FAMÍLIA: AGENTE DE PRESERVAÇÃO E TRANSMISSÃO DOS PRINCÍPIOS E VALORES BÍBLICOS (2)

Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Queres que eu vá chamar uma das hebréias que sirva de ama e te crie a criança? Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Saiu, pois, a moça e chamou a mãe do menino. Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou. Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moisés e disse: Porque das águas o tirei. (Êx 2.7-10)

Escrevendo aos Romanos 8.28, o apóstolo Paulo, na direção do Espírito, nos diz que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, dos que são chamados por seu soberano decreto. Na vida de Moisés podemos testemunhar tal verdade.

Em meio à perseguição e diante da ordem do rei do Egito para que as parteiras matassem as crianças do sexo masculino (Êx 1.8-17), e posteriormente, também a ordem de lançar os filhos no rio (Êx 1.22), Moisés escapou com vida (Êx 2.1-6).

Não bastasse isso, a providência divina possibilitou que Moisés fosse educado pela própria mãe (2.9). Sendo assim, nos anos fundamentais para a formação de sua personalidade, para modelagem de seu caráter e vida moral, para norteamento de sua fé, Moisés não poderia ter recebido melhores cuidados e atenção. Temos a certeza, e a história nos confirma isso, que Joquebede, sua mãe, transmitiu para o seu filho os fundamentos da fé dos hebreus no Criador de todas as coisas (Gn 1.1-31), no Deus que em justiça julgou o mundo com o dilúvio, poupando a Noé e sua família (Gn 6-8), no Deus que soberanamente confundiu as línguas em Babel (Gn 11.1-9), no Deus que em graça chamou a Abraão e lhe fez promessas maravilhosas (Gn 12.1-3), no Deus que poupou Isaque ao provar a fé de seu pai (Gn 22.1-19), no Deus que em Jaboque teve um encontro transformador com Jacó (Gn 32.22-32), no Deus que amparou e honrou José (Gn 37- 46).

Ao conhecer a história de seu povo e a sua própria história através de uma educação em família, Moisés foi se conscientizando do plano de Deus para a sua vida, no sentido de se tornar o libertador do seu povo. Isso fica claro conforme o texto de Atos 7.23-25:

Quando completou quarenta anos, veio-lhe a idéia de visitar seus irmãos, os filhos de Israel. Vendo um homem tratado injustamente, tomou-lhe a defesa e vingou o oprimido, matando o egípcio. Ora, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele; eles, porém, não compreenderam.

Perceba que o texto diz que: “Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele”.

Tenho escutado ao longo de minha jornada cristã alguns argumentos que se relacionam com a educação de Moisés, que não se sustentam à luz do exame das Escrituras. Um deles é o de que Moisés precisou fugir e viver no deserto para desaprender tudo que aprendeu em seus estudos de toda a ciência dos egípcios (At 7.22).

Em lugar algum a Bíblia afirma isso. Como já vimos em Atos 7.23-25, os estudos em toda ciência dos egípcios não ofuscaram, nem tiraram de Moisés a preocupação com o seu povo, nem a convicção de seu chamado. A educação em família, conforme insistimos em afirmar, é a mais marcante na vida de um indivíduo. Os ensinamentos de sua mãe, com certeza, ficaram guardados em sua mente, e firmemente arraigados em seu ser. O problema de Moisés não foi a ciência dos egípcios, mas o agir fora da vontade, da forma e do tempo de Deus.

Ele assumiu o papel de libertador, mas da maneira e no tempo errado. Moisés usou a própria força e métodos, quando deveria esperar e buscar em Deus a direção:

Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo. Olhou de um e de outro lado, e, vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia. (Êx 2.11-12)

Quando agimos de forma semelhante, da mesma maneira que aconteceu com Moisés, ficamos sem respostas para a pergunta que se seguiu num outro episódio:

Saiu no dia seguinte, e eis que dois hebreus estavam brigando; e disse ao culpado: Por que espancas o teu próximo? O qual respondeu: Quem te pôs por príncipe e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Temeu, pois, Moisés e disse: Com certeza o descobriram. (Êx 2.13-14)

Em outras palavras, a questão que foi levantada era sobre de onde provinha a autoridade espiritual que Moisés demonstrava ter. Ele simplesmente silenciou. Na sequência dos fatos, a atitude de Moisés culminou com o intento de Faraó em matá-lo, e em sua fuga para a terra de Midiã (Êx 2.15; At 7.29), onde passou quarenta anos (At 7.30), não para esquecer a ciência dos egípcios, mas para aprender a esperar a forma e o tempo de Deus em sua vida.

Quando Deus se revela a Moisés em uma chama de fogo, no meio de uma sarça que não se consumia (Êx 3.2), algo é digno de nota. A maneira de Deus se apresentar a Moisés é bastante significativa:

Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus. (Êx 3.6)

O Senhor se apresenta como o Deus da família de Moisés, o Deus de se pai e de seus ancestrais. Essa ligação com a família, com certeza, trabalharia as lembranças de Moisés dos ensinos e da educação que recebeu de sua mãe Joquebede. Não há faculdade ou deserto que apague isso!

Agora as coisas seriam diferentes, pois o tempo de Deus chegara, e o Senhor revelaria o método adequado para a libertação do seu povo, por aquele que já tinha escolhido, e na vida de quem tinha trabalhado (Êx 3.7-12).
Quando o tempo de Deus chega para nós, não ficamos sem respostas acerca da origem de nossa autoridade espiritual, pois sabemos que foi o próprio Senhor que em seu nome nos comissionou:

Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros. Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração. (Êx 3.13-15)

Nossa autoridade espiritual será também confirmada pelo agir sobrenatural de Deus em nossa vida e ministério, com grande poder e milagres (Êx 4.1-9), durante toda a nossa trajetória, na medida em que nos submetermos plenamente à sua voz, vontade e direção.

Invista na educação bíblica de seus filhos em família, pois dessa forma eles poderão posteriormente ser instruídos na ciência secular sem abrir mão de sua fé em Deus, mantendo-se firmes nos princípios da Palavra, e nas grandiosas promessas do Pai celestial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça comentários produtivos no amor de Cristo com a finalidade de trazer o debate para achar a verdade. Evite palavras de baixo calão, fora do assunto ou meras propagandas de outros blogs ou sites.

Marcadores

1º TRIMESTRE 2012 1º TRIMESTRE 2013 1º TRIMESTRE 2014 1º TRIMESTRE 2015 1º TRIMESTRE 2016 1º TRIMESTRE 2018 2º TRIMESTRE 2012 2º TRIMESTRE 2013 2º TRIMESTRE 2014 2º TRIMESTRE 2015 2º TRIMESTRE 2016 3º TRIMESTRE 2012 3º TRIMESTRE 2013 3º TRIMESTRE 2014 3º TRIMESTRE 2015 3º TRIMESTRE 2016 3º TRIMESTRE 2023 4º TRIMESTRE 2008 4º TRIMESTRE 2011 4º TRIMESTRE 2012 4º TRIMESTRE 2013 4º TRIMESTRE 2014 4º TRIMESTRE 2015 4º TRIMESTRE 2016 4º TRIMESTRE 2018 4º TRIMESTRE 2023 ABEL ADORAÇÃO ADULTÉRIO ADULTOS AÉCIO NEVES AGENDA AGIOTAGEM ALEGRIA ALEXANDRE COELHO AMIGOS AMIZADE AMY WINEHOUSE ANCIÃO ANO NOVO ANTÔNIO GILBERTO APOLOGÉTICA APOSTOLO ARROGÂNCIA ATIVISMO ATOR AUGUSTUS NICODEMUS LOPES BABILÔNIA BIBLIOLOGIA BISPO BOLSONARO BRASIL C. H. BROWN CAIM CALVÁRIO CASAMENTO CHARLES HADDON SPURGEON CHARLES R. SWINDOLL CIRO SANCHES ZIBORDI CLAUDIONOR DE ANDRADE CÓDIGO DA VINCI COMENTÁRIOS COPA DO MUNDO CORDEIRO CORRUPÇÃO CPAD CRIANÇAS CRIME CRISTO CRITICAS CUBA DANIEL DENZEL WASHINGTON DEPUTADOS DESIGREJADOS DEVOCIONAIS DIÁCONO DILMA ROUSSEFF DINHEIRO DIVÓRCIO DONS ESPIRITUAIS DOUGLAS BATISTA DOUTOR EBD ECLESIASTES EDUCAÇÃO ELIAS ELIENAI CABRAL ELIEZER DE LIRA E SILVA ELIEZER RODRIGUES ELINALDO RENOVATO ENTREVISTA ENVELHECER EPÍSTOLA DE TIAGO EPÍSTOLAS ESCATOLOGIA ESCOLA DOMINICAL ESEQUIAS SOARES ESTUDOS EUNÁPOLIS EVANGELHOS EVENTOS ÊXODO EXPOSITIVO F FÁBULAS FAMÍLIA FARSA FÉ E OBRAS FEMINISMO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO FESTA FILHOS FILIPENSES FILMES FORNICAÇÃO FOTOS GENESIS GEREMIAS DO COUTO GLOBO GOMORRA GRATIDÃO HERESIAS HERNANDES DIAS LOPES HERRY POTTER HOMILÉTICA HOMOSSEXUALIDADE HUMILDADE ILUSTRAÇÕES ÍMPIOS INCLUSÃO INFRAESTRUTURA INIMIGOS INIMIZADE INVESTIGAÇÃO ISRAEL JAIR JEAN WYLLYS JEJUM JOHN ANKERBERG JOHN WELDON JORDÃO JOSÉ GONÇALVES JOVENS JUSTOS LARRY WILSON LAVA JATO LEIS LIBERALISMO LIÇÕES BÍBLICAS LIDERANÇA LÍNGUA LITICA LUCAS LUIS INÍCIO LULA DA SILVA MAGNO MALTA. MANDAMENTOS MAR VERMELHO MARCHA PARA JESUS MARCHISMO MARCO FELICIANO MARCOS MARIA MARINA SILVA MARIO SALES MARK BROWN MARTA MARTINHO LUTERO MENSAGENS MESTRE MOISÉS MULHER MUSICA MYLES MUNROE NAMORO NAMOROj NATAL NELSON NED NETO GUERRIERI NORBERT LIERTH NOTÍCIAS NOVELAS OBREIROS ÓDIO OPERAÇÃO ORAÇÃO OS DEZ MANDAMENTOS OSTENTAÇÃO PARÁBOLA PASCOA PASTORAIS PERDÃO PETROBRAS PETROLÃO PILATOS POLICIA POLITICA PORNOGRAFIA PREFEITOS PREGADORES PRESBÍTERO PRESIDENTE PROFETAS PROSPERIDADE PROTESTO PROVAÇÕES PROVÉRBIOS REFLEXÕES REFORMA REINALDO AZEVEDO RELIGIÃO RENATO BROMOCHENKEL REYNALDO ODILO ROMANOS SABEDORIA SACERDOTES SALMOS SALVAÇÃO SAMUEL F.M. COSTA SAMUEL VIEIRA SANTIFICAÇÃO SEGURANÇA SELEÇÃO BRASILEIRA SENADOR SÉRIES SERMÃO DO MONTE SERMÕES SEXO SEXUALIDADE SILAS DANIEL SILAS MALAFAIA SILAS QUEIROZ SODOMA TEMOR TEMPERAMENTOS TENTAÇÃO TEOLOGIA TESTEMUNHO TRABALHO VEREADOR VIDA CRISTÃ VIDEOS VINDA DE CRISTO VIOLÊNCIA WANER GABY WARREN WIERSBE WILLIAM MACDONALD XUXA