CONTRADIÇÃO: Homens mortos como bandidos e a versão de que eram o Pastor Mário Sales e o cantor Jeisivam Dias

Quatro homens morreram na tarde desta quinta-feira (17), na BR-324, na divisa entre os municípios de Feira de Santana e Conceição do Jacuípe. 

Segundo a polícia, eles teriam entrado em confronto com policiais civis do Serviço de Investigação da Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin) da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), sob o comando dos delegados Ricardo Brito e André Ribeiro.

Os corpos foram identificados no Departamento de Polícia Técnica (DPT):

• Gilmário Sales Lima, 24 anos;

• Jeisivam Cristiano Dias Brito, 26 anos, morador da Rua Augusto dos Anjos, bairro Rua Nova;

• Enderson Almeida Souza Matos, 23 anos, conhecido como Rabicó, morador do conjunto Feira IX;

• O quarto homem foi identificado apenas como Fábio, conhecido como Fabinho.

A ação contou com apoio de policiais civis da Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas em Rodovias (Decarga) e do Tático Móvel da Polícia Militar. O delegado Jean Souza, titular da Decarga, afirmou que não poderia repassar outros detalhes das investigações, mas destacou que os suspeitos “possivelmente estavam se preparando para fazer novas vítimas”.

De acordo com a polícia, os homens estavam armados e se deslocavam em dois veículos: um Peugeot vermelho, placa OLD-8292 (Tucano), e um Punto branco, placa NZP-3230 (Cruz das Almas).

“Eles iniciaram a troca de tiros. Não foi intenção da polícia feri-los, mas os policiais precisaram salvar suas vidas e revidaram os disparos”, afirmou o delegado.

Ainda segundo o delegado, os quatro seriam integrantes de uma quadrilha de roubo de carros que atuava em Feira de Santana e Salvador, supostamente liderada por Rabicó, envolvido em homicídios e morto no confronto. Dois outros homens teriam conseguido fugir. Os quatro baleados foram levados ao Hospital Geral Clériston Andrade, onde morreram.

A versão que contradiz a polícia

Apesar da versão oficial, moradores e testemunhas contestam a narrativa policial. Na manhã desta sexta-feira (18), ligações feitas ao site Varela Notícias afirmaram que os homens eram evangélicos e voltavam de uma pregação.

A moradora Lúcia Silva, do bairro Liberdade, em Salvador, que congregava com duas das vítimas, afirmou ao portal que conhecia o Pastor Gilmário Sales, de 24 anos. Ela relatou que Gilmário e Jeisivam Cristiano Dias, de 26 anos, eram missionários de uma igreja evangélica em Feira de Santana.

Segundo ela:

“Eles vinham de uma pregação e estavam a caminho de Aracaju, junto com o missionário Jeisivam, onde iriam pregar a palavra de Deus aos sergipanos.”

Essa versão contradiz a narrativa policial de que o grupo integrava uma quadrilha e estava armado para cometer crimes.

A equipe do Varela Notícias tentou contato com o delegado Ricardo Britto Esteves, responsável pela região, mas não obteve retorno até a publicação.

Postagem nas redes sociais horas antes da morte

Horas antes de ser assassinado, o pastor Gilmário Sales publicou no Facebook:

“Amanhã tô fazendo aniversário ein... Recebe-se presentes pelo correio viu gente kkkkkkk”, escreveu em tom de brincadeira.

Ele foi morto junto com Jeisivam Cristiano Dias, Enderson Almeida (Rabicó) e Fábio (Fabinho), todos moradores de Feira de Santana. Os corpos foram identificados no DPT.

Reação de parentes e amigos

Familiares e amigos afirmam que Gilmário e Jeisivam não eram criminosos, mas missionários. Gilmário era considerado um pastor e pregador reconhecido no meio evangélico, enquanto Jeisivam era cantor gospel.

Nas redes sociais, muitos afirmaram que ambos voltavam de um culto.

“A polícia de Feira de Santana errou e está tentando justificar. Mário Sales tinha acabado de pregar em Feira. Há poucas horas ele comentou no Facebook que quem estivesse com ele mudaria de vida. Ele estava cheio de fé”, declarou o amigo Claudio Oliveira ao Bocão News.

Fontes: Acorda Cidade / Bocão News / Varela Notícias

FOTOS CHOCANTES