Todo mundo sabe que Elio Gaspari e eu rezamos em igrejas diferentes. Neste domingo mesmo, ele mistura no saco de gatos da demofobia críticas sensatas aos governos petistas com outras que são, com efeito, improcedentes. Daria muito pano pra manga. Mas ocorre de, às vezes, haver uma coincidência de pontos de vista.
Na sua coluna deste domingo, publicada no Globo e na Folha, escreveu o que segue:
Feliciano e as patrulhas de desordeiros
Quem viu os constrangimentos a que foi submetida a blogueira cubana Yoani Sánchez em sua passagem pelo Brasil deve um cumprimento ao pastor Marco Feliciano. Ele deu voz de prisão a dois manifestantes que integravam uma patrulha de desordeiros se manifestando dentro da sala em que presidia uma reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Yoani Sánchez foi hostilizada em cinco cidades. Em Salvador, precisou de escolta policial e as patrulhas impediram a exibição de um documentário. Em São Paulo, foi obrigada a cancelar uma noite de autógrafos. Calar os outros no grito é falta de civilidade, mas tumultuar uma sessão de trabalho na Câmara dos Deputados é violação do regimento da Casa.
Admita-se que a presença de Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos é um contrassenso, mas ele não chegou à cadeira no grito. Está lá porque foi eleito com 211 mil votos e preside a comissão pelo voto de seus pares.
Voltei
Pois é… Alguns notórios puxa-sacos de Gaspari, vejam vocês, estão me hostilizando na rede porque escrevi algo muito semelhante, como sabe toda gente. E não é de hoje.
Vai ver eu critico as “patrulhas de desordeiros” porque sou “reacionário”, e Gaspari, porque é “progressista”, né?
Como não tenho preconceitos, aponto também os acertos daqueles de quem discordo regularmente.
Por Reinaldo Azevedo
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