 30 anos com Jocineide Machado de Almeida Queiróz e pai de Silas Junior, Gabriel e Ana Carolina.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">1 Embora seja corrente dizer que o título de Pastorais tenha sido dado às cartas de Paulo a Timóteo e a Tito somente no século XVIII por D. N. Berdot, alguns estudiosos afirmam que Tomás de Aquino já lhes havia dado tal classificação no século XIII.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">2 Eruditos discutem se Paulo realmente esteve em Éfeso ou em alguma outra cidade da Ásia Menor, como a vizinha Mileto, já que, em Atos 20.25, ele disse aos anciãos da igreja efésia que eles não veriam mais o seu rosto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">3 Esse período corresponde ao tempo aproximado decorrido desde a prisão de Paulo em Jerusalém, os dois anos que ficou encarcerado em Cesareia, a longa viagem a Roma e os dois anos de prisão domiciliar na capital do Império (At 21.33; 24.27; 28.16,30). Quanto à idade de Paulo, o ano do seu nascimento provavelmente foi o ano 5 d.C. Na época das Pastorais, portanto, já tinha em torno de 60 anos de idade e já se sentia velho (Fm 9).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">4 Jerusalém e Antioquia foram, nessa ordem, as igrejas mais importantes no primeiro século. Na primeira, ocorrera o Pentecostes, e estava lá a maioria dos apóstolos até a Diáspora ocorrida a partir de 70 d.C. Na segunda, os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez e foi de lá que Barnabé e Paulo foram enviados para a obra missionária (At 11.26; 13.1-3).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">5 GUTHRIE, Donald. 1 e 2 Timóteo e Tito. Introdução e Comentário. 1.ed. São Paulo: Vida Nova, 2020, p. 58.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">6 Como menciona Deborah Menken Gill, outros autores consideram que o auge da perseguição de Nero deu-se entre os anos 64 e 65 d.C. (cf. Comentário Bíblico Pentecostal. Novo Testamento. Vol. 2. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 637).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">7 BOOR, Werner de & BÜRKI, Hans. Carta aos Tessalonicenses, Timóteo, Tito e Filemom.1.ed. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2007, p. 165.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">8 SWINDOLL, Charles R. Comentário Bíblico Swindoll 1 e 2 Timóteo. Tito.1.ed. São Paulo: Hagnos. 2018, p. 19.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">9 GUTHRIE, Donald. 1 e 2 Timóteo e Tito. Introdução e Comentário.1.ed. São Paulo: Vida Nova, 2020, p. 63.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">10 Questionamentos acerca da autoria paulina surgiram apenas no século XIX através de teólogos liberais, como, por exemplo, J. Schmidt, F. Shleiermacher e H. J. Holtzmann. Os seus argumentos já foram muito bem analisados pelos mais conceituados eruditos, tais como Donald Guthrie, J. N. D. Kelly, Willian Hendriksen, Hans Bürki, Gordon D. Fee e outros, que atestaram a mais absoluta ausência de fundamentos para as contestações, razão que, nesta obra, não se dedicará espaço para reproduzir tais refutações, que estão postas nas obras dos autores precitados e que constam das referências bibliográficas deste livro. As refutações também podem ser encontradas nos seguintes comentários:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Comentário Bíblico Pentecostal. Novo Testamento. Vol. 2 (p. 631/33) e Comentário Bíblico Beacon (p. 440/44);</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">11 KELLY, John N. D. I e II Timóteo e Tito. Introdução e Comentário.1.ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1983, p. 12.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">12 GUTHRIE, Donald. 1 e 2 Timóteo e Tito. Introdução e Comentário.1.ed. São Paulo: Vida Nova, 2020, p.17.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">13 Hernandes Dias Lopes afirma que o designativo “pastoral” foi mencionado por Tomás de Aquino em 1274, referindo-se a 1 Timóteo. Ele teria dito: “É como se esta carta fosse uma regra pastoral que o apóstolo deu a Timóteo” ( Op. cit.,p. 11).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">14 In: Comentário Bíblico Beacon. Vol. 9. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, p. 439.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">15 HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. 1 e 2 Timóteo e Tito.2.ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 10.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">16 Em 1 Timóteo, é Paulo que pretende ir ao encontro de Timóteo, provavelmente em Éfeso (1 Tm 3.14). Já em 2 Timóteo e Tito, é possível ver que Paulo esperava que os seus fiéis cooperadores fossem ao encontro dele (Tito, a Nicópolis, e Timóteo, a Roma), o que denota que deixariam de pastorear as igrejas, deixando- as a cargo dos respectivos presbíteros ou pastores locais. No caso de Tito, Paulo também menciona os seus cooperadores Ártemas ou Tíquico. Um deles seria enviado para Creta antes que Tito pudesse ir ao encontro de Paulo (2 Tm 4.9; Tt 3.12).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">17 “As duas categorias primárias da revelação divina são a revelação geral e a especial. A geral envolve a revelação que Deus fez de si mesmo a todos os homens em toda parte. A especial é o desvendamento que Deus faz de si mesmo de modo imediato e sobrenatural. A teologia natural e a revelada são os conceitos teológicos utilizados para denotar a revelação geral e a especial. Usualmente, entende-se que a revelação geral consiste em Deus se fazer conhecido através da história, do ambiente natural e da natureza humana. [...] Posto não podermos conhecer o plano divino da redenção por meio de alguma teologia natural, precisamos de uma teologia revelada mediante uma revelação especial de Deus. [...] Certamente os modos de revelação especial não estão limitados às Escrituras. Deus se revelou nos seus poderosos atos de redenção através dos profetas e apóstolos, e mais dramaticamente mediante o seu Filho (Hb 1.1). [...] Deus achou necessário, ou importante, mandar registrar, por escrito, boa parte dessa revelação, criando as Escrituras como uma revelação especial e exclusiva de si mesmo [...]” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. Uma Perspectiva Pentecostal.Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 73,80,83.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">18 In:HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 83,84.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">19 “O termo ‘cânon’ provém da palavra grega kanõni, que denota uma régua de carpinteiro ou algum tipo de vara de medir. No mundo grego, cânon veio a significar ‘padrão ou norma para julgar ou avaliar todas as coisas’. Foram desenvolvidos cânones para a arquitetura, a escultura, a literatura, a filosofia, e assim por diante. Os cristãos começaram a empregar o termo de modo teológico para designar os escritos que tinham cumprido os requisitos para serem considerados Escrituras Sagradas. Os livros canônicos, pois, são considerados a revelação autorizada e infalível da parte de Deus”. (Idem, p. 114).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">20 In: Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 43.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">21 HENDRIKSEN, Willian. Comentário do Novo Testamento. 1 e 2 Timóteo e Tito. 2.ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2011, p. 65.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">22 FEE, Gordon D. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo. 1 & 2 Timóteo e Tito.1.ed. São Paulo: Editora Vida, 1994, p.13.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-25874905211791302542022-11-01T18:04:00.003-03:002022-11-01T18:04:25.798-03:00 Bolsonaro fala pela primeira vez após eleição de Lula no último domingo (30)<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjIwb7lnjfRor4YRuDsyZ4ds4_FMIq91ZqAA6_ZJ_obWGwO8E1qYlRGotxO5H_ed41fjmX0IlwK7Y6GCgasv0T-tyO4wIEpa8AZVG81XiMaWVj5kxY_jIwmj_ltbLQoMdpWKMaCK7JFu9QM4J5tVPRyj44UYh_KbDJrQiA1kAFJeIIz2q7gTTTaFtlIhg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="428" data-original-width="716" height="119" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjIwb7lnjfRor4YRuDsyZ4ds4_FMIq91ZqAA6_ZJ_obWGwO8E1qYlRGotxO5H_ed41fjmX0IlwK7Y6GCgasv0T-tyO4wIEpa8AZVG81XiMaWVj5kxY_jIwmj_ltbLQoMdpWKMaCK7JFu9QM4J5tVPRyj44UYh_KbDJrQiA1kAFJeIIz2q7gTTTaFtlIhg=w200-h119" width="200" /></a></div>"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.</div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde-amarela da nossa bandeira.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Muito obrigado."</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">P.R. Jair Messias Bolsonaro</div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-87107980921390011512022-10-18T16:18:00.004-03:002022-10-18T16:22:28.719-03:00A fabulosa farsa de “Lula, o maior criador de universidades do mundo”. Publicado em 24 agosto 2010<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://gazetanm.com.br/wp-content/uploads/2021/12/P2F1-13.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="800" height="125" src="https://gazetanm.com.br/wp-content/uploads/2021/12/P2F1-13.jpg" width="200" /></a></div>O jornalista Reinado Azevedo denuncia neste <a href="https://veja.abril.com.br/coluna/reinaldo/a-fabulosa-farsa-de-lula-o-maior-criador-de-universidades-do-mundo-ou-desmonto-com-numeros-essa-mentira-ou-ainda-a-ignorancia-e-mais-veloz-que-a-luz/" rel="nofollow" target="_blank">texto, fabulosa farsa de “Lula, o maior criador de universidades do mundo”. Ou: desmonto com números essa mentira. Ou ainda: a ignorância é mais veloz que a luz</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>“Para a democracia funcionar, deve estar (…) protegida de usurpadores que se pretendem representantes absolutos do bem sobre a Terra.”</i></div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">São palavras do vereador Francisco Telles, de Dois Córregos, ao saudar o título de Cidadão Emérito que recebi. Esta é a minha tarefa: contestar os “absolutistas”, que só podem existir como tal recorrendo à mentira. Eu os contesto com fatos. À diferença do que fazem crer os setores áulicos da imprensa, a Educação, no governo Lula, é uma das áreas em que se andou para trás. Mais tarde, escrevo mais a respeito. Agora, quero contrapor OS FATOS a um discurso que Lula fez hoje em Dourados, no Mato Grosso do Sul.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Falando a uma platéia de quase dois mil estudantes, afirmou que, no dia 31 de dezembro, último dia de seu mandato, será o homem “mais feliz do mundo”. E emendou, naquele seu doce e habitual obscurantismo: “Eu vou olhar para mim e dizer que não tenho curso superior, mas fui o presidente que mais abriu universidade no Brasil.” Lula estava na cidade para inaugurar quatro prédios da Universidade Federal de Dourados.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Muito bem! Isso é o que Lula diz. Agora há os fatos — e o que segue abaixo é elaborado com dados do próprio Ministério da Educação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">1 - Lula afirma por aí ter criado 13 universidades federais. É mentira! Com boa vontade, pode-se afirmar que criou apenas seis; com rigor, quatro. Por quê? A maioria das instituições que ele chama “novas universidades” nasceu de meros rearranjos de instituições, marcados por desmembramentos e fusões. Algumas universidades “criadas” ainda estão no papel. E isso, que é um fato, está espelhado nos números, que são do Ministério da Educação;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">2 - Poucos sabem, certa imprensa não diz, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 - seis anos de mandato de Lula;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">3 - Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008);</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">4 - Nos oito anos de governo FHC, as vagas em cursos noturnos, nas federais, cresceram 100%; entre 2003 e 2008, 15%;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">5 - Sabem o que cresceu para valer no governo Lula? As vagas ociosas em razão de um planejamento porco. Eu provo: em 2003, as federais tiveram 84.341 formandos; em 2008, 84.036;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">6 - O que aumentou brutalmente no governo Lula foi a evasão: as vagas ociosas passaram de 0,73% em 2003 para 4,35% em 2008. As matrículas trancadas, desligamentos e afastamentos saltaram de 44.023 em 2003 para 57.802 em 2008;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">7 - Sim, há mesmo a preocupação de exibir números gordos. Isso faz com que a expansão das federais, dada como se vê acima, se faça à matroca. Erguem-se escolas sem preocupação com a qualidade e as condições de funcionamento, o que leva os estudantes a desistir do curso. A Universidade Federal do ABC perdeu 42% dos alunos entre 2006 e 2009.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">8 - Também cresceu espetacularmente no governo Lula a máquina “companheira”. Eram 62 mil os professores das federais em 2008 - 35% a mais do que em 2002. O número de alunos cresceu apenas 21% no período;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">9 - No governo FHC, a relação aluno por docente passou de 8,2 para 11,9 em 2003. No governo Lula, caiu para 10,4 (2008). É uma relação escandalosa! Nas melhores universidades americanas, a relação é de, no mínimo, 16 alunos por professor. Lula transformou as universidades federais numa máquina de empreguismo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Voltarei a este tema mais tarde para abordar outras “conquistas” do Ministério da Educação. O que vai acima não é assim porque eu quero. É assim porque esses são os números. Mas vivemos os tempos do aspismo. E, infelizmente, o jornalismo online — também estou nele, mas reconheço os problemas — tem sido útil aos mentirosos. Antigamente, o jornalista tinha ao menos tempo de verificar se os números lançados ao vento eram ou não verdadeiros. Agora, corre-se para ser o “primeiro” a pôr a fala de uma autoridade no ar. E a mentira se propaga. É verdade que muitos repórteres poderiam recorrer ao Google e aos arquivos dos jornais e desfazer a farsa na hora. Mas poucos se dão ao trabalho. Nesse caso, por exemplo, só o Google não resolve.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A menos que o Ministério da Educação corra para maquiar os números, a verdade é essa que segue acima, não o que disse Lula em seu discurso. Telefonei para o ex-ministro da Educação e atual secretário da área em São Paulo, Paulo Renato, para comentar a fala do presidente:</div><div style="text-align: justify;">“O Lula é um usurpador de obras passadas e futuras; toma para si o que outros fizeram e também o que outros ainda farão depois dele; algumas das suas universidades estão apenas no papel e ainda têm de ser criadas”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Obscurantista</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Muito bem! A farsa histórica está desmontada. Encerro comentando a undécima fala em que Lula faz a apologia da ignorância. Jactando-se de ser o maior criador de universidades do mundo — o que, sabemos, é mentira! —, orgulha-se de não ter curso superior, anunciando ao mundo a irrelevância não de um diploma, mas do estudo. É evidente que Lula, ao tentar destacar o que seria uma contradição — o não-universitário que cria universidades — , acaba estabelecendo uma relação de causa e efeito: porque ignorante, decidiu investir nas luzes. Logo, as luzes se transformam num apanágio da ignorância.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O efeito prático disso é que a ingorância se propaga já que, infelizmente, se move numa velocidade superior à da luz.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por Reinaldo Azevedo</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Renato Bromochenkelhttp://www.blogger.com/profile/18202968062311432267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-84137509403572165532022-08-13T12:32:00.001-03:002022-10-18T16:21:27.163-03:00 O vereador Renato Bromochenkel apresenta seus deputados.<p><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #333333; font-size: 14px; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWQ9RE3hXLs_b-z1Iobd9b5yQlr9m4WYgxCTiv-_ERaKkLUrhgzgDP5KWNXy9-VvSAUU4-FuW3chNKLGw9DPUXW7BGMywYv7eJqw9gJ_Bwap4pO02k86kD7tGdc_bspt9d-Bi85GtEPluPlafWcniqLM82MjIw8VvaxuB8F5GkMy-jK2RRcI-nmdHGUg/s1125/renato.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1125" data-original-width="900" height="146" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWQ9RE3hXLs_b-z1Iobd9b5yQlr9m4WYgxCTiv-_ERaKkLUrhgzgDP5KWNXy9-VvSAUU4-FuW3chNKLGw9DPUXW7BGMywYv7eJqw9gJ_Bwap4pO02k86kD7tGdc_bspt9d-Bi85GtEPluPlafWcniqLM82MjIw8VvaxuB8F5GkMy-jK2RRcI-nmdHGUg/w200-h146/renato.jpg" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;">O vereador de Eunápolis, Renato Bromochenkel postou nas redes sociais, nesta sexta-feira, 12, seus candidatos a deputado federal e estadual, Samuel Júnior e Alex Santana.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na oportunidade, ele diz que o momento é de consolidação da unidade do povo de Deus, e pede o apoio e oração para os candidatos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tanto o pastor Alex Santana e o pastor Samuel júnior já são detentores de mandato e pretendem continuar representando o povo de Deus.</div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O pastor Samuel Junior na Assembleia legislativa do Estado da Bahia e o pastor Alex Santana na câmara de deputados Federal. Os dois são candidatos oficiais da assembleia de Deus na Bahia</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por: A Gazeta Bahia</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Cosme oliveirahttp://www.blogger.com/profile/08150894814689077852noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-45523668336375379522022-05-20T01:02:00.001-03:002022-10-18T16:24:30.403-03:00Grávida de gêmeos correndo risco de morte é transferida do HGE para posto de saúde.<div style="text-align: justify;"><div style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="800" height="106" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP1a6lb8nErX3uw_w5YWwzti0SlrEFrcMOeF6suUsl0NkfJzeiqZwwO3mS2JUPAOrHGxme-aengm1gEePViqk2JgVHSH4jCRCjn-mFjPuhCoEcHwvYduf4HDtz_msg8Z4-cMB5tVfcqqm4itfPP3NSOhwArHOhYLnc7Jcy2OxMuCkCN_XyVZmqnvYb4Q/w200-h106/renato-vereador-01111.jpg" style="font-size: small; text-align: left;" width="200" /></div>O vereador Renato Bromochenkel, fez uma grave denúncia tribuna da câmara durante a sessão desta quinta-feira (19/05). Segundo o vereador, uma paciente grávida de gêmeos, foi transferida do Hospital Regional para passar por uma médica em um posto de saúde no centro da cidade.</div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O mais agravante é que a mulher estava com um dos bebês morto na barriga. Mesmo em estado grave correndo risco de morte a paciente foi transferida para uma unidade básica de saúde. Bromochenkel afirmou na tribuna, que os funcionários ainda tentaram acobertar a irresponsabilidade, informando que a mulher saiu do hospital por conta própria assinando um termo de responsabilidade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A paciente afirma que não assinou nenhum termo e foi conduzida para o posto de saúde em uma ambulância do HGE. Após a denúncia do vereador Renato, a vereadora Carmem Lúcia afirmou que não é a primeira vez que irresponsabilidades dessa natureza acontece no Hospital Regional e concluiu seu pronunciamento pedindo que a direção do HGE tome uma atitude com urgência á o vereador Francis Gabriel soltou o verbo, relatando que o descaso no Hospital Regional é grande e além das irresponsabilidades existem várias denúncias da falta de medicamentos, equipamentos e estrutura na unidade de saúde e a prefeita Cordélia vai gastar milhões com o Pedrão que será realizado no próximo mês de junho.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">FONTE: VIA41</div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div> Cosme oliveirahttp://www.blogger.com/profile/08150894814689077852noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-32390298986469178782022-05-17T15:10:00.004-03:002022-10-18T16:34:47.714-03:00À advogada Carla Rondelli Póvoas de Souza recebeu o título de cidadã Eunapolitana<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyxb6dI_E7sS5div5KTczOiG1rKI-06WDLONQfsoI2O-pidw91ki9kruwOZbuSR-oILTsBQC-EU6CBtZS_76iRnkBeCjwyJymsf0RvQ3vzuO2CE4gijSTYMspc8oZflpfaiSvAY9zclwhh7oUeGpRntNe0Zr6_0SOnKypfR0C4x23w_Cvv6O_SM4uiFA/s4032/IMG_8085.heic" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyxb6dI_E7sS5div5KTczOiG1rKI-06WDLONQfsoI2O-pidw91ki9kruwOZbuSR-oILTsBQC-EU6CBtZS_76iRnkBeCjwyJymsf0RvQ3vzuO2CE4gijSTYMspc8oZflpfaiSvAY9zclwhh7oUeGpRntNe0Zr6_0SOnKypfR0C4x23w_Cvv6O_SM4uiFA/w200-h150/IMG_8085.heic" width="200" /></a></div>Por iniciativa do vice-presidente da Mesa Diretora, vereador Renato Bromochenkel (Avante), a Câmara Municipal de Eunápolis concedeu à advogada Carla Rondeli Póvoas de Souza o título de cidadania eunapolitana e demais cidadãos. A cerimônia solene ocorreu na noite desta quarta-feira (11/05) no plenário do parlamento e celebrou o aniversário de 34 anos da emancipação político administrativa de Eunápolis, antigo povoado cujo território era dividido entre Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália até 1988.</div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;">O parlamentar se mostrou feliz pelo ato de entrega dos títulos de cidadania. “Nada mais é do que o reconhecimento da comunidade pelo trabalho prestado ao longo dos anos por quem escolheu esta cidade para viver. Pessoa simples, trabalhadoras, que são de exemplos não só para a família, mas também para muitos que a admiram em seus ambientes de atuação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Carla Rondeli Póvoas de Souza nasceu em São Gabriel da Palha, Espírito Santo, em 16 de março de 1983. Sua história com Eunápolis começou em 1998, quando seu pai, o empresário Carlos Roberto Guimarães Rondeli, mudou-se para esta cidade e aqui inaugurou mais uma loja do Grupo Rondelli. Foi também nessa mesma época que toda a sede administrativa da Empresa, bem como o Centro de Distribuição, foram transferidos definitivamente para Eunápolis.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Apesar de ter vivido um bom tempo no Espírito Santo, onde cursou o ensino médio e se gradou em Direito, o seu desejo de vir morar em Eunápolis não demorou para surgir, pois vinha à cidade com frequência para visitar a família paterna e rever os amigos que fez na cidade. Advogada, Pós-Graduada em Direito Público pelo Instituto Damásio de Jesus, de São Paulo, Carla tem ainda em seu currículo um MBA em Gestão Empresarial pela conceituada Fundação Getúlio Vargas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No ano de 2010, depois de alguns anos de estudos e experiências profissionais em São Paulo, Carla elegeu Eunápolis para aqui fincar os alicerces definitivos de sua vida profissional e, a partir de então, aqui criou raízes profundas, fazendo muitos laços de amizade e constituindo uma linda família. Foi em Eunápolis que Carla encontrou seu companheiro de vida, Ivo Daniel Póvoas de Souza, com quem tem dois filhos: Júlia e Pedro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Atualmente, além de ser advogada atuante na área empresarial, Carla segue trabalhando também ao lado do pai, na administração das empresas do Grupo que tem quase seis décadas de história, gerando mais de 600 empregos diretos e dando continuidade ao grande legado de sua família. A</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">lém da Advogada Carla Rondeli Póvoas, foram entregues outros títulos aos moradores da cidade de Eunápolis:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Gutemberg Alves da Silva: Vindo da cidade de Jacobina, no extremo norte da Bahia, para a cidade de Eunápolis, no ano de 1999, o empresário Gutemberg Alves da Silva, 50 anos, conhecido em toda Costa do Descobrimento, como William Variedades, teve uma infância humilde. Sua família não era financeiramente abastada. Seu pai era feirante antigo, Homem da luta,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na cidade de Eunápolis, William precisava achar alternativas criativas para conseguir alcançar seus objetivos. E assim foi adiante. Conduzindo galinhotas pelas ruas da cidade, vendendo miudezas, brinquedos, importados e eletrônicos em geral, o resultado não poderia ser diferente: o espírito empreendedor começou a florescer.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Aconselhado por um amigo a abrir um comércio de portas abertas, na Avenida Santos Dumont, assim fez!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Inicialmente, isso no ano de 2001, de posse de algumas prateleiras adquiridas anteriormente, deu início à Loja William Variedades, localizada na Santos Dumont, 800, no Centro da cidade. O nome William nasceu do seu chavão, carro chefe para chamar a freguesia: "Venha buscar o seu William!. Agulhas para costurar o saco e gilete para raspar o danado!".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A empresa, uma das mais conhecidas da região, é referência para toda família. Todos acostumaram a procurar a William Variedades, quando precisam do controle remoto para sua televisão, a uma pequena agulha de costura.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Segundo William, Deus preparou tudo. Deus lhe preparou a sua esposa, Eliete Pereira dos Reis, que sempre esteve ao seu lado em todos os momentos, bem como, suas duas filhas. "Eu agradeço à minha esposa e toda minha equipe valorosa, que sempre estiveram presentes", disse.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O sucesso empresarial de William no comércio, é exemplo de vida. Foi preciso coragem, persistência, determinação e zelo com os clientes. Sua história serve de inspiração para todos, principalmente para aqueles que querem iniciar no mundo dos negócios e alcançar seus objetivos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os desafios e dificuldades não foram empecilhos em seu caminho. sempre. Transformando os carrinhos de mão, na principal loja de variedades do extremo sul da Bahia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;">Ronaldo Dias Silva: Nascido em Macarani Bahia em 12 de abril de 1970, filho de Edvaldo Dias Campos e Onorina Araujo da Silva. Em Setembro de 1975 mudou para Porto Seguro com seus pais residindo nesse município até o ano de 1980, mudando para o povoado de Mundo Novo no ano de 1984 mudando com seus pais para Linhares no ES, no ano de 1989 Retornando para Eunápolis morando no Bairro Juca Rosa, após alguns anos comecei trabalhar em uma empreiteira da Veracel Celulose que seu nome anterior era (Veracruz celulose), converteu-se ao Evangelho no ano de 1992, no ano de 1994 casou-se com Diédina Ferreira da Silva Dias, dessa união nasceram quatro filhos, Israel Ferreira Dias, Pedro Ferreira Dias, Matheus Ferreira Dias e Israeline Ferreira Dias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No ano de 1995 começou a pastorear nessa cidade a Igreja Pentecostal A Morada Da Verdade anunciando as boas novas contribuindo para o social da nossa comunidade e trabalhando para restaurar vidas através da palavra de Deus, distribuindo alimentos uma vez por semana na madrugada para moradores de rua, como quentinha, café com pão e água, e já foram enviados vários moradores de rua para suas cidades de origem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pastor Presidente geral do ministério Igreja Pentecostal A morada da verdade com congregações em alguns estados,como São Paulo Guarulhos, Espírito Santo e na Bahia, e seis no nosso Município onde resido desde o ano de 1989, Sempre morando no bairro Juca Rosa , onde fica o templo Sede.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Donizete Garcia de Carvalho, filho de Francisco Garcia de Carvalho e Alvina Garcia de Carvalho, Natural de Heliópolis - BA, nascido em 02 de Maio de 1955.Evangélico, casado com Maria Edjane F. de Jesus de Carvalho, pai de 04 maravilhosos filhos, Maycon de Carvalho, Mayra Garcia Costa, Márcia Garcia de Carvalho, Maurício Garcia de Carvalho. O Sr. Donizete Garcia de Carvalho morou em São Paulo por muitos anos, nesse período trabalhou como metalúrgico, repositor e montador de móveis. Mudou-se para Eunápolis no ano de 1968, no decorrer desses anos prestou serviços para várias Empresas em nosso Município.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Trabalhou na Empresa Águia Branca como despachante, Expresso Brasileiro como porteiro. Durante esse período fez também programas de rádio como programa Gospel na Rádio Jacarandá e Programa Marchando pela Fé, na Rádio Jornal em 1994.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No ano de 2000 ingressou no Serviço público, prestando concurso, exercendo o cargo de Fiscal de Obras Administrativa na Secretaria de Infraestrutura, onde prestou um belíssimo trabalho contribuindo para o crescimento de nosso Município até o ano de 2022, hoje aposentado tem se dedicado à família.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <p></p>Cosme oliveirahttp://www.blogger.com/profile/08150894814689077852noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7330455116336429042.post-79033568735825427012022-04-13T07:33:00.002-03:002022-10-18T16:38:04.633-03:00Mortos e esquecidos, assim está a condição dos ente queridos no cemitério da Saudade.<div class="separator"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9_wG9C4cp0AH2KVknJ-4wRWJip02_ReNT1e0YVTp9iesP1cTFtoIg46Zax5Aammcg_kZIi_q0z6XRp5cC5gLlIN8FaiNBqaOKq1m37pZpe_ljZTKfNv5C2QpVePlJzR7YRywcpR5etWWrEvhbC--FRpPqziy_ub9MkW1NlmwoqdgAFya1iyjJrIBw4Q/s961/renato%201.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9_wG9C4cp0AH2KVknJ-4wRWJip02_ReNT1e0YVTp9iesP1cTFtoIg46Zax5Aammcg_kZIi_q0z6XRp5cC5gLlIN8FaiNBqaOKq1m37pZpe_ljZTKfNv5C2QpVePlJzR7YRywcpR5etWWrEvhbC--FRpPqziy_ub9MkW1NlmwoqdgAFya1iyjJrIBw4Q/w200-h200/renato%201.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">Descaso total, a prefeitura municipal de Eunápolis, abandonou o cemitério da saudade no bairro Sapucaieiras, onde é colocado os restos mortais dos parentes e amigos dos Eunapolitanos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lugar de permanente visitação e uso por parte da população está largada a capoeira e tornando inviável a visitação e localização dos restos mortais dos entes queridos que se encontram ali.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A sociedade merece respeito e consideração instituto que administração atual desconhece e tem se mostrado incapaz de atender as demandas da comunidade Eunapolitana , como sempre é uma vergonha.</div><span><a name='more'></a></span><br />Cosme oliveirahttp://www.blogger.com/profile/08150894814689077852noreply@blogger.com0