As Três Visões Espirituais do Ofertante

Creio que todo ofertante da obra de Deus na terra, deve ter consigo, pelo menos, uma certeza: a de que não dá dinheiro para a igreja, mas que dá dinheiro para Deus, na igreja.

Assim crendo, entendo que deve haver uma constante preocupação daquele que oferta, se está agradando ao ofertado, Deus, pois, se assim não acontecer, sofrerá prejuízos espirituais e materiais. Portanto, as normas divinas sobre as ofertas – qualquer delas – contidas na Santa Palavra devem ser observadas integralmente, o que leva a formação, no mínimo, das três visões a seguir expostas:

A primeira: O LUGAR DE ENTREGA DAS OFERTAS

Facilmente é encontrada na Bíblia a norma sobre o lugar onde as ofertas para Deus devem ser entregues. Ele não deixou ao alvedrio do ofertante escolher onde entregá-las, e a quem entregá-las.

Numa época que não havia qualquer norma escrita sobre o dízimo, Abraão pode ser citado como o primeiro crente a observar o principio do lugar para entrega das ofertas. Em Gn 14.18 e 20, está registrado: “Então Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho. Ele era sacerdote do Deus Altíssimo,….Então Abraão deu-lhe o dízimo de tudo.”Atente para o detalhe: o dízimo de Deus foi entregue ao sacerdote de Deus, no lugar onde aquele se encontrava.

O grande servo de Deus Moisés, ao instruir o povo como seria a vida na terra prometida, teve o cuidado de orientá-lo quanto às ofertas de Deus, conforme se lê em Dt 12.5-8 “mas buscareis o lugar que o Senhor vosso Deus escolher entre todas as vossas tribos, para ali pôr o seu nome e a sua habitação.Trareis a esse lugar os vossos holocaustos e vossos sacrifícios, os vossos dízimos e as vossas ofertas especiais, os vossos votos e as vossas ofertas voluntária, e o primogênito das vossas vacas e das vossas ovelhas. Ali comereis na presença do Senhor vosso Deus, e vos alegrareis com as vossas famílias por todo o bem com que vos abençoar o Senhor vosso Deus.” Salvo engano de minha parte, resta bem claro que o ofertante não escolhe o lugar aonde entregar as suas ofertas a Deus, pois Ele já estabeleceu como norma que as ofertas para serem aceitas, necessariamente precisarão ser entregues no lugar divinamente escolhido. Não deixando dúvidas, Moisés reitera o que está acima destacado, ao repetir o mesmo ensino em Dt. 14.22-25: “Certamente darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que cada ano se recolher do campo. Perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher para ali fazer habitar o seu nome, ……Mas se o caminho for longo demais, de modo que não possas levar, por estar longe de ti o lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado, então os vende, e leva o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que o Senhor teu Deus escolher.”

Posteriormente, através do profeta Malaquias, o próprio Deus determina, como estamos escritos, 3.10: “ Trazei todos os dízimos à casa do tesouro….” , ou seja, é o próprio ofertado dizendo e instruindo os ofertantes no sentido de que para que a oferta seja aceita, há que ser trazida e entregue no lugar por Ele escolhido. Jesus, o nosso maior Mestre, ao instituir o seu reino neste mundo, estabelecer o seguinte principio registrado em Mt 5.23 e 24: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta….”. Durante o seu ministério, Jesus teve o cuidado de observar o “gazofilácio” que, no templo, era o lugar onde as ofertas eram entregues, chegando a assentar-se para observar, como está escrito em Mc 12.41: “E estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como o povo lançava o dinheiro na arca do tesouro…”.

Está demonstrada biblicamente a necessidade do ofertante trazer suas ofertas para Deus ao lugar por Ele escolhido, sob pena de estas não serem aceitas.

Segunda Visão: DA DEVOLUÇÃO A DEUS

O salmista Davi fez um enunciado profundo reconhecendo o senhorio de Deus sobre todas as coisas. Tal posição ele anuncia, proclamando no Sl 24.1: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habitam;”, dizendo, em continuação, as razões dessa visão de Deus como dono de todas as coisas.Não pode o ofertante deixar de possuir a mesma visão davídica. Por Deus ter lhe dado às oportunidades, ele ganhou dinheiro e amealhou bens materiais, os quais, em última análise, não são seus, pois, nada trouxe a nada levará deste mundo, quando partir dele. Tal visão foi muito bem observada, pelo servo de Deus, Jó, 1.21, quando disse: “ Nu saí do ventre da minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou, bendito seja o nome do Senhor.” Ou seja, em verdade não somos donos de nada, apenas concessionários, pois o que temos é por concessão divina, já que Deus é o titular do domínio de todas coisas.

Quando Davi recolheu ofertas para a construção do templo em Jerusalém, embora tivesse a consciência de que ele não o construiria, mas o seu filho, depois dele, assim ele se expressou, conforme registro em 1 Cr 29.12-14: “Riquezas e glória vêm de ti; tu dominas sobre tudo. Nas tuas mãos há força e poder para engrandecer e dar força a tudo. Agora, ó nosso Deus, graças de damos, e louvamos o nome da tua glória. Mas quem sou eu, e quem é o meu povo, que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Tudo vem de ti, e somente devolvemos o que veio das tuas mãos.” Nesta ocasião, ressalto, Davi era possuidor de grande fortuna e tinha a glória do reino de Israel em suas mãos; porém, reconheceu que tudo pertence a Deus.

Não deve, pois, o ofertante deixar de ter a visão, ao trazer a oferta para o Senhor, de que está devolvendo para o verdadeiro dono aquilo que lhe foi entregue em confiança, sendo o contribuinte apenas um fiel-depositário. Por outro lado, o Senhor alegrando-se com a fidelidade demonstrada pelo ofertante, em devolver alegremente ao dono o que lhe pertencia, torna a entregar-lhe mais bens, que são devolvidos novamente ao Senhor, que torna a entregar-lhe mais bens ainda, por causa do princípio divino que rege a fidelidade, conforme registro em Mt 25.21: “ ….No pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei….”

Ante os registros bíblicos acima destacados, eu não tenho outro ensino a ministrar ao povo acerca do ofertar, senão o de que Deus não nos obriga a ofertar-lhe, pois é necessário saber que apenas devolvemos a Ele o que lhe pertence, já que não temos nada. O apóstolo Paulo, instruindo a igreja de Corinto, na segunda carta, 9.6-8, assim nos ensina: “ E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará, e o que semeia com fartura, com fartura também ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade, pois Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra..”

Quando Deus mandou construir o tabernáculo no deserto, disse a Moisés que a tenda da congregação fosse erigida com as contribuições voluntárias do povo, como está escrito em Ex. 25.1,2: “ Então disse o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta. De todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta.” Logo, sem dúvida alguma, devo trazer todas as contribuições com a visão da devolução a Deus do que lhe pertence, e com o coração alegre pela oportunidade de cumprir o mandamento do Senhor.

Terceira visão: A OFERTA COMO PRIORIDADE

Há uma certa tendência entre os ofertantes de ter as contribuições para Deus – dízimos, ofertas alçadas e voluntárias, etc. – como a última de suas preocupações. Na distribuição dos pagamentos, é normal colocar a satisfação de compromissos com construção e conservação de imóveis, compras de alimentos, escola, remédios, veículos, etc., e, se sobrar, o dízimo e demais ofertas. Interessante que, muitas vezes, até gastos perdulários, e não apenas os essenciais, ganham prioridades. Posso classificar gastos perdulários aqueles com construção de piscina, viagens ao exterior, ampliação de imóveis, compra de fazendas e chácaras, renovação de guarda-roupas, compras de carro extra ou similares.

O povo de Israel, como povo escolhido de Deus, ao voltar do exílio, estabeleceu como prioridade à reconstrução de suas casas que tinham sido destruídas por Nabucodonozor, quando invadiu Jerusalém, conforme descrição em 2Cr 36.19. Do ponto de vista humano, era inteiramente compreensível que a reconstrução dos palácios destruídos se constituísse em prioridade absoluta, já que serviam de residência. Deus então, usa o profeta Ageu, contemporâneo de Zacarias, para, repreendendo, dizer que, a sua causa e as suas contribuições devem ser prioritárias, conforme registrado em Ag 1.2-4: “ Assim diz o Senhor dos Exércitos: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada.Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo: É para vós tempo de habitardes nas vossas casas apaineladas, enquanto esta casa fica deserta? Deus aqui está dizendo que a prioridade do povo em cuidar primeiro de suas casas, em desprezo da casa de Deus, lhe desagradava.

Prosseguiu o Senhor, pelo profeta Ageu, revelando ao seu povo, que uma das fontes de desgraça e miséria que atingem seus servos, é exatamente a falta de prioridade das contribuições para Deus. Pelo mesmo profeta, cap. 1.6, diz o Senhor: “Semeais muito, e recolhe pouco. Comeis, mas não vos saciais.Vesti-vos, mas ninguém se aquece. O que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saco furado.”, ou seja, Deus deixou bem claro que quando as suas ofertas são secundárias, as bênçãos são retiradas do seu povo, ocasionando uma situação atípica: tem e não tem ao mesmo tempo, pois come, mas não se sacia;veste-se, mas não se aquece;semeia muito, e recolhe pouco. E acrescenta, v.9: “Esperastes o muito, e eis que veio a ser pouco. Esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que? Por causa da minha casa, que está deserta, enquanto que cada um de vós se ocupa com a sua própria casa. Disse mais, no v.11, do mesmo capítulo:”Fiz vir a seca sobre a terra e sobre os montes, sobre o trigo e sobre o vinho novo, sobre o azeite e sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, sobre os animais e sobre todo o trabalho das vossas mãos.”“.    
É bem verdade que ter as ofertas ao Senhor como prioritárias, exige de cada ofertante fé e esforço espiritual, cujo esforço o próprio Deus reconhece existir, quando determina, no v.8: “Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa, para que dela me agrade e seja glorificado.” Nesta palavra, o esforço reconhecido por Deus na eleição das ofertas como prioridade, consistia em “ subir ao monte”; tal somente acontece, quando o ofertante é movido pela fé em Deus, já que, sem fé, é impossível agradá-lo. Muito interessante, também, é a revelação de Deus que, quando suas ofertas são priorizadas, Ele é glorificado: “ para que dela me agrade e seja glorificado”.

Resumindo, eleger as ofertas ao Senhor como prioridade, é uma fonte de bênçãos, afasta as maldições da vida do ofertante, agrada a Deus e lhe glorifica.

Pr Abiezer Apolinário.

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