Lição 11 – O Evangelho do Reino no Império do Mal - 4


c) Os 144.000 no monte Sião (Ap 14.1-5)

A finalidade desta e das visões que se seguem neste capítulo, é fortalecer os cristãos para as tribulações implicadas no relato que se segue do reinado do anticristo. A identidade dos 144.000 parece ser determinada por #Ap 7.1-8 e #Ap 5.9-10. João mal representaria dois grupos diferentes por tal número tão extraordinário e obviamente simbólico, especialmente quando ele acrescenta que ambas as companhias têm a marca de Deus nas suas testas (#Ap 7.3-4; #Ap 14.1). A multidão se define como aqueles que foram comprados da terra (3), um eco da descrição de Igreja em #Ap 5.9.
Outrossim, diz-se que eles estão sobre o monte Sião (1), isto é, a Jerusalém celestial da era milenária (#Ap 21.9); isto está também de conformidade com o cântico de ação de graças, em #Ap 5.10, mas representa um avanço sobre o prévio retrato dos 144.000, onde esta multidão está ainda sobre a terra (#Ap 7.1-8) e depois é vista no céu, ainda não incluída contudo, nos privilégios reais (#Ap 7.9-17). Nós, portanto, tomamos esta visão para retratar a Igreja possuindo a glória do advento de Cristo na era milenária. O tema do Cordeiro e da Jerusalém celestial encontrado neste capítulo expande-se em #Ap 21.9. O nome escrito nas testas dos cristãos (1) explica a natureza do "selo" mencionado em #Ap 7.1-8. As hostes angélicas cantaram "um novo cântico" (#Ap 5.9), mas somente os 144,000 podiam aprendê-lo (3); evidentemente, ele trata da experiência de redenção, que somente pecadores salvos podiam conhecer. A nossa interpretação deste versículo é condicionada, na nossa identificação desta companhia, com a do cap. 7; é impossível, portanto, considerá-lo como enumerando homens solteiros somente. Parece melhor interpretar a linguagem do vers. 4 como simbólica, denotando a pureza espiritual de homens e mulheres que formam a noiva de Cristo (cfr. #2Co 11.2). Não são inaptos tais termos numa visão retratando a Igreja glorificada com o seu Senhor na Jerusalém celestial; ver #Ap 21.9. Se aparche for traduzida aqui primícias a última parte do versículo se relaciona com tais Escrituras, como #Tg 1.18; #2Ts 2.13 (onde se lê, em algumas versões, "Deus nos escolheu como primícias...", em vez de "Deus escolheu desde o princípio..."); porém, podia ser traduzida, pelo seu sentido usual dos LXX, "sacrifício"; porque tal pensamento é peculiarmente apropriado nesta profecia do testemunho, sofrimento, e martírio dos escolhidos de Cristo.

>Ap-14.6

d) O dia da ira (Ap 14.6-20)

A sucessão de breves oráculos nesta seção é unificada pelo uso de seis anjos, que anunciam o juízo e o executam. Igualmente com a visão anterior, entende-se fortalecer o nervo do cristão, uma visão sendo a retribuição do bem e outra, a retribuição de más obras.

1. O PRIMEIRO ANJO (#Ap 14.6-7) -Uma última advertência é dada aos homens descrentes. Todas as nações são convocadas ao arrependimento e ao culto de Deus. A mensagem chama-se um "eterno Evangelho", pois as eternas bênçãos das boas novas ainda permanecem para aqueles que atendem, este oráculo parece registrar o cumprimento final de #Mc 13.10.

>Ap-14.8

2. O SEGUNDO ANJO (#Ap 14.8) -A queda de "Babilônia" é relatada em maiores pormenores no cap. 18. Este nome simbólico de Roma aparece em #1Pe 5.13, os Oráculos Sibilinos 5.143, 159 e 2 Baruque 11.1.

>Ap-14.9

3. O TERCEIRO ANJO (#Ap 14.9-13) -Esta é uma advertência que forma um complemento à pregação do eterno evangelho nos vers. 6-7. Para o cálice não misturado (não "diluído"), cfr. #Sl 75.8. Para o fogo e enxofre, cfr. #Is 34.8-10, que é reminescente de #Gn 19.24-25. A paciência dos santos (12) encontra um aguilhão adicional na contemplação da terrível destruição dos adoradores da besta, assim como o saber que alguns deles serão chamados para o encarceramento e a morte dá um estímulo semelhante (#Ap 13.10). A bem-aventurança dos mortos que desde agora morrem no Senhor (13) serve à mesma finalidade; cristãos que encaram a possibilidade de sofrer por causa do nome sabem que eles repousarão na companhia do seu Senhor e receberão uma recompensa pela sua fidelidade,

>Ap-14.14

4. O QUARTO ANJO (#Ap 14.14-16) -É comum considerar estes versículos como descrevendo o arrebatamento da Igreja por Cristo na sua vinda, e os vers. 18-20 como o ajuntamento do mundo incrédulo para o juízo; é possível que seja esta a verdadeira interpretação da passagem, especialmente em vista do uso da frase um semelhante ao Filho do homem no vers. 14 (cfr. #Ap 1.13). Contudo, parece estranho que Cristo fosse orientado por um anjo para levar a efeito a sua obra salvadora. À sua descrição, também, falta o resplendor das visões do Senhor em #Ap 1.12 e #Ap 19.11. Parece melhor, por conseguinte, considerar a forma parecida a homem como um anjo, compartilhando algo da glória de Cristo como o "anjo forte" de #Ap 10.1. A colheita do trigo e das uvas então representa um ato todo-inclusivo de juízo, como em #Jl 3.13, em que se baseiam estas duas visões, Para a colheita da terra por instrumentalidade angélica, comparar #Mt 13.41-42.

>Ap-14.17

5. O QUINTO ANJO (#Ap 14.17) -Observa-se que o anjo que tem a foice aguda saiu do templo, assim como o fez o quarto anjo.

>Ap-14.18

6. O SEXTO ANJO (#Ap 14.18-20) -Este anjo que autoriza o vindimador a colher as uvas da vinha da terra saiu do altar e chama-se aquele que tem poder sobre o fogo, Isto se relaciona com #Ap 6.9-11; #Ap 8.1-5; #Ap 9.13; #Ap 16.7, e exemplifica mais uma vez a conexão entre o sacrifício dos santos de Deus e o advento do reino. O simbolismo do juízo messiânico (19-20), como o pisar do lagar, remonta a #Is 63.3. A cidade fora da qual o pisar do lagar ocorre é presumivelmente a cidade universal, "A grande Babilônia" (ver #Ap 11.8; #Ap 18.2). 

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