“A vida foi feita para ser compartilhada!”
A primeira pergunta que fazemos quando falamos em casamento como sociedade deve ser: “Por que buscamos um sócio conjugal?”. Qual o motivo da nossa busca por um sócio ou sócia?
Baseado em nosso texto de 1 Corintios 13 e na proposta inicial de Deus para o casal, conforme vemos no livro de Gênesis, a resposta não pode ser diferente dessa: Primeiro motivo – “Buscamos um sócio conjugal para amar e sermos amados”.
Quando Deus fez o homem, colocou nele uma necessidade básica, a social, como destaquei há pouco. O homem tem a necessidade de amar e a necessidade de ser amado. Nascemos com essa necessidade de receber e de dar amor. Isso está em você, vem de fábrica, faz parte da sua constituição humana, ainda que ao longo dos anos, devido às pancadas que a vida nos dá, algumas pessoas se tornem amarguradas, azedas. Mas na fonte, no princípio, Deus nos fez a todos com a necessidade de amar e de dar amor. Esse é o estado normal planejado por Deus para todo ser humano.
Essa carência de amar e ser amado necessariamente nos levará a um segundo motivo porque buscamos uma sociedade: “A vida foi feita para ser compartilhada”. Queremos compartilhar a nossa vida, as nossas realizações, as nossas ideias, os planos, os sonhos. Gosto do que disse Charles Chaplin: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” O casamento nos proporciona essa oportunidade.
Quer ver como isso funciona na prática? Vou dar alguns exemplos. Que graça teria um jogador de tênis ganhar uma partida ou o campeonato e não ter com quem celebrar? Teria graça? Nenhuma. Que graça teria você comprar o carro do seu sonho e não ter com quem dividir essa alegria? Não teria ninguém para levar a um passeio! Teria alguma graça? Nenhuma. Que graça teria você passar no vestibular e não ter com quem celebrar e compartilhar a sua vitória? Teria graça? Também não, nenhuma. Por mais que o tenista, o comprador do carro ou o aprovado no vestibular vibrem com a vitória pessoal, essa vitória precisa ser celebrada com alguém. A vida humana precisa ser compartilhada, porque também é feita de vitórias.
Uma vez que a vida foi feita para ser partilhada, esse é o motivo porque buscamos uma sociedade: queremos alguém com quem partilhar nossas realizações e também para alcançar conosco novas vitórias e conquistas.
O terceiro motivo pelo qual buscamos uma sociedade conjugal é porque a Bíblia diz que “é melhor serem dois do que um”. E a razão para isso é simples: porque dois têm mais força do que um. Quando juntamos forças vamos mais longe, resistimos melhor, temos mais ânimo, impressionamos mais e nos ajudamos mais. Toda trajetória humana, seja na sua profissão ou no seu relacionamento conjugal, haverá de ter momentos delicados, ocorrências contrárias, e se estiver sozinho vai ser mais difícil resistir. Sendo dois, as chances aumentam – eu diria que elas dobram, no mínimo! E quando você aumentar o número de pessoas envolvidas, a força será ainda maior. Li um pensamento de George B. Courtelyou, sobre a nação que vou aplicar à família: “O maior patrimônio de uma família é o espírito de luta de seus membros e a maior ameaça para uma família é a desagregação desse espírito”.
Deuteronômio 32:30 mostra como funciona a matemática de Deus, quando Ele está agindo. “Como poderia um só perseguir mil, e dois fazerem fugir dez mil, se a sua Rocha lhos não vendera, e o SENHOR lhos não entregara?” Um pode perseguir a 1.000, mas dois, perseguirão a 10.000! O número cresce em progressão geométrica quando Deus está agindo.
Considere uma empresa. Uma empresa que começa com dois sócios terá um desempenho “x”. Quando esses sócios estiverem no limite de suas forças, eles irão contratar funcionários, e naturalmente o desempenho da empresa no mercado será maior. Até mesmo na família vemos isso, e como exemplo eu cito o texto de Salmo 127.3-5, que diz:
Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles!
O texto está dizendo que o alcance do homem com filhos é maior. Ele envia as suas flechas – os filhos – mais longe do que ele mesmo pode ir.
Quarto motivo porque se busca uma sociedade conjugal é a soma de recursos. Quando analisamos as características de dois sócios numa empresa de sucesso, sempre encontramos sócios que reúnem qualidades e virtudes diferentes um do outro. Ou um tem o capital e o outro tem conhecimento técnico, ou um é organizado como administrador e o outro é bom de relacionamento comercial; ou um tem bons contatos e o outro boas ideias; ou um é criativo e o outro é metódico. Sempre um completa o outro. A virtude que falta em um encontramos no outro. Cada sócio compartilha aquilo que tem de melhor e quando unem suas qualidades é certo que a sociedade tem grandes chances de prosperar. São essas diferenças que dão sentido a vida a dois no casamento.
Uma sociedade terá problemas se os sócios tiverem dinheiro, mas nenhum conhecimento técnico; ou mesmo se ambos forem técnicos, mas não tiverem dinheiro para investir. Se os dois forem bons de relacionamento, mas não puderem administrar bem, ou se ambos forem sistemáticos na organização e nenhum tiver o arrojo para arriscar na hora certa, a sociedade vai “empacar”. Ela não terá êxito. Por isso é melhor serem dois que se completem, porque cada qual irá compartilhar o que tiver de melhor e necessário para que a sociedade ou o matrimônio tenha sucesso.
Quinto motivo, nós buscamos uma sociedade conjugal para viabilizar projetos. Vou dar um exemplo. É possível realizar o sonho de ter uma família, sem para isso buscarmos o (a) sócio (a)? Não, ninguém pode realizar o sonho de ter uma família sem um companheiro ou uma companheira.
Alguns projetos só são possíveis se buscarmos uma sociedade. Não há outro meio. Assim, buscamos uma sociedade conjugal para viabilizar projetos que de outra forma não seriam viabilizados.
Nós buscamos uma sociedade conjugal para alcançar alvos elevados. Eu não chegaria a alguns lugares onde cheguei se eu não estivesse casado.
Eu não teria conseguido determinadas conquistas se não tivesse a esposa que eu tenho, a minha sócia conjugal. Sozinho, provavelmente eu não estaria cumprindo um propósito de Deus na minha vida que é trabalhar com casais e com família, tanto no Brasil como mundo afora.
Então, buscamos uma sociedade para alcançar alvos que de outra forma não alcançaríamos. E com isso extrapolamos o projeto inicial, indo ao encontro de objetivos maiores e metas mais distantes. Inicialmente eu casei para realizar meus planos conjugais e familiares; o mesmo eu posso dizer da minha esposa. Mas o Senhor, valendo-se desse meu desígnio inicial, levou-nos e tem nos levado a alvos e projetos além daquilo que podíamos imaginar quando nos reunimos e nos associamos para executar nossas aspirações pessoais.
Portanto, se você ainda não é casado (a), e tem no coração o esboço de vida conjugal, e a realização de um plano de vida familiar, é preciso procurar um sócio ou uma sócia que irá compartilhar com você esse mesmo sonho, que irá completar as suas deficiências, que irá juntar-se à você para serem mais fortes, e será essa pessoa que irá amar você e será amada por você.
Podemos ir a muitos lugares sozinhos, mas iremos mais longe se nos unirmos a alguém em sociedade.
Família
Pr. Josué Gonçalves
Pr. Josué Gonçalves é terapeuta familiar, pastor sênior do Ministério Família Debaixo da Graça - Assembleias de Deus em Bragança Paulista – SP, bacharel em teologia, com especialização em aconselhamento pastoral e terapia de casais, exerce um ministério específico com famílias desde 1990.
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