Lição 1 - Família, Criação de Deus - 2

“Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). A única configuração familiar reconhecida por Deus é a que é formada de pai, mãe e filho. No princípio da Criação, Deus concluiu que não seria bom o homem viver na solidão, e criou a mulher para viver a experiência humana ao seu lado. A família é instituição criada por Deus. Antes de fundar a Igreja, Deus criou o casamento e, como decorrência deste, instituiu a família. Essas instituições especiais, fruto da mente do Criador, têm sido terrivelmente atacadas pelas forças do mal.

O espírito do Anticristo tem dominado a mente do homem pós- -moderno, a tal ponto de promover verdadeira subversão dos valores morais, que se fundamentam na Palavra de Deus. Uniões abomináveis de pessoas do mesmo sexo têm sido aprovadas por lei, como se fossem famílias, em aberta afronta contra a Lei de Deus.

Quando Deus criou o homem e a mulher, já tinha em mente a família (Gn 2.24). No Salmo 128, encontramos o valor da família no plano de Deus: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!” (SI 128.1,3,4). São promessas de Deus para a família que nele crê, teme-o e lhe obedece.

Deus disse a Abraão: “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Deus deseja que, em cada lar, haja um ambiente espiritual que honre e glorifique o seu nome. O amor de Deus pela humanidade faz com que Ele veja todas as famílias da terra como alvo de sua bênção, pois todos os homens a Ele pertencem (SI 24.1). Porém, só podem desfrutar do favor de Deus as famílias que se sujeitam a obedecer a sua palavra.

Estudar sobre o valor da família é de muita importância para nós, pois, de uma forma ou de outra, nascemos numa família, pobre ou rica, desconhecida ou famosa, pequena ou grande, evangélica ou não. A família é a base de nossa vivência. Dela nascemos e dela dependemos na maior parte da existência. Isso é plano de Deus.

I - A FAMÍLIA NO PLANO DIVINO

1. O propósito de Deus
O homem, na sua origem, e principalmente após a Queda, jamais teria o poder de criar a família. Não saberia como fazê-lo. Podemos ter certeza de que jamais buscaria criar uma organização que haveria de lhe impor limites e regras de convivência, contrariando seus instintos pecaminosos e egoístas. Deus criou a família com propósitos sublimes, para o indivíduo e para toda a humanidade.

Evitar a solidão
Deus não fez o homem para viver na solidão (Gn 2.18); Ele tinha em mente a constituição da família, mas esta não está completa só com o casal. Por isso, o Senhor previu a procriação (Gn 1.27-28). Fica mais clara a origem da família quando lemos: “Portanto, deixará o homem seu pai e e sua mãe se unirá à sua mulher e serão ambos uma só carne ” (Gn 2.24). “O homem” aí é o filho, nascido de pai e mãe. Deus fez a família para que o homem não vivesse na solidão (SI 68.6; 113.9).

Bem-estar social
O homem, diz a sociologia, é um ser gregário por natureza. Ele sente a necessidade de viver em grupo, de socializar-se. Isso não é fruto da evolução cega, como dizem os filósofos materialistas, que supõem que o homem surgiu por acaso, oriundo de um organismo unicelular (ameba), passando por diversos estágios, chegando a ser um macaco, que se trans formou num homem, por acaso! E que passou a viver em bandos para melhor sobreviver. Isso faz parte do imaginário da fábula evolucionista. A família foi projeto de Deus para a vivência do homem na terra. Pai, mãe e filhos são palavras oriundas da mente de Deus (Gn 2.24).1 

A sociedade é formada de famílias. A igreja local é formada de famílias. Toda sociedade que desvalorizou a família e buscou outras formas de relação social substitutivas, como união de pessoas do mesmo sexo, corrompeu se e degenerou-se, sucumbindo ao longo da História.

Bem-estar emocional
Marido e mulher complementam-se em suas necessidades emocionais. Nos momentos alegres, compartilham seus sentimentos de felicidade. Nos momentos tristes ou difíceis, ajudam-se mutuamente, impulsionados pelo amor conjugal. Pais e filhos, vivendo em família, sentem-se mais seguros do que pessoas que vivem solitárias.

A sociedade sem Deus aprisiona muitos em estilos de vida espúrios e depravados. São presos pelos grilhões do relativismo e do humanismo frio e anticristão. Mas nada pode substituir a família como centro de apoio e segurança para o ser humano (SI 68.6). E plano de Deus.

A multiplicação da espécie
Um ser humano pode nascer, como fruto de uma violência, de uma gravidez forçada. Pode nascer de uma união entre um homem e uma mulher que vivem juntos sem a bênção do casamento. Mas Deus quer que cada pessoa nasça no mundo, em cumprimento à ordem para o crescimento e a multiplicação da espécie humana, com base no amor e na união entre marido e mulher; entre pais e filhos.

O ambiente do lar faz parte do projeto de Deus para a constituição e desenvolvimento da família. É tão forte esse desígnio que a mulher estéril, normalmente, aspira ser mãe. E, sendo sua vontade, Deus propicia essa condição. “Seja bendito o nome do Senhor, desde agora e para sempre; que faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre mãe de filhos? Louvai ao Senhor! (SI 113.2,9). Notemos a ordem do texto. Primeiro, “habite em família”; depois, “seja alegre mãe de filhos”. Casais homossexuais jamais poderiam contribuir para a multiplicação da raça humana. Por isso e por outras razões, tais uniões são consideradas abominação aos olhos de Deus. Não podem ser consideradas famílias. Adotam crianças, sob argumentos falaciosos, sabendo que não poderão dar o exemplo de vida que elas precisam. Crianças precisam de pai e de mãe, e não apenas de protetores desvirtuados diante de Deus.

2. A primeira família
Quando Adão recebeu Eva, como resultado da intervenção de Deus em sua existência, deve ter ficado deslumbrado com sua companheira, apresentada pelo criador. Não sabemos por quanto tempo viveram como um casal. Mas, experimentando o relacionamento previsto pelo Criador, geraram os primeiros filhos. Foram os únicos que não tiveram que deixar “pai” e “mãe” para se unirem e terem filhos (Gn 2.24), formando a primeira família do planeta.

Se o acordar da anestesia e contemplar a mulher deve ter sido motivo de admiração e surpresa, imagine-se o que Adão sentiu ao perceber que no ventre da esposa havia um novo ser em formação. E, mais ainda, quando o primeiro filho veio à luz! Quando os dois primeiros filhos já eram jovens ou adultos, Caim matou Abel por inveja da aceitação de Deus para o sacrifício oferecido pelo irmão. Outros filhos e filhas nasceram do primeiro casal (Gn 4.25,26). Adão viveu 930 anos e teve muitos outros filhos e filhas, cujos nomes não são registrados no Gênesis (Gn 5.4,5). Isso porque a genealogia bíblica só destaca nomes de personagens que, de forma positiva ou negativa, têm importância marcante para a trajetória humana e seu papel na História.

Por razões que só Deus pode avaliar plenamente, em sua divina onisciência e sabedoria, a primeira família foi vítima do ataque mortal do Maligno. Foi em seu seio que aconteceu o primeiro homicídio; dos seus primeiros descendentes, que o plano de Deus para o casamento e para a família foi desrespeitado, no que concerne à união familiar, formada por um homem, uma mulher e seus filhos; primeiro, houve a bigamia (Gn 4.18,19). Depois, o homem descambou para a poligamia. Arranjos sociais, inventados pelo homem, em sua condição de rebeldia, que nunca tiveram a aprovação de Deus. Ele as permitiu, consoante sua misericórdia e longanimidade.

3. Jardim do Éden, lugar de proteção e cuidado
O Jardim do Éden foi o primeiro “habitat” do homem. “A palavra Jardim é a tradução da palavra hebraica gan , que designa lugar fechado. 

A Septuaginta traduz o hebraico por paraíso’, paradeison, termo persa que significa um parque. Éden não é traduzido mas transliterado para o nosso idioma. Basicamente, significa “prazer ou delícia”.2 Os críticos da Bíblia veem no relato do Gênesis apenas uma alegoria, ou relato mítico. Porém a Palavra de Deus se impõe como verdade, como martelo de Deus, quebrando as bigornas da incredulidade.

O ambiente perfeito do Eden
O casal, constituído nos primeiros habitantes humanos do planeta, se deliciava nas noites calmas e amenas do Paraíso. Não havia temor ou pavor da escuridão. O medo era desconhecido. O cenário noturno era tranquilizador. A brisa suave soprava no arvoredo, levando ao casal os odores perfumados das plantas silvestres. O firmamento, ao longe, pontilhado de estrelas brilhantes, nas noites escuras, oferecia um espetáculo de rara beleza. Nas noites de lua, diminuindo o brilho estelar, fazia-se extraordinariamente belo o ambiente paradisíaco. Sem dúvida, com maior intensidade, brilhava o astro noturno.

As manhãs e tardes eram agradáveis. Uma temperatura média, adequada ao bem-estar dos habitantes edênicos, era sentida em todo o planeta. A luz solar empolgava-os. Em cada canto, se percebia a beleza da criação nos seus mínimos detalhes. O homem se sentia muito feliz. O ar era puro na mais alta expressão. Os animais, as aves, todos os seres da natureza nenhum mal causavam ao homem: conviviam na mais perfeita harmonia.

O cuidado de Deus
O cuidado de Deus para com o ser criado foi levado ao extremo na formação do Éden. Não havia poluição ambiental; o ecossistema era perfeito; o clima, ameno e confortável, não conhecia diferenças acentuadas de temperatura, nem calor excessivo, nem frio perturbador, havia no primeiro lar do ser humano. Os animais faziam parte do habitat edênico. Adão tinha autoridade espiritual e moral sobre todos os seres vivos. Ele foi criado para ser dominador e cuidador do planeta. Havia perfeita harmonia entre os seres racionais e os irracionais.

O trabalho no Éden
Deus não pôs o homem no Jardim para ficar ocioso, numa atitude contemplativa das belezas edênicas (Gn 2.15). É interessante notar que o trabalho, a atividade da mente e do corpo, desde o princípio, foi dignificado por Deus. Havia trabalho, mas, em compensação, não havia doenças, nem dor, nem morte. O pranto e a dor eram desconhecidos. A tristeza não existia. Tudo era belo, agradável e bom.

A presença de Deus no primeiro lar
O mais importante, no entanto, acontecia todas as tardes: o Criador visitava o Éden (Gn 3.8a), buscando passar bons momentos em agradável diálogo e conversa com o casal, que sentia, assim, muita comunhão com o Senhor. A presença do Criador enchia o primeiro lar de muita paz e de alegria indizível”. 3 Como devem ter sido maravilhosos aqueles momentos em que Deus falava diretamente com o ser criado por Ele.

Hoje, mais do que nunca, é necessidade vital a presença de Deus nos lares cristãos. Aquele belíssimo lugar foi palco dos acontecimentos que marcaram a origem dos seres humanos, fruto da criação de Deus. Lamentavelmente, foi também o cenário, onde começou a rebelião do homem contra o seu Criador.

II - A QUEDA E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A FAMÍLIA

Lúcifer, o antigo “querubim ungido”, fazendo uso de sua liberdade, investiu contra o Criador, imaginando poder destronar o Senhor do Universo. Seu plano foi frustrado. Expulso dos céus, Satanás, a falsa “estrela da manhã”, investiu contra o primeiro casal, no Jardim do Éden, sugerindo uma atitude de rebelião contra Deus. E foi bem-sucedido.

Depreende-se das Escrituras que, quando o primeiro casal caiu, ainda não tinha procriado. Se tivessem filhos, estes não teriam comido do fruto proibido, e até hoje estariam vivos. Mas as consequências da Queda não só atingiram o casal, mas a todos os seus descendentes, ao longo dos séculos, até os dias presentes. Todas as famílias são alcançadas de uma forma ou de outra, pelas consequências da Queda.

Antes da Queda, o homem possuía estrutura espiritual e física excepcionais.

• Tinha o conhecimento profundo de Deus, a comunhão direta com o Criador;
• Tinha as bênçãos da presença de Deus no Jardim; a paz, a segurança e a alegria de se relacionar com o Criador sem intermediários;
• Possuía conhecimento e bem-estar físico inigualáveis, sem doenças, distúrbios emocionais ou físicos; não conheciam o medo;
• Tinha conhecimento interno e externo em relação à sua pessoa;
• Conhecia a realidade social; conhecia o trabalho de modo útil e satisfatório (Gn 2.15).

A vida familiar após a Queda. Terrível transtorno total na vida dos primeiros seres criados.

Conheceram que estavam nus, dando a entender que antes não se constrangiam nessa condição; o conhecimento da sexualidade exacerbada tem sido causa de inúmeros distúrbios e desvios de conduta que atingem o ser humano, levando-o a práticas sexuais abomináveis aos olhos de Deus; famílias inteiras são destruídas pelo adultério, pela fornicação, pela homossexualidade e por práticas sexuais aberrantes.

Conheceram o medo
Foi a primeira enfermidade que o homem experimentou. Enfermidade ou distúrbio de ordem emocional. As chamadas doenças nervosas tiveram origem no rompimento da relação direta do homem rebelde e seu Criador. Qual a família na terra que não experimenta algum tipo de problema de ordem emocional?

Perderam a autoridade sobre a criação
O homem foi criado para dominar a natureza (Gn 1.26). Hoje, porém, às vezes famílias perdem um ente querido por serem atingidos por insetos ou agentes microscópicos. 

Conheceram a desarmonia 
Quando questionado pelo Criador sobre o seu pecado, Adão pôs a culpa na esposa (Gn 3.12). A mulher pôs a culpa na serpente. Assim, teve início a tão conhecida “incompatibilidade de gênio”, que provoca desavenças entre casais, com sérias consequências sobre a estabilidade familiar. Os filhos sofrem ao verem a desunião entre seus pais.

O homem conheceu a maldição da terra
O trabalho passou a ser penoso e fatigante; sua missão era lavrar e guardar a terra. Mas não havia o desgaste físico ou emocional acentuados, que tantos males causa às pessoas. Além disso, toda a ecologia da terra foi transtornada, causando, inclusive as chamadas “catástrofes naturais”, como secas, enchentes, altíssimas ou baixíssimas temperaturas; o surgimento de animais violentos, provavelmente pelo cruzamento de espécies diversas; vírus, micróbios, bactérias e outros agentes patogênicos devem ter surgido por causa do desequilíbrio ecológico, causado pela maldição da terra.

E o pior : perdeu a vida eterna, que lhe era assegurada, na condição original, e conheceu o aguilhão da morte física (Gn 2.17; Ef 2.5) e da morte espiritual, que é a separação de Deus. As famílias da terra passaram a experimentar a dor da separação, pela morte de entes queridos.

III - A FAMÍLIA NO NOVO TESTAMENTO

1. Jesus e a família
Nosso Senhor Jesus Cristo valorizou a família. Veio ao mundo através de uma família. Além de pais, teve irmãos e irmãs (Mt 13.55-57). Teve seu crescimento físico, social, intelectual e espiritual no seio da família (Lc 2.52). No seu ministério, não costumava a hospedar-se em hotéis, mas desfrutava da hospitalidade de um lar, no meio de uma família digna (Mt 8.14; Lc 10.38-42).

Em muitos milagres, demonstrou seu cuidado para com a família (Mt 8.14-15; Lc 7.12-16). Seu primeiro milagre foi realizado numa festa de casamento (Jo 2.12). Ensinou-nos a orar, chamando Deus de “Pai Nosso”(Mt 6.9). Enfatizou o quarto mandamento, mandando honrar pai e mãe (Mt 15.3-6; Mc 7.10-13). Teve um trato especial com as crianças, abençoando-as e acolhendo-as de maneira exemplar (Mc 10.13-16).

2. A família nas epístolas
De certa forma, a família no Novo Testamento não diferia muito do modelo familiar do Antigo Testamento. Algumas influências fizeram-se sentir pelo contato com os povos estranhos que dominaram a Palestina. Os romanos contribuíram para que comportamentos libertinos tivessem lugar no meio da sociedade em Israel. Quando escreve aos coríntios, o apóstolo Paulo fala de práticas condenáveis entre judeus (1 Co 5.1). Ninguém combateu como Paulo a pretensa “família homoafetiva” (1 Co 6.10; ler 1 Tm 1.10).

3. A monogamia declarada
Se no Antigo Testamento a poligamia foi tolerada por Deus, no Novo Testamento a monogamia é a regra doutrinária. Jesus em nenhum momento avalizou outra forma de relacionamento conjugal que não fosse a monogamia. Paulo, usado pelo Espírito Santo, doutrinou de forma clara e cristalina sobre esse tema. Escrevendo à igreja de Corinto, formada por judeus e gentios convertidos, deixou claro seu ensino a respeito das relações conjugais (1 Co 7.1,2). Ele não disse: “cada um tenhas suas mulheres, ou cada uma tenha seus maridos”; ou, pior ainda: “cada um tenha seu homem, ou cada uma tenha sua mulher”.

4. A preservação da família
O Novo Testamento declara o valor da família de tal forma que prescreve a manutenção do relacionamento conjugal entre um cristão e um infiel, nos chamados casamentos mistos, a fim de resguardar a estabilidade da família. Mais uma vez, foi aos coríntios que ele ministrou precioso ensino acerca desse controvertido assunto, dizendo que o marido crente não deve abandonar a esposa não-crente por causa de sua conversão, e da mesma sorte, a mulher cristã, em relação ao marido infiel (1 Co 7.12-14). Note-se a preocupação com os filhos, visando sua formação espiritual, em santidade, como decorrência da união de um pai ou mãe crente, mesmo com um descrente. Se não fosse assim, quantas famílias seriam desestruturadas, se um cristão abandonasse seu cônjuge por não ter aceitado a Cristo. É a misericórdia de Deus em prática.

IV - A CONSTITUIÇÃO FAMILIAR AO LONGO DOS SÉCULOS

l. A família patriarcal
Era o tipo de família por excelência, no princípio da humanidade, quando esta começou a espalhar-se por muitas partes do globo, após a Queda. Nesse tipo de família, a figura do pai (pater) tinha um papel bem definido, como sendo o líder do grupo familiar inconteste, em todos os sentidos. A mulher era considerada cidadã de segunda categoria. Na família patriarcal, quase sempre não era observado o princípio da monogamia, estabelecido por Deus no Éden, quando o homem deixaria pai e mãe e se uniria à sua mulher (Gn 2.24) para formar o lar e a família.

Em grande parte, a família patriarcal era poligâmica. O Antigo Testamento demonstra que todos os primeiros patriarcas, Abraão, Isaque, Jacó e outros, eram polígamos. A família patriarcal era típica no contexto histórico e cultural do Antigo Testamento. Além do pai, da mãe e dos filhos, a família patriarcal incluía as concubinas, das quais nasciam filhos, que eram parte do grupo familiar, causando, por vezes, muitos transtornos, com o nascimento de meios-irmãos, que competiam quanto aos direitos da prole, principalmente no que tangia às questões de herança.

Deus tolerou a poligamia, mas nunca a aprovou, por ser prática estranha ao seu projeto para a constituição da família. O pai de família não era só o genitor. Era o líder espiritual, responsável pela prática e o respeito dos ritos da religião que a família adotava. Abraão, Isaque e Jacó eram líderes de sua parentela. Eram verdadeiros sacerdotes em seus lares.

2. A família nuclear

Também chamada de “família tradicional”, formada por pai, mãe e filhos, como núcleo familiar (cf. Gn 2.24), em torno do qual se desenvolvem os descendentes, parentes e outros que a ela se agregam. É a família ideal, pois tem origem na mente de Deus, o Criador, e atende a seus propósitos para o desenvolvimento, o bem-estar e estabilidade social. A bigamia, iniciada por Lameque (Gn 4.18,19), evoluiu e deu lugar à poligamia.

3. A família na atualidade
Assim como o casamento, a família, na atualidade, é a instituição mais visada pelos ataques satânicos. A família nuclear tem sido depreciada pelos intelectuais, por cientistas sociais, todos adeptos do materialismo. Mas os maiores influenciadores para a destruição da família são os que detêm o poder da mídia. Sem sombra de dúvidas, a mídia secular está a serviço do Diabo, como instrumento poderoso para a desconstrução ou destruição dos valores tradicionais, emanados da Palavra de Deus.

A destruição moral de uma sociedade começa pela destruição da família, que é a sua célula-mãe. Se esta se degenera, e cresce desordenadamente, surge um câncer moral, que a levará à morte espiritual e social, como ocorreu com Sodoma e Gomorra. 

O justo pode ter pouca força política. Mas pode usar as armas espirituais de que dispõe (2 Co 10.4). Para tanto, precisa atender aos requisitos que Deus exige para ouvir suas orações em prol de sua terra (2 Cr 7.14).

1 Elinaldo Renovato de Lima. A família cristã nos dias atuais, p. 8.
2 Ibid.,p. 36.
3 Ibid., p. 9,10.
FONTE
Formar uma família e mantê-la com princípios e valores cristãos é um desafio na pós- modernidade. Para obter sucesso, não só é preciso conhecer o que a Bíblia diz, mas como também colocar seus ensinamentos em prática. Desse modo, as contaminações do mundo sobre a família cristã podem ser identificadas e refutadas. Proteja sua família! 

Livro de apoio a lição bíblica do 2º trimestre de 2013.


AUTOR: Elinaldo Renovato de Lima





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