quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Quanto Custa o Silêncio na Política de Eunápolis? – Renato Bromochenkel


Nesta semana, usei a tribuna da Câmara Municipal para trazer uma reflexão que, infelizmente, se torna cada vez mais atual em Eunápolis: quanto custa o silêncio?

Vivemos um tempo em que muitos cidadãos, jornalistas e veículos de comunicação deixam de expressar o que pensam, sentem e enxergam. E esse silêncio, em grande parte, não é espontâneo — é fruto de pressões, contratos e estratégias políticas que tentam impedir que a verdade chegue até o povo.

Ao longo da história, a imprensa sempre cumpriu o papel de dar voz ao cidadão. Desde a época da impressão dos primeiros jornais, passando pelo rádio, televisão e agora as redes sociais, a comunicação permitiu que opiniões viajassem longe e transformassem a sociedade. Mas, na política, o poder muitas vezes tenta calar justamente quem deveria fiscalizar.

Em Eunápolis, milhões são gastos todos os anos com comunicação institucional. Recursos que, na prática, acabam beneficiando alguns veículos enquanto o clamor da população perde espaço. Isso aconteceu novamente quando mães de crianças autistas denunciaram a falta de medicamentos no CAPS. Mesmo sendo um problema grave, quase nenhum grande meio de comunicação deu a repercussão que essas famílias mereciam.

Quem convive com uma criança autista ou com TDAH sabe a luta diária. Não é frescura, não é “manha”, não é desobediência — é uma condição permanente, que exige acompanhamento, respeito, paciência e, principalmente, medicação adequada.
Quando falta remédio, falta dignidade.

E, enquanto essas mães sofrem, muitos permanecem em silêncio.

Mas o silêncio não para aí. Ele também aparece nas obras mal planejadas, nas ruas sem drenagem, nos buracos que se multiplicam, no patrulhamento que não acontece, na iluminação que demora para ser resolvida e nos serviços públicos que deixam a desejar. Basta andar pela cidade para perceber que há muito mais propaganda do que entrega real.

Quando vereadores cobram e fiscalizam, a resposta de alguns grupos é simples: atacar.
Atacam nossa fé, nossa honra, nossa história e tentam criar rótulos para desacreditar quem cumpre o papel de fiscal do povo. Mas há algo que dinheiro nenhum compra: caráter. E nós não vamos permitir que tentem comprar o nosso silêncio.

A Câmara tem 17 vereadores e Eunápolis possui dezenas de rádios, sites e comunicadores. Imagine se todos fizessem seu papel de forma independente? Imagine o impacto positivo que isso teria na qualidade dos serviços prestados ao cidadão?

Por isso, repito: quanto custa o silêncio?
Na política, o silêncio custa sofrimento, custa descaso, custa falta de medicamento, custa buracos nas ruas, obras mal feitas, falta de transparência e famílias inteiras abandonadas.

Eu escolhi não ficar calado.
E continuarei cobrando, denunciando e fiscalizando — porque essa é a minha missão e o meu compromisso com Eunápolis.

Que Deus tenha misericórdia da nossa cidade.

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