Romanos 7.1-6 - Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei, mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro marido; mas, morto o marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for doutro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus. Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.
Luz sobre Roma

1. Romanos 7 deve ser interpretado à luz de Romanos 6, especialmente 7.12-14 (também 3.20,21-31; 4.13-16; 5.20).
2. É preciso também levar em conta a tensão na igreja de Roma entre os crentes judeus e os crentes gentios, a qual é mostrada em Romanos 9—11. A natureza do problema, como observa Utley, é incerta, mas pode ter sido:
a. legalismo baseado na lei mosaica;
b. ênfase judaizante sobre Moisés em vez de Cristo;
c. incompreensão de como o evangelho se aplica aos judeus;
d. incompreensão da relação entre a Antiga e a Nova Aliança;
e. ciúme por parte dos crentes judeus da liderança dos gentios depois do edito imperial expulsando os judeus de Roma.
3. Deve ser observado que Romanos 7.1-6 contém linguagem figurada de Romanos 6 acerca da relação dos cristãos com a sua velha vida. As metáforas usadas são:
a. morte e libertação da escravidão para pertencer a outro (Rm 6);
b. morte e libertação da obrigação matrimonial (Rm 7).
4. Devemos observar também que Romanos 6 e 7 são literaturas paralelas. Romanos 6 detalha como é a relação dos crentes com o pecado e Romanos 7 como é o relacionamento dos crentes com a lei. A analogia da libertação da escravidão da morte (6.12-23) é paralela à analogia da libertação do marido que morreu (7.1-6). Utley ainda destaca o paralelo de alguns termos e expressões existentes entre Romanos 6 e Romanos 7.
6.1 — “pecado”
|
7.1 - “lei”
|
6.2 - “morte”
|
7.4 — “morte da lei”
|
6.4 - “para que possamos servir em novidade de vida”
|
7.6 — “para que possamos servir em novidade do espírito”
|
6.7 — “Aquele que morreu está livre do pecado”
|
7.6 - “morremos para aquilo que estávamos sujeitos”
|
6.18 — “tendo sido livres do pecado”
|
7.3 - “livres da lei”
|
5. A lei com seus preceitos foi a sentença de morte. Todos os homens estavam condenados sob ela (Rm 6.14; 7.4; G1 3.13; Ef 2.15; Cl 2.14). A lei mosaica se tornou maldição!
Nova Aliança, Novo Relacionamento
“Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vivei (7.1). Alguns intérpretes veem aqui uma referência à lei romana, enquanto outros enxergam a lei como um princípio universal. Todavia, o contexto parece deixar claro que Paulo estaria se referindo à lei mosaica. A expressão “falo aos que conhecem a lei” pode ser aplicada a toda a igreja romana, mas especialmente os judeus. A discussão feita pelo apóstolo em Romanos 6 poderia ter gerado mal-entendidos sobre o papel da lei em relação aos cristãos. Não devemos esquecer que Paulo havia enfrentado, conforme mostra o livro de Atos e especialmente a Epístola aos Gálatas, conflitos com judeus que o acusavam de estar pregando rebelião contra a lei.
Não há dúvida de que o apóstolo sabia que esse mal-entendido sobre o seu pensamento já havia chegado a Roma. A ideia que perpassava era que Paulo era um antinomista, isto é, pregava a não observação da lei. Esse equívoco deveria ser esclarecido para que o ensino da justificação pela fé somente fosse compreendido em toda a sua extensão. O elo é estabelecido entre os capítulos 6 e 8 pelo argumento do apóstolo.
Recorrendo novamente ao método de diatribe, Paulo quer desfazer essa imagem negativa que alguns estariam fazendo sobre ele em relação à lei. Por que Paulo se mostrava tão negativo em relação à lei? Paulo mostrará que, ao contrário do que muitos pensavam, ele tem um grande apreço pela lei de Deus; todavia, não vê nela um instrumento capaz de produzir salvação. E nesse ponto que percebemos que o conceito das duas alianças está bem presente no pensamento do apóstolo. Na Antiga Aliança, a lei teve uma função principal, mesmo que fosse apenas para apontar os pecados e produzir a ira divina, porém na Nova Aliança essa função não existe mais. E por que não? Porque a lei apontava para Cristo, e Ele havia chegado!
É exatamente aqui que Paulo fará a analogia do casamento. Era de conhecimento dos crentes romanos que enquanto o marido fosse vivo, a lei proibia que a esposa contraísse novas núpcias. Se assim fizesse, estaria caindo em adultério. Todavia, se o marido morresse, ela estaria livre para casar com quem quisesse. Paulo então mostra que é exatamente isso o que ocorreu em relação à lei. Aqui o crente morre para a lei para pertencer a outro, Jesus Cristo. “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus” (Rm 7.4). O expositor bíblico F. F. Bruce destaca que “como a morte desfaz o laço que une marido e mulher, assim a morte — a morte do crente com Cristo — desfaz o laço que o prendia ao jugo da lei, e agora está livre para entrar em união com Cristo. Sua anterior associação com a lei não o ajudava a produzir os frutos da justiça, mas esses frutos são produzidos com abundância, agora que ele está unido a Cristo. O pecado e a morte foram o resultado de sua associação com a lei; a justiça e a vida são o produto de sua nova associação; pois (como Paulo o coloca em outro lugar), £a letra mata, mas o Espírito vivifica’ (2 Co 3.6)”. Não se tratava, portanto, de um antinomismo ou rebelião contra a lei, mas assumir a nova posição que a Nova Aliança em Cristo proporcionou. Os cristãos são chamados para pertencer a “outro”, Cristo, e dessa forma frutificarem para Deus.
“Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte” (7.5). Paulo fundamenta seu comentário mostrando a antiga relação da lei com aquele que a observa. Paulo já havia mostrado no capítulo 5 que o pecado não é levado em conta quando não há lei. Ali a transgressão aparece como a quebra do mandamento da lei. Deus deu então o código do Sinai. Essa lei dada a seu antigo povo é justa e boa, mas em vez de produzir vida, trouxe morte. Havia algum problema com a lei? Não, o problema estava com os homens, corrompidos pelo pecado, que se mostraram incapazes de obedecer aos preceitos da lei. A lei trouxe a consciência do pecado e esse pecado, alimentado pela cobiça, frutificou para a morte. Esse argumento receberá ênfase novamente em Romanos 7.7.
“Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra” (7.6). João Calvino, em seu comentário da Epístola aos Romanos, destaca que Paulo “dá seguimento a seu argumento a partir de opostos. Se a coibição da lei surtiu tão pouco efeito em subjugar a carne que nos despertava antes a pecar, então devemos nos desvencilhar da lei para que deixemos de pecar. Se somos libertos da servidão da lei a fim de podermos servir a Deus [livremente], então aqueles que derivam deste fato sua licença para pecar, e aqueles que nos ensinam que devemos soltar as rédeas e nos entregarmos a luxúria, também estão equivocados. Note-se, pois, quando Deus nos livra de suas rígidas exigências e de sua maldição, dotando-nos com o Espírito Santo a fim de trilharmos seus santos caminhos”.
Paulo esboça aqui o que tratará em detalhes no capítulo 8. O crente foi liberto da lei para viver debaixo de outra lei — a lei do Espírito de vida. Sem dúvida esse é o sentido de “servir em novidade de vida”. Andar de acordo com a lei, vivendo na era do Espírito, é uma anomalia a qual o cristão nascido de novo não pode mais aceitar.
Romanos 7.7-13
Que diremos, pois? E a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a concupiscência; porquanto, sem a lei, estava morto o pecado. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri; e o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou. Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom. Logo, tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum! Mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem, a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno.
De Volta ao Paraíso
“Que diremos, pois? E a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás” (7.7). A partir desse ponto, Paulo introduz a figura do “eu” na sua argumentação. Quem seria, portanto, esse “eu”? Alguns intérpretes, a exemplo de Dale Moody e Leon Morris, acreditam que ele estaria falando de uma experiência pré-cristã. Por outro lado, intérpretes como John Stott e Charles Swindoll põem aqui em destaque os conflitos internos do cristão. À propósito, Swindoll comenta: “Romanos 7 é o autorretrato de Paulo, no qual ele usa utiliza o verbo na primeira pessoa do singular 30 vezes. Perto do final do autorretrato ele exclama: ‘Sou um pobre miserável’. A expressão ‘pobre miserável’ é a tradução de uma palavra grega que quer dizer ‘sofredor, afligido, miserável’”.
Não há dúvida, portanto, de que o “eu” aparece em Romanos 7 com um sentido individualizante. Todavia, como observou acertadamente Giuseppe Barbaglio, aqui ele não se limita apenas a esse sentido. Ele ganha também um sentido supraindividual. Em outras palavras, ele possui um sentido individualizante, mas também um sentido representativo. Esse sentido mais universal é usado para mostrar a vida dos que vivem sem lei, dos que vivem sob a lei e dos que estão livres da lei. Barbaglio elenca alguns fatos que contribuem para esse entendimento:
1. Paulo contrapõe a bondade intrínseca da lei e do mandamento divino ao “eu”, que dela fez uma experiência negativa, encontrando aí a morte eterna (w. 7-13).
2. O “eu” é apresentado como um sujeito que carrega uma história dividida nitidamente em duas fases: ausência da lei e “vinda do mandamento (vv. 9,10). Notem-se as séries dos verbos no passado, que caracterizam os versículos 7-13.
3. No trecho de 14-25, ao contrário, os verbos são conjugados no presente. Seria, portanto, errado deduzir que Paulo deseje aí apresentar a condição atual do “eu’, em antítese ao passado de perdição. Na realidade, ele descreve o estado de dissociação existencial do “eu” como resultado de sua história. Testemunha-o o versículo 14: “mas eu sou ‘carnal’, fui vendido como escravo ao pecado”. A confirmação nos vem do grito conclusivo: “Pobre de mim! Quem me poderá libertar deste corpo destinado à morte?” Pecado e morte, portanto, são o âmbito em que o “eu” se acha encerrado, por efeito de seu passado de submissão.
4. O “eu” é um ser perdido sem possibilidade autônoma de libertação (v. 24).
5. O “eu” dirige um canto de ações de graças a Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor! Pela graça, portanto, experimentou a salvação.
“A conclusão”, diz Barbaglio, “parece bastante fundamentada. O discurso de Paulo revela uma estrutura de fundo de caráter histórico-salvífico: abarca a caminhada de toda a humanidade a partir do jardim do Éden, evocado claramente nos versículos 9 a 11, até a iniciativa salvífica de Deus, mediada por Jesus Cristo. A semelhança com 5.12-21 é inegável. Mas não se trata de uma descrição feita de fora, própria de um observador externo. E, ao contrário, uma retrospectiva que envolve a ele próprio e a todos os fiéis, que olhando para trás avaliam à luz da fé a terrível perdição da qual escaparam. Portanto, o ‘eu’ de 7.7-25 representa os cristãos, por aquilo que eram, em estreita solidariedade com a humanidade adâmica pecadora, e agora não mais o são, por graça. O capítulo descreve sua história passada, que se radica na pré-história mais longínqua: ambas à imagem de Adão, que cedeu à tentação de ser como Deus”.
"... porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás” (7.7). Não devemos limitar aqui o termo “cobiça” como se fosse um mero sinônimo de desejos sexuais. O expositor bíblico Mark A. Seifrid observa que Paulo faz uma descrição das obras da lei em termos de um encontro com a proibição da cobiça, do desejo legítimo de possuir aquilo que pertence a outra pessoa. Dessa forma, Paulo tem em mente a cobiça em seu sentido mais amplo. O quadro de Gênesis 3.6, onde narra o desejo de Eva, evidentemente está presente na argumentação do apóstolo. Seifrid sublinha que “Paulo vê no encontro do ser humano com o mandamento a recapitulação da transgressão de Adão. Ao contrário da situação da Queda, o pecado já está presente no ser humano que ouve a Lei; o mandamento fornece apenas a oportunidade para o pecado produzir ‘todo tipo de cobiça’ (7.8)”.
Romanos 7.14-25
Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço, não o aprovo, pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que, agora, já não sou eu faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar e bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado.
O “Eu” Destronado
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” (7.14). A natureza boa da lei em contraste com a natureza maligna do pecado é apresentada aqui por Paulo. A lei aparece aqui como um espelho que reflete a imagem de quem o contempla, mas aquele que é contemplado nada pode fazer pela melhoria dessa imagem. Ele apenas se torna consciente diante desse espelho dos seus inúmeros defeitos. John Wesley, em 1754, comentou essa passagem: “Eu sou carnal — São Paulo, depois de ter comparado juntos o estado passado e presente dos crentes, ‘na carne’ (Romanos 7.5) e ‘no espírito’ (Romanos 7.6), procura responder a duas acusações (é então a lei pecado? Romanos 7.7, e é a lei morte?, Romanos 7.13) e entrelaça todo o processo do arrazoamento de um homem, lutando e procurando escapar do estado legal para o evangélico. Isso ele faz em Romanos 7.7, até o fim neste capítulo”. Joseph A. Fitzmyer destaca que “a explicação de Paulo não é ainda completa; na presente passagem trata de esclarecer a questão. Como pôde o pecado usar algo bom em si mesmo (a lei) para destruir os seres humanos? O problema não está na lei, mas nos seres humanos como tais. A lei é espiritual. Devido à sua origem divina e o seu propósito de conduzir os seres humanos até Deus. Dessa forma, ela não pertencia ao mundo da humanidade terrena, natural. Enquanto pneumáticos, ela pertencia à esfera de Deus; se opõe ao que é sarkinos, “canal”, “pertencente à esfera da carne”.
“Porque o que faço, não o aprovo, pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço” (7.15). Paulo retrata aqui o dilema não apenas dele, mas de todos os cristãos. Desejar fazer o certo, todavia realizando o que é errado! Antes de apresentar a explicação para esse fenômeno, Paulo maximiza a sua argumentação nesse paradoxo — querer fazer o bem, mas sendo levado a fazer o mal. Alguns intérpretes acreditam e, concordo com eles, que alguns crentes romanos, principalmente os de origem judaica, ainda alimentavam a esperança de conciliar a lei com a graça. Por que não recorrer a uma “ajudinha” da lei para viver retamente? Paulo vai mostrar então que isso simplesmente é impossível. O problema, como já havia sublinhado em outro lugar, não estava com a Lei, que em si era de origem divina e boa. A questão era outra. O problema estava dentro de cada crente — uma natureza pecaminosa que em vez de se sentir freada pela lei era estimulada ainda mais por ela.
Esse é um argumento usado por Paulo para combater o legalismo. Nenhuma prática cristã pode ser usada para ajudar a graça. A graça é suficiente! As disciplinas cristãs, como oração, jejum, prática de leitura da Bíblia, etc., não devem ser praticadas, portanto, com o objetivo de nos tornar aceitáveis diante de Deus. Deus nos aceita do jeito que somos. Essas disciplinas não devem ser praticadas com o objetivo de produzir um salvo mais espiritual, mas para ajustar o relacionamento com Deus de quem já é salvo. Não é uma salvação pelas obras, mas é o resultado de um fruto de quem já foi salvo para praticar boas obras (Ef 2.8). Essas práticas não mudam a Deus, mas mudam a nós mesmos. Se são praticadas com a atitude correta, então elas com certeza agradam a Deus.
“Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (7.24). Eis o grito angustiante de Paulo na luta contra o pecado! Neste ponto, o apóstolo, como todo cristão, mostra-se consciente da natureza humana que possui. A luta não é exterior, mas com ele mesmo. O cantor e poeta Sérgio Lopes conseguiu expressar por meio da música Natureza Humana:
Ninguém é tão perfeito que consiga
Fugir dos olhos vivos do Senhor
Que vê além do mais profundo abismo
E até segredos que eu nunca falei
Ele sabe cada um dos meus desejos
O que faço, onde ando, quem procuro
Conhece o meu passado e o meu presente
E quer fazer feliz o meu futuro
Eu luto é contra a minha própria alma
A natureza humana que há em mim
Eu quero sepultar o velho homem
E andar em comunhão com Cristo
Viver, cantar só para Ele
Morrer pro mundo e reviver pra Deus.
Stanley Clark comenta: “O grito da primeira parte do versículo 24 e a pergunta que o apóstolo faz em seguida devem ser entendidas como uma expressão de angústia, e não de desespero. A referência a libertação na pergunta pode ser uma expressão do anelo fervente do que ele sabe com segurança do que o aguarda (8.23). A expressão ‘este corpo de morte’ bem como a expressão ‘meus membros’ no versículo anterior deve ser uma referência à natureza humana em sua condição de sujeição à lei do pecado. O apóstolo quer ser libertado da condição de vida no qual o corpo está sujeito ao pecado, como descreveu em todo o parágrafo ‘Quem me livrará deste meu ser, instrumento de morte?’”.
Paulo encerra essa seção mostrando quem de fato destronou o “eu”: “Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor”. Ele é a graça de Deus. Ele é nossa vitória!
Autor: Jose Goncalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça comentários produtivos no amor de Cristo com a finalidade de trazer o debate para achar a verdade. Evite palavras de baixo calão, fora do assunto ou meras propagandas de outros blogs ou sites.