A evidência bíblica sugere fortemente que Maria teve outros filhos além de Jesus. Embora a doutrina da virgindade perpétua de Maria seja uma crença de algumas tradições cristãs, como a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, a Bíblia nos dá informações claras que indicam o contrário.
Quem eram os irmãos de Jesus?
A Bíblia menciona especificamente que Jesus tinha quatro irmãos: Tiago, José, Judas e Simão, e pelo menos duas irmãs (Marcos 6:3). Não há dúvida de que, conforme as Escrituras, Maria teve outros filhos depois de Jesus, algo que é entendido claramente ao analisar essas passagens.
“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não estão suas irmãs aqui entre nós?” (Marcos 6:3 - NVI)
Este versículo revela que Jesus tinha irmãos com nomes conhecidos, o que reforça a ideia de que Maria teve outros filhos após o nascimento de Jesus.
Irmãos ou primos?
Uma dúvida comum é se esses “irmãos” eram, na verdade, primos de Jesus. Na cultura judaica, a palavra grega usada no Novo Testamento para "irmão" (ἀδελφός, adelphos) não fazia uma distinção clara entre “irmão” e “primo”. Contudo, no grego, existe um termo distinto para “primo” (ἀνεψιός, anepsios). Quando os escritores do Novo Testamento falam sobre os irmãos de Jesus, usam a palavra grega adelphos, que significa “irmãos” de fato, e não “primos”.
Além disso, Lucas, que era gentio e escreveu para um público não judeu, também usou adelphos (Lucas 8:19-20) para descrever os irmãos de Jesus, demonstrando que ele não estava interpretando a palavra de acordo com uma tradição judaica, mas sim com o seu uso literal de “irmãos”. Se esses indivíduos fossem primos, Lucas teria utilizado a palavra “primos” (anepsios), mas não o fez, confirmando que os irmãos de Jesus eram, de fato, seus irmãos de sangue.
Filhos de Maria?
A Bíblia não especifica de forma explícita que os irmãos de Jesus eram filhos de Maria, mas também não os descreve como filhos exclusivamente de José. As passagens frequentemente associam os irmãos de Jesus à sua mãe, Maria, o que sugere que, como irmãos de Jesus, eles seriam filhos dela também.
“Enquanto ele ainda falava com as multidões, sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, querendo falar com ele.” (Mateus 12:46 - NVI)
Além disso, a palavra grega adelphos significa literalmente “saídos do mesmo útero”, o que implica que esses irmãos seriam, em termos biológicos, filhos de Maria. Embora não haja uma afirmação explícita sobre isso, é fortemente implícito.
Maria, sempre virgem?
A ideia de que Maria permaneceu virgem após o nascimento de Jesus não é apoiada diretamente pela Bíblia. Esse conceito decorre de duas ideias erradas que precisam ser desfeitas:
Sexo é pecado - A Bíblia não ensina que o sexo dentro do casamento seja pecado. Pelo contrário, é parte do plano de Deus para a humanidade.
“Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra” (Gênesis 1:28 - NVI)
Deus abençoou a união matrimonial de Adão e Eva, e Jesus, sendo totalmente humano, certamente compartilhou dessa bênção divina para o casamento entre Maria e José após o seu nascimento.Maria nunca pecou - Embora Maria seja reconhecida como uma mulher virtuosa e abençoada, a Bíblia é clara ao afirmar que todos pecaram, exceto Jesus. (Romanos 3:23). Isso inclui Maria, que, como qualquer ser humano, também estava sujeita ao pecado.
Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.” (Romanos 3:23 - NVI)
Nada nas Escrituras indica que Maria deveria permanecer virgem após o nascimento de Jesus. Pelo contrário, Mateus registra que José “não a conheceu até que ela deu à luz um filho” (Mt 1:25). Essa expressão (“conhecer”) é um modo bíblico de se referir a relações conjugais, e o uso de “até que” aponta para uma mudança depois do nascimento. Assim, o nascimento virginal foi um ato único e sobrenatural para confirmar a identidade de Cristo, mas não é apresentado como algo que anulasse o casamento; depois do nascimento, Maria e José viveram o matrimônio de forma normal e legítima.
Conteúdo do versículo (Mateus 1:25):
“Contudo, não teve relações sexuais com ela enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus. NVI:” (Mt 1:25)
Conclusão
Com base nas evidências bíblicas, podemos afirmar que Maria teve outros filhos além de Jesus, que eram seus irmãos, e que o sexo dentro do casamento não é pecado. A doutrina da virgindade perpétua de Maria não encontra sustentação bíblica, pois as Escrituras são claras ao afirmar que Maria teve uma vida conjugal normal após o nascimento de Jesus. O nascimento virginal de Jesus, por sua vez, confirmou a sua natureza divina, mas não implica que Maria precisasse se manter virgem depois disso.

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