Eu nem sou tão velho assim, mas posso dizer que “na minha época” as coisas eram bem diferentes. Ainda me lembro dos dias em que os melhores pastores não eram os que apareciam na televisão, nem os que vendiam discos, mas sim os que serviam a um grupo de pessoas com fidelidade. Muito parecido com um casamento, onde mesmo em dificuldades existe um compromisso com base no amor.
Mas o amor perdeu o significado, as prostitutas fazem amor com aquele que tem o dinheiro no momento. Amigos dizem: “eu te amo” como se estivessem dizendo: “boa tarde,” não é a toa que o amor se tornou uma palavra vazia em nossa sociedade.
O versículo mais conhecido da Bíblia começa com a seguinte declaração: “Deus amou ao mundo.” Ele não amou somente aos seus amigos, não amou somente aos ricos, não amou somente as pessoas bonitas, ele amou a todas as pessoas. O maior compromisso de amor assumido na historia da humanidade, foi de alguém que tinha tudo a oferecer para pessoas que não tinham nada para retribuir. A essência do amor pode ser resumido em: “dar a sua vida por uma outra pessoa.”
Parece que o Cristianismo atual de nada se assemelha a proposta feita por Jesus Cristo. O amor deixou de ser um compromisso de vida com o perdido e se tornou um palco aonde o amor se vende por um preço. O preço de um ingresso, de uma oferta sacrifical, de um contrato com gravadoras, ou de uma fatia de lucro em grandes congressos. Cada noite um novo êxtase, em um novo local, desde que o pagamento seja adiantado.
Não é a toa que hoje muitos lutam por um espaço no meio gospel, o sonho de se tornar o próximo ministro famoso. Para vender o amor, não é necessário um relacionamento, basta receber o dinheiro, subir no palco, terminar a performance e sair para a próxima programação, sem se lembrar do nome das pessoas que foram “amadas.”
O amor vendido não é um amor seguro, e quem recebe amor de pessoas doentes, pode sair com uma doença. E de tantas doenças espalhadas, creio que a pior seja o vírus da falta de um compromisso real: Com Deus, com sua igreja local, com sua família e com o seu próximo. Jesus nunca teve uma postura de rockstar, não buscou a fama, não procurou o palco. As pessoas seguiam a Jesus por que ele as amava individualmente, sem segundas intenções.
O fato de que Jesus preferia estar com os 12 discípulos do que estar com as grandes multidões, mostra que de fato havia algo divino dentro dele. Para que possamos ter esta mesma postura, precisamos de algo divino também. Por isto que o inicio de nosso ministério não deve ser nosso talento e nem a nossa personalidade, mas sim o nosso coração que ama, por que Ele nos amou primeiro. O amor deve ser puro, na forma de um compromisso, não o compromisso de um show, mas o compromisso de servir ao próximo a cada dia, transformando o mundo em um lugar melhor através do nosso estilo de vida que foi transformado por Deus.
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